Capítulo 6

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A despedida de Jonny foi tranquila, doia dizer adeus, mas eu sabia que ao passar de um mês ele voltaria, estar perto da familia é crucial para meu irmão.
Ele está no segundo ano da faculdade de medicina em Londres, meus pais estão muito orgulhosos, o que eu mais quero é conseguir entrar para a mesma faculdade e morar com ele na Inglaterra. Todo mundo fala que sou uma cópia na versão feminina, tanto fisicamente quanto na personalidade, eu adoro essa comparação porque adimiro muito meu irmão.
Quando o avião decolou uma lágrima escorreu dos olhos de mamãe.
- Não fique assim querida - meu pai a abraçou - ele vai voltar em um mês.
- Um mês é muito Lucas, sinto tanta falta dele. - ela respirou fundo e olhou para mim e eu sorri - pelo menos tenho minha gatinha aqui comigo - me abraçou
- Vai passar rapidinho mãe - abracei-a
- Vamos - ela me soltou - vou fazer lasanha hoje.
- Oba! Nunca me canso da sua lasanha - ela riu e fomos embora.
Quando chegamos em casa papai foi tomar um banho depois seguiu para a sala, apesar de ser um ótimo pai ele nunca ficava perto por muito tempo, sempre estava descansando ou estudando sobre os casos do hospital, recentemente ele havia dito que uma quantidade enorme de adolescentes apareciam gravemente feridos. Fiquei na cozinha pra ajudar mamãe com o almoço e contei a ela como foi a noite do meu aniversário, ela deu muitas risadas nervosas quando mencionei Adam e não rendeu assunto - é claro que deixei de fora todas as vezes que ele veio ao meu quarto - achei meio estranho mas resolvi deixar para lá. O jantar foi maravilhoso, meus pais perguntaram sobre Clara e o que eu estava achando de ter 18 anos...
Fui tomar um banho quente e confesso que demorei mais que o nescessario, lavei meus cabelos loiros cumpridos e relaxei, começei a pensar em Adam e como tudo aquilo era muito louco, vesti meu pijama de ursinhos, escovei os dentes e deitei na cama, de longe eu pude ver o brilho da pequena pedra azul do anel, sorri e adormeci.
Passaram-se dois dias que o vi, eu usava seu anel todos os dias desde então. Hoje enfim saberia se fui ou não aceita na faculdade de Londres que Jonny estuda. Estava um dia frio então coloquei uma calça jeans, minhas botas e um casaco pesado e é claro meus aneis incluindo o de Adam. Dirigi até o correio para pegar o resultado pois minha casa ficava em um bairro iniciante relativamente longe do comércio central. Desci do carro e quando estava para entrar senti como se alguém estivesse me vigiando, mas aquilo não era importante, entrei e esperei que chamassem meu nome.
Passaram-se quase duas horas até que uma garota ruiva mal encarada me chamou, peguei o resultado e voltei para o carro, quando dei partida avistei do outro lado da praça Adam, ele estava de costas conversando com uma garota alta, morena com cabelos pretos longos até a cintura, desci do carro e fui caminhando até eles, à medida que eu me aproximava notava que a garota era incrívelmente bonita, olhos azuis, rosto delicado com traços finos, ela estava muito bem vestida, com um short curto, meia calça preta, botas de couro marrom e uma blusa cavada larga vermelha, com uma jaqueta da mesma cor, o que mais chamava atenção eram suas curvas - eu não sou reta, mas essas curvas são de invejar qualquer um - já Adam estava de costas com uma calça jeans preta e uma blusa xadres de azul e preto - oque era estranho, nunca o vira usar nada sem sua jaqueta de couro - me aproximei e toquei seu ombro.
- Oi A... - quando o garoto se virou, Deus! Ele era completamente igual ao Adam, exceto pelos olhos e a expressão facial, seus olhos eram de um azul bem claro, quase cinza e seu olhar não era sombrio e assustador como o de Adam. Demorou pra ficha cair que eu o examinava boquiaberta - desculpe... Você... Oque aconteceu com seus olhos? - foi a única coisa que me veio em mente.
- Oi - ele pareceu apreensivo e olhava freneticamente para a garota ao lado - desculpe, você me conhece?
