Capítulo 11

474 40 1
                                    

Um corredor, tudo que eu conseguia ver, apenas um enorme corredor com início e fim distantes. Paredes em trons escuros com quadros e vasos de flores curiosos, milhares que portas com números gravados uma de frente para a outra - o quarto de Aron era o 01, o que não fazia sentido uma vez que não era o primeiro do corredor - o teto era preto com bordas douradas. Quando olhei para baixo pisava em um tapete vermelho aveludado, todo o ambiente era bastante escuro e formal, como em um castelo. Quando nossos olhares se encontraram fitei seus olhos que alí aparentavam mais claros do que nunca.
- Por aqui - ele disse - vamos fazer uma pequena caminhada - sorriu e começou a andar para o lado direito do corredor, eu o segui.
Após alguns segundos de silêncio Aron resolveu se manifestar
- Creio eu que você estava ansiosa por este momento. - disse sem tirar os olhos do fim do corredor ainda não visível.
Sai do completo transi de admiração por aquele lugar
- Desculpe... eu... este lugar é bastante...
- Estranho? Assustador? - completou
- Não era exatamente o que eu ia dizer - pra falar a verdade era exatamente o que eu pensava, mas depois de notar seu desconforto decidi que aquele momento não era o certo para despertar a Lucy sinceridade total - bem... É bastante interessante.
- Essa é sua forma educada e encantadora de dizer que sim, é estranho e assustador - riu
- Talvez - admiti ironicamente.
- Lucy, suas perguntas... - Aron aparentava mais ansioso para responder minhas perguntas do que eu para faze-las.
- Sim, minhas perguntas - não sabia por onde começar - onde eu estou?
Aron riu
- Na minha casa, que pode ser chamada de sua casa se quiser.
- Isso foi uma cantada? - estava começando me sentir mais a vontade com sua presença, o que significava muitas piadinhas.
- Não - ele riu - esta casa, mais conhecida como mansão, é onde pessoas como nós vivem, onde todos nós vivemos - disse - bom... quase todos.
- Como assim quase todos?
- Existem nós que usamos nossos nomes verdadeiros, existem os ovelhas negras, presumo que ja saiba disso, eles nao usam seus nomes reais...
- Eles - interrompi - usam um nome do mal?
- Não exatamente, são como abreviações do proprio nome juntamente com o sobrenome, ou eu não sei muito bem, é algo confuso - completou
- Bem confuso - franzi o senho
- Existem também os caçadores, que nem todos sao da nossa espécie, existem humanos normais envolvidos.
- Oque os caçadores fazem?
Ele parou e me encarou com as sobrancelhas arqueadas
-Eles nos caçam - voltou a caminhar - é complicado, são nascidos das sombras que não se encaixam nem aqui e nem nos ovelhas negras, então oferecem seus serviços para os caçadores, o que me deixa bastante chateado - coçou a nuca - o único consolo é que a maioria dos que trabalham para eles foram capturados e não se ofereceram para fazerem o trabalho sujo.
Pensei sobre o que acabara de ouvir, era intrigante e bastante questionador, qual eram os poderes dos tais caçadores?
- Estes caçadores - quis saber - possuem algum.... dom... ou não sei... Talvez algum poder, assim como vocês dizem ter?
- Não, como eu disse, são humanos, mas como também já lhe disse, existem descendentes por lá, muitos são capturados por esses humanos e usados como cobaias para experiências, já outros vão por pura diversão, ou rebeldia, ou até mesmo por ódio de nós ou deles mesmos.
- Experiências? Que tipo de experiências?
- Eu não sei, pra falar a verdade nunca estive cara a cara com algum dos caçadores, nunca os segui, a única coisa que sei é que eles são bem espertos para meros humanos, no entando nada me tira da cabeça que estão sendo treinados e comandados por um de nossa espécie, eles sabem muito sobre nós - Aron parecia refletir então completou, parado de frente para uma enorme porta azul marinho - Chegamos.

Nascidos das Sombras  Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora