CAP 28

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Evelyn.

. Eu voltei e mostrei à todos que podia sim viver mais um pouco, senti a morte vindo me buscar mas com muito jeito eu disse '' não'' e voltei, com um sorriso no rosto e ainda por cima chamando minha Déb...que saudades!

. Os doutores não acreditavam no que tinha acontecido, e eu só pude saber o por que da surpresa quando fui levada ao quarto e o doutor disse que eu havia sofrido seis paradas cardíacas e que nenhum deles acreditavam que eu voltaria, pois elas foram muito intensas.

- Eu preciso avisar uma pessoa que está torcendo pela sua melhora. – ele diz com um sorriso fraco.

- Que pessoa? – pergunto curiosa.

- Você verá delegada. – ele diz e sai do quarto.

. Fico esperando a tal pessoa e a única que passava pela minha cabeça era a Déb ou o Terra, mas quando a porta abriu-se, eu vi que não era nenhum dos dois e sim Gustavo o amor da minha vida. Choquei quando fui beijada sem ao menos dar permissão e choquei mais ainda quando ele disse que estava aqui o tempo todo. Naquele momento eu pude ter certeza que eu deveria dar uma segunda chance ao Gustavo e com todas as letras e vontades eu soletrei o que venho guardando há anos,o famoso '' eu te amo''.

- Eu também te amo Evelyn, é um amor tão intenso e puro...eu errei contigo no passado mas eu estou disposto à recompensar todos os anos perdidos, farei as lágrimas que você derrubou por mim no passado, virar lágrimas de felicidade por me ter ao seu lado. Só que pra isso acontecer Evelyn, eu preciso da sua permissão... – ele diz secando uma lágrima solitária que rolou dos seus olhos.

- Que tipo de permissão? – pergunto arqueando a sobrancelha.

- Quer namorar comigo Evelyn?

. Arregalo os olhos, Gustavo estava me pedindo em namoro, travo uma luta dentro do meu coração sobre aceitar ou não, respiro fundo, fecho os olhos e digo:

- Sim!

. Ele sorri e me beija novamente.

- Aonde está a Déb? – pergunto depois de alguns minutos juntos.

- Na escola, preciso buscá-la. – ele diz olhando em seu relógio de pulso.

- Busque e a traga aqui? – peço.

- Com toda certeza do mundo, eu já venho. – sela meus lábios e sai.

. Logo depois o doutor entra com um sorriso no rosto.

- Fico feliz que tenha dado uma segunda chance ao rapaz minha delegada favorita, conversamos muito e ele te ama...como ninguém! A ama como eu amo Amélia. – seus olhos brilham.

- Quem é Amélia? – pergunto confusa.

- O grande amor da minha vida! – ele sorri. – Um dia, você a conhecerá. – respondeu tocando minha mão.

- Estamos namorando doutor. – digo emocionada.

- Espero que desse relacionamento, saia um casamento e quando você tiver um bebê...eu quero fazer o parto! – ele sorri.

- Fará doutor, fará. – respondo com um sorriso.

- O policial Terra quer vê-la. – muda de assunto.

- Mande-o entrar. – falo autoritária, nem parecia que eu estava em uma cama de hospital.

. O doutor bateu continência com um sorriso e saiu, depois de quase cinco minutos Terra entrou, abraçou-me com ternura.

- Fico muito feliz que tenha voltado minha delegada predileta! – ele sorri. – Não nos dê novamente esse susto. – apertou levemente meu nariz.

- Após levar um tiro, sofrer seis paradas cardíacas, dizer não à morte meu querido acabei de crer que aquele ditado '' vaso ruim não quebra'' realmente funciona, principalmente comigo.- brinco.

- O policial Gustavo ficou louco, ele passou dia e noite aqui com você, chorou como um condenado quando soube que você estava na pior... – ele diz.

- Estamos namorando, descobri que ele é o homem da minha vida Terra, ele errou comigo no passado mas até hoje, meu coração só pertenceu à ele. – digo com os olhos marejados de lágrimas.

- Eu sabia que tinha algo entre vocês. – ele brinca.

- O que temos vai além do amor. – dou um sorriso.

- Tenho uma notícia boa para você. – ele cruza os braços.

- E qual é? – pergunto.

- Conseguimos prender o dono do morro, ele levou o seu tiro, ficou sem um braço mas mesmo assim está na cadeia.

- E seus aliados? – pergunto preocupada.

- Os de menor foram todos para a fundação casa, e o que são de maior foram todos para a cadeia, o morro está limpinho não se vê mais traficantes e tudo isso por causa de você. – ele sorri.

- Dever cumprido! Apesar das circunstâncias agora eu tenho a honra de ser uma delegada.

***

. Passou-se um tempo, até que Gustavo apareceu ao lado da minha pequena que estava com um sorriso lindo no rosto.

- Mamãe você voltou! - ela praticamente pula em cima da minha cama e me abraça.

- Eu voltei minha princesa, mamãe voltou para cuidar de você. - beijo sua bochecha.

- Eu senti tanto a sua falta, a comida do tio Gustavo é tão ruim. - ela diz toda brincalhona.

- Que calúnia. - Gustavo entra na brincadeira.

- Mas agora, a mamãe voltou para tratar de você. - dou um sorriso fraco.

- E de mim! - Gustavo acrescenta.

- Bom, vou deixar a família conversarem em paz. - Terra diz. - Depois eu volto, tenho um compromisso agora. - ele acrescenta, beija minha testa, beija a bochecha da Déb, aperta levemente a mão de Gustavo e se vai.

- Déb, a mamãe quer contar uma coisa pra você, mas eu acho que você não irá gostar. - digo mordendo o lábio inferior, Gustavo me olha.

- Pode contar mamãe. - ela respira fundo.

- Eu e o Gustavo estamos namorando. - respondo com um sorriso fraco, ela dá um pulo e fica séria.

- Eu não acredito mamãe. - ela diz seca.

- O que foi filha? - pergunto confusa.

- Como a senhora pode achar que eu não irei gostar dessa notícia? Eu amei mamãe, agora o tio Gustavo é meu pai não é? - ela diz com os olhos brilhando.

- Só se você quiser que eu seja. - ele responde.

- Mas eu quero! Ah mamãe, essa é a melhor noticia que eu já ganhei desde que sai daquele orfanato. - ela puxa o Gustavo pra perto de mim e dela e nós, nos abraçamos.

- Agora falta uma coisa... - ela diz olhando pra mim e para o Gustavo.

- E qual é? - ele pergunta.

- O beijo de vocês! - ela diz com um sorriso, coro.

- Poxa Déb... - brinco.

- Isso não será sacrifício. - ele diz e deposita um selinho demorado em meus lábios.

- Ah, que lindos mamãe! - ela derrama uma lágrima solitária.

- Por que você está chorando pequena? - pergunto.

- Por quê agora, assim como todas as minhas amiguinhas, eu tenho uma família! - ela sorri em meios as lágrimas.




A DelegadaOnde histórias criam vida. Descubra agora