- É que você se parece muito com um amigo meu ele ... - foi quando me lembrei sobre o irmão que Adam mensionara... Ele esqueceu de acrescentar o simples fato de que eles eram gêmeos. - deixe para lá - dei um falso sorriso e me virei para sair
- Lucy! Espere - ele me chamou. Me chamou pelo nome, e eu tenho certeza que não disse como me chamava.
Me virei
- Como você sabe meu nome? - encarei-o
- Posso explicar - ele andou até mim e estendeu a mão - me chamo Aron eu... - interrompi
- Aron? - arregalei os olhos - ele me disse pra não confiar em você, Deus! Não sabia que você era o irmão! - acusei
- Como? Quem disse Lucy?
- Não se faça de sonso, Aron - acrescentei uma voz de deboche na pronúncia de seu nome - Adam me falou, ele me contou sobre vocês.
- Espere, você conversou com meu irmão? Ele está vivo? - ele me encarou surpreso. Deus! Ele era mais lindo que o irmão, como pode? - quando foi isso?
- A última vez foi a dois dias - passei a mão pelos cabelos - nós...
- Esse anel - ele me interrompeu e puxou minha mão - onde conseguiu isso?
- Ei ! - puxei a mão em protesto - pelo jeito a educação é de família, é melhor eu ir embora antes que você comece a aparecer no meu quarto sem ser convidado.
- Responda! - foi a primeira vez que ouvi a garota falar, ela se aproximou de mim e sussurrou - como conseguiu o anel Lucy?
- Como vocês sabem meu nome? - recuei - oque vocês querem? Eu não sei onde ele está! Não o vejo a dias! - afirmei
- Mary! - Aron interrompeu - fique fora disso, eu resolvo! Espere no carro. - ele arqueou as sobrancelhas para que ela seguisse a ordem, Mary revirou os olhos e se dirigiu para uma caminhonete azul escura parada do outro lado - e então, onde você o conheceu?
- An? - perguntei voltando a realidade - quem? Adam? Não lhe devo explicações. - me virei e sai até que fui interrompida por um súbito aperto no pulso.
- Vamos Lucy - revirou os olhos. Ele conseguia ser mais lindo que qualquer outro garoto que eu ja vira, até mesmo que Adam, embora fossem gêmeos. - nos poupe trabalho, não queremos confusão, acredite. - ele arqueou as sobrancelhas e se aproximou.
- Estamos em um lugar público - minhas mãos estavam suando - não se aproxime de mim eu posso gritar.
Ele se afastou
- Ei, relaxe! Não quero machucá-la, tão pouco te assustar.
- Bom... Não está se saindo muito bem! - olhei para meu pulso que já estava dolorido por seu aperto e arqueei as sobrancelhas.
Então ele me soltou
- Me desculpe... - abaixou a cabeça, era incrível como ele me lembrava Adam, mas sem a parte assustadora e orgulhosa que o tornava um cretino, quando voltou a me encarar completou - sinto muito mesmo, eu não pretendia - pude ver em seus olhos que ele estava sendo sincero
- Tudo bem - respirei fundo - então... Porque você perguntou se ele está vivo? - já que eu estava ali gostaria de obter informações.
- Então ele realmente está? - ele sorriu
- É... - ao meu ver Aron aparentava esperançoso - ele está.
- Onde?
- Eu... Eu não sei, sinto muito, última vez que o vi foi a dois dias... Desculpe - foi quando percebi que Adam nunca mensionara onde morava.
- Ele lhe deu este anel? - quis saber Aron
- Bem ... - pensei a respeito - quase isso.
- Oque exatamente ele lhe contou sobre nós? - franziu a testa
Eu tinha a mesma sensação de que podia confiar nele, mas não sei se mensionar poderes e pessoas denominadas Ovelhas Negras era o melhor a fazer.
- Sobre... Uns... Amigos... - foi o melhor que consegui dizer
Ele sorriu, e pude perceber que seu sorriso era encantador, bem diferente do irmão.
- Oque me diz de tomarmos um café ali na esquina e você me conta mais sobre esses "amigos"? - ele estendeu a mão
- Eu não o conheço, porque deveria confiar em você? - respondi
- Você não conhecia meu irmão e pelo que parece se tornaram grandes amigos. - sorriu - oque me diz?
Respirei fundo e torci para que Aron não fosse tão estranho como o irmão.
- Tudo bem... - revirei os olhos e peguei em sua mão - sejamos rápidos.

Nascidos das Sombras  Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora