No instante seguinte estavamos de mãos dadas em uma garagem.
- Mais uma coisa - disse baixo - não se esqueça que todos aqui pensam que meu irmão está morto, entao. - arregalou os olhos.
- Não mencionar Adam, entendi. - fiz que sim com a cabeça.
- Ótimo - sorriu
- Pronto? - um garoto de pele escura e bastante musculoso saiu de dentro de um carro que me era bastante familiar.
- Sim Clarke, já estou indo - voltou-se para mim - Ele também é um descendente.
- Esse carro? - perguntei
- O meu carro. - afirmou - porque?
Uma Mercedes prata elegante.
- Tenho que ir - Aron foi em direção ao seu carro
- Você me seguiu - aumentei a voz devido a distância entre nós.
- Várias vezes! - gritou de volta e sorriu. - Até mais!
Sorri.- Ele volta logo - pulei de susto.
Mary estava parada ao meu lado.- Você me assustou - ofegante protestei
- Nós nos teletransportamos. - afirmou
- É... me esqueço as vezes que vocês tem poderes.
- Nós temos poderes Lucy - apontou para mim e para ela - e você precisa aprender logo a usá-los se quiser continuar viva. - Mary segurou em meus ombros e no instante seguinte estavamos se volta a cozinha.
- Coma. Quando acabar me chame em sua mente e blá blá blá. - saiu
Sentei-me no banco e comecei a comer a imensa montanha de lasanha, só então percebi o quanto estava faminta. Assim que terminei de comer fiz de tudo para não pensar em Mary, mas não foi o suficiente.- Vamos, temos muito que conversar - Mary segurou firmemente em meu pulso e nos instantes seguintes estavamos em um quarto.
- Onde estamos? - exigi saber
- Em um quarto - ela caminhou até a cama e se sentou. - meu quarto.
O ambiente era semelhante ao quarto de Aron, mudava apenas alguns detalhes, como por exemplo a cor das paredes, dessa vez embebidas em dourado e branco - achei que sua cor preferida era preto - a distribuição dos móveis era semelhante.- Porque dourado? Acho que paredes pretas combinaria mais com seu estilo gótica conceitual - provoquei
- Engraçadinha - Mary fingiu um sorriso - Enfim! Finalmente estamos sozinhas. Pode começar a me atacar com suas perguntas ingênuas.
- Ingênuas? - arqueei apenas uma sobrancelha
Mary piscou bem devagar como se tivesse todo o tempo do mundo - de fato tinha - e se levantou fazendo um movimento com as mãos. Em seguida uma poltrona felpuda na cor vermelho sangue estava ao meu lado.
- Pergunte - insistiu.
- Ok. Já que insiste. - dei um falso sorriso
- Sente - se - uma poltrona exatamente como a dela apareceu atrás de mim me obrigando a sentar-se nela.
- Bom... - eu não sabia o que perguntar.
Depois de tudo que ouvi e vi eu estava anestesiada e de repente tudo parecia normal para mim, as perguntas haviam desaparecido.
- Já que você não quer perguntar eu pergunto - sorriu - Onde conseguiu o anel?
- Que anel? - franzi o cenho
- Aquele anel que estava usando quando veio até Aron.
- Oh! - arregalei os olhos - aquele anel.
Eu não podia dizer nada sobre Adam, mas não podia mentir, afinal ela poderia entrar em minha mente se desconfiasse de
algo e então saberia de tudo.
- Bom... Um dia eu entrei em meu carro e lá estava ele no banco do motorista. - sorri
Mary segurou o riso.
- E onde ele está agora? - questionou
- Aron o pegou. - menti
- Certo. - cruzou as pernas - Lucy, você tem alguma idéia de a quem pertencia aquele anel? - arqueou as sobrancelhas
- Não - menti novamente
- Adam. - quando ela pronunciou seu nome senti um arrepio na espinha - Irmão de Aron.
- E? - tentei soar como alguém que não dava a mínima
- Você nunca o viu? - Mary soou esperançosa
- Nunca.
Respostas curtas e objetivas Lucy.
- Ok. - abaixou a cabeça.
Eu não devia, mas precisava saciar minha curiosidade, então perguntei.
- Porque você está tão interessada nesse Adam?
Ela me analisou por alguns segundos antes de responder.
- Ele era meu namorado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nascidos das Sombras Vol.1
FantasyMeu nome é Lucy, sou uma garota normal... bem... eu costumava ser, na verdade todas as histórias começam assim, uma garota normal, com uma família normal e uma vida normal, bem cliché, mas sempre somos normais até algo completamente estranho nos aco...