Capítulo 2

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    Acordei na manhã seguinte com Jonny - meu irmão mais velho de 19 anos -  batendo em minha porta.
    - Lucy! Lucy, abra a porta! - Jonny esmurrava a porta com tremenda força que até pensei que ele a derrubaria.
    Levantei-me e fui até a porta, minha cabeça não doía mais e meu corpo estava completamente bem, me sentia resistente e pronta para uma luta. Abri a porta passando a mão pelos cabelos.
     - Oque foi? - encarei-o
     - Será que podemos conversar agora? - Jonny empurrou a porta e entrou no quarto - Onde você passou a noite ? Quando vim te procurar você não estava aqui! Passei a noite inteira na sala esperando você chegar, e de repente você está de volta! Entrou pela janela foi? - Jonny ficou parado atrás de mim aguardando uma resposta.
     - Não eu não entrei pela janela - me virei para encará-lo - eu ... - eu não conseguia me lembrar como havia chegado aqui, como se minha memória após a entrada na boate tivesse sido completamente apagada, a última lembrança da noite passada era olhar para trás e ver Adam parado em meio a rua sorrindo para mim.
     - Você? Vamos Lucy desembuche! Você passou a noite fora, a noite do seu aniversário, sem dizer ao menos aonde estava!
     - Pensei que eu não demoraria, me desculpe Jon - eu respodi, mas minha mente estava em outro lugar, eu tinha que me lembrar ou entraria em sérios apuros.
     - E então onde você estava ? Com quem? E Deus! Como você chegou aqui? - ele arregalou os olhos.
     - Eu estava com a Clara - precisava bolar algo rápido, se eu contasse que havia ido a uma boate com Clara e Josh provavelmente encrencaria eles também - fomos a festa do Patryck.
    - Uma festa? - perguntou desconfiado
    - Uma reunião, nada muito grande, só umas 10 pessoas - multiplicado por 70 pensei.
    - Sei. Como chegou? - insistiu
    - De carro, eu ganhei um carro esqueceu? Uma linda e maravilhosa BMW X3 - sorri - sem inveja irmãozinho!
    - Por favor, Lucy seu carro não saiu da garagem, eu mesmo verifiquei! Como entrou? Já disse, fiquei a noite toda esperando e não te vi entrar!
    - Entrei pelos fundos - sorri, tentei aparentar mais normal possível mas era difícil, minha cabeça estava mil por hora, quem era Adam? Porque ele me disse aquelas coisas? Quem são os Ovelhas negras e por que diabos eu não me lembro de nada depois da nossa conversa? - não achei necessário acordar você e a mamãe.
    - Tudo bem - Jon respirou fundo - desça o café está pronto. - e então ele saiu.
     Irmãos, revirei os olhos, porque tão controladores? Precisava saber o que havia acontecido, peguei meu celular e liguei para Clara.
    - Alô? - ela atendeu com uma voz de sono.
    - Clara! É a Lucy. - respondi
    - Eu sei Lucy, tenho seu número salvo esqueceu? - bocejou
    - Você está dormindo? - perguntei indignada.
    - Eu estava. Antes de você me acordar sabe-se lá porque. Oque você precisa?
    - Será que podemos nos encotrar? - perguntei
    - Claro. Mas de tarde, preciso dormir mais, são 9 da manhã, e é domingo Lucy.
    - Tudo bem - revirei os olhos mesmo sabendo que ela não estava vendo - as 16 horas está bom para você, Bela adormecida?
    - Perfeito, agora me deixe dormir, até mais. - e desligou antes que eu pudesse responder.
     Educaçao mandou um abraço. Desci e tomei meu café, torradas com geleia de morango e capuccino de chocolate, - que combinação - mamãe não perguntou nada sobre ontem a noite, achei muito estranho, papai ainda dormia, seu turno da noite passada fora cansativo - ele é cirurgião e mamãe advogada - Jonny me encarava como se eu fosse um tipo de adolescente infratora... aquele olhar não agradava. Decidi que ficar ali não seria muito bom. Subi, tomei um banho quente, penteie meus cabelos loiros e os prendi em um coque frouxo, coloquei um short jeans azul claro, uma blusa preta do Bon Jovi ,um all star, meus anéis e passei rímel e lapiz nos olhos - era o que realçava seu tom de verde esmeralda - quando acabei de me aprontar ja eram quase meio dia, significava que o almoço logo estaria pronto, desci as escadas e vi um bilhete em cima da bancada que tinha escrito "Lucy", abri-o  "Mamãe e eu fomos almoçar fora, precisamos de um tempo juntos, logo viajo novamente. Beijos Jon. PS : tem lasanha na geladeira e não se preocupe com o papai, ele não despertará antes das 16 horas. "
    - Não acredito! - gritei e respirei fundo - muito adulto da sua parte Jonny! - revirei os olhos, eu sabia que aquilo era uma forma de me punir por mentir. Logo ele iria para Londres de novo e tudo voltaria ao normal.
      Peguei as chaves do carro e fui até a lanchonete da Julls que ficava a três quadras de casa. Assim que entrei no carro sintonizei na rádio e tocava " Hozier - Take me to church" era uma musica legal. Parei o carro em frente a lanchonete e avistei Julls - ela era uma antiga amiga da minha mãe, sempre adorei sua companhia - desci e fui em direção a entrada. Quando passei pela porta Julls veio até mim e me abraçou.
     - Lucy! Como você está querida? - sorriu
     - Oi Julls - sorri levemente - estou ótima - dei de ombros, naquele momento eu não queria conversar sobre como eu estava, nem sequer sabia como - vou ficar melhor ainda se você me preparar uma de suas maravilhosas tortas de amora!
     - É pra já! - ela se dirigiu à cozinha
   Me sentei em uma mesa mais distante possível das outras, peguei meu celular e olhei as horas, 12:50. Após 45 minutos Julls me trouxe a torta, comi lentamente saboreando cada pedaço. 14:00 horas, entrei no carro e mesmo sabendo que estava cedo fui para a casa de Clara com a estranha sensação de estar sendo seguida por uma Mercedes prata, dei a volta em alguns quarteirões até que não a vi mais.

Nascidos das Sombras  Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora