Capitulo 13

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Aron me levou até um lugar que se parecia com uma cozinha, exceto por conter um sofá e uma televisão.

- O que você quis dizer com " de quem ela é filha"? - perguntei
- Isso conversaremos depois que eu voltar. Agora espere aí que vou buscar seu jantar. - Aron saiu pela porta antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

Eu estava aflita, ansiosa e meu estomago nao estava em uns de seus melhores momentos. Abaixei a cabeça sobre a enorme bancada, implorando que tudo aquilo se explicasse logo, estava em um devaneio quando ouvi um barulho e me virei. Aquele garoto magro de cabelos loiros estava agora se aproximando de mim.
Como era mesmo o seu nome? Bren... Brans?

- Olá! - deu as devidas saudações e se sentou ao meu lado - como você está?

Estranhei como ele olhava para mim como se já nos conhescessemos. E sua resposta quanto a disso deu a entender que ele notou como eu o olhava de forma estranha.

- Oh! Sinto muito! - ele falava de uma forma rápida e engraçada, diferentemente do garoto que se apresentou para Aron no salão. - Eu me chamo Cristopher, pode me chamar de Cris! Todo mundo me chama de Cris. Pra falar a verdade acho que eles se esquecem que me chamo Cristopher... - agora ele aparentava falar consigo, como se pensasse em voz alta.
- Cris - sorri, cortando o que ele dizia - legal! Mas... Se você se chama Cristopher porque Aron te chamou de Bren... Eu não sei o que? - perguntei
- Sim! Sim! - ele parecia animado - esse é meu irmão! Breddy.
- Oh! Vocês são gêmeos! - disse em voz alta me negando a acreditar - aqui tem muitos irmãos an!? - sorri
- Sim! Mas eu sou mais legal que meu irmão. - Cris não tirava o sorriso do rosto um segundo se quer, eu estava começando a gostar dele - Breddy faz a pose de " eu sou um cara forte, um descendente diferente " - ele usou uma voz engraçada para dizer aquilo - tudo isso para puxar o saco do Aron. Você sabe, por que ele é o líder todos querem ficar próximos dele. - ele encarava o chão - por causa disso ele tem vários falsos amigos.
- Falsos amigos? O que você quer dizer?
- Nada! - ele se apressou a dizer - Enfim! Só vim até aqui para dizer que sinto muito por sua perda Lucy! Você é legal.
- Obrigada - sorri - você também. Mas... que perda? - perguntei sem entender.
- Oh você sabe! Mesmo nao sendo verdadeiros, perder os pa...

Antes que ele pudesse terminar sua frase Aron entrou no cômodo já gritando por seu nome.

- Cristopher! - parou diante dele
- Parece que alguém lembra como é meu nome. - sorriu sem graça
- Eu tenho certeza que o seu irmão está precisando da sua ajuda. - Aron falava com autoridade, e não se parecia com um conselho e sim uma ordem.
- Eu duvido - seu semblante era de tristeza - ele sempre diz que eu estrago tudo.
- Vai. Cristopher. - encarou-o

No instante seguinte Cris se levantou e seguiu para a porta sem dizer nada.

- Ei! O que foi isso? - questionei - ele só estava sendo gentil! E isso parece ser raro por aqui.
- Sinto muito. - colocou uma bandeja em cima da bancada - esse é seu jantar, soube que gosta de lasanha. - sorriu

Abri a bandeja e havia uma montanha de lasanha.

- Oh! Isso é muita lasanha - rimos - obrigada.
- Qualquer coisa que precisar.

Nos encaramos por alguns segundos até que ele se sentou ao meu lado e começou a falar.

- Então - esse começo me dizia que nada que eu gostasse sairia de sua boca, e eu estava certa - eu tenho que sair.
- Sair? Pra onde?
- Lá fora.
- Sério? Muito esclarecedor. - disse irônica
- Eu tenho que ir. Resolver algumas coisas. Estão eu volto e você pode me perguntar o que quiser. Eu prometo. - pegou minha mão e apertou, devolvi o aperto.
- Certo. Eu fico no quarto com Adam até você voltar.
- De jeito nenhum. Você não vai ficar no quarto. - franziu o cenho.
- Porque não? - protestei

- Bem - balançou a cabeça - você precisa aprender algumas coisas.

- E eu tenho certeza que seu irmão é um ótimo professor - sorri

- Eu duvido - refletiu - Enfim, você vai ficar com a Mary.

- O que? - gritei

Eu não podia acreditar que Aron me queria junto daquela garota que me olhava como se fosse me matar.
- Ela me odeia! Por favor. - implorei

- Lucy, ela não te odeia. Só não confia em você. - riu

- Ótimo! Eu também não confio nela, então não vamos ficar juntas. Qual é!

- Sim vocês vão ficar juntas - seu tom indicava que não seria fácil fazê-lo mudar de ideia - ela é uma ótima professora, e é apenas dois anos mais velha que você.

- Então como ela pode ser uma ótima professora? - questionei

- Porque o meu pai era um homem bastante poderoso. - uma voz seca escoou pelo cômodo

Virei-me na cadeira e encostada no batente da porta estava Mary. Desta vez não vinha com nenhum vestido arrasador, estava com uma calça e uma jaqueta de couro preta, que deixava um pouco a mostra seu decote. Seu cabelo ruivo estava solto, com ondulados incrivelmente naturais, usava uma quantidade absurda de lápis nos olhos e batom vermelho nos lábios, nos pés como esperado uma bota de couro preta.

- Ela realmente gosta de preto - sussurrei

Aron se levantou antes que alguém pudesse dizer alguma coisa

- Chegou cedo - andou em sua direção - isso é bom. - olhou para mim - Ela precisa aprender muitas coisas.

- Você fala como se eu estivesse no terceiro ano do ensino médio e não soubesse a formula de bhaskara. - encarei-o

- Ensino médio - contemplou Mary andando até mim - eu prometo não ser a pessoa que enfia os calouros em armários.

- Bom... Eu acho. - disse

- Estou mais para os que enfiam suas cabeças em privadas. - abriu um largo sorriso, deixando a mostra seus dentes brancos.

- Já chega Mary - Aron puxou-a pelo braço

- Só estou brincando um pouquinho amor. - depositou sua mão com enormes unhas no peito de Aron - senti sua falta. - sorriu

- O.K! - desvencilhou-se de seu toque vindo em minha direção - Eu tenho que ir. Você vai ficar bem - virou-se para Mary - Eu prometo.

Apenas sorri em resposta, meu estomago não me permitia dizer nada, não sem vomitar.

- Só mais uma coisa...

Permaneceu em silencio por um tempo até que Mary disse:

- Ok. Estou saindo. - andou até a porta - vejo você em breve filhotinho. - abanou a mão sem ao menos olhar para trás.

- Ela me chamou de filhotinho - arqueei as sobrancelhas - você realmente acha que vou ficar bem?
- É só encenação - balançou a cabeça - no final você vai gostar dela.
- Eu duvido. - sussurrei
- Enfim, agora preciso ir. - esticou suas mãos para mim - me acompanha até a garagem?
Sorri e segurei firmemente em suas mãos. De alguma forma eu sabia o que ele estava prestes a fazer.


Nascidos das Sombras  Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora