Capítulo 4

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Entrei no carro e coloquei a chave na ignição, respirei fundo e dirigi até minha casa. Quando cheguei ví que as luzes estavam apagadas, significa que Jonny ainda não havia chegado ou ele já estava dormindo o que eu duvidava porque mamãe nunca dormia antes de 00:00, entrei e acendi as luzes da sala, encontrei outro bilhete ao lado do sofá que lia-se " Querida, precisam de mim no hospital, sua mãe e Jonny voltam antes de mim, estão jantando em um restaurante, beijos papai ! ". Hoje era o dia de me deixarem sozinha, revirei os olhos, precisava de um banho para relaxar e me livrar de todas essas coisas estranhas, subi as escadas e ouvi um barulho vindo do corredor.
- Mãe? - chamei mas não obtive resposta - Jonny? - sem resposta novamente, corri para o quarto e fechei a porta, respirei fundo e quando me virei... Como isso era possível? Oque ele estava fazendo aqui? Como ele sabia onde eu morava? Gritei de susto.
- Shii, relaxe - disse Adam deitado em minha cama - não queremos os vizinhos chamando a polícia não é mesmo?! - ele me lançou aquele olhar maligno com seus olhos de um incrível azul escuro.
- Oque... Oque ... Como? - perguntei-lhe
- Como? - ele se levantou e veio até mim em paços curtos - bem... Depende do que você quer saber docinho. - tentei me afastar mas eu já estava encostada na porta, Adam parou a poucos centímetros, era possível sentir a calor do seu corpo, e Deus! Se ele não fosse tão assustador juro que me apaixonaria.
Adam tocou meu rosto fazendo meu coração acelerar, então ele sorriu.
- Por favor - fechei os olhos - vá embora. Por favor. - quando abri ele não estava mais tão próximo, agora encarando-me se encontrava repousado na poltrona.
- Já mencionei o pequeno fato que não a machucarei? - ergueu uma de suas sobrancelhas
- Como você entrou na minha casa? - me surpreendi com o tom calmo da minha voz - Oque faz aqui?
- Entrei com os pés, pela porta querida. - sorriu ironicamente - só quis ver como você esta.
- Quem te deixou entrar? - me aproximei
- Eu mesmo - nos olhávamos fixamente - e então como você... - o interrompi
- Nada bem - disse áspera - especialmente quando estranhos entram na minha casa como se morassem aqui - dei um falso sorriso.
- Não vou pedir desculpas se é isso que espera. - desviou o olhar
- Sabe oque eu espero? - me sentei em sua frente, derrepente ele não parecia tão assustador assim - que você vá embora - completei lançando-lhe um olhar ameaçador.
- Sabe... - ele me encarou por alguns segundos até se levantar e respirar fundo - incrível! Esse tipo de atitude é o que mais confira que você pertence aos Ovelhas...
- Ah pelo amor de Deus ! - interrompi - eu não sou uma ovelha, nem mesmo uma ovelha NEGRA ! - levantei - Chega, tudo bem? Diga logo o que você quer e vá embora! - gritei
- Lucy, - ele gargalhou tão alto que meu corpo gelou e de repente todo aquele medo estava de volta - meu amor, e seus poderes? Já deram as caras? - sorriu como se tudo aquilo fosse divertido de mais para se conter
- Meus oque? - perguntei sem entender - poderes?
- Sim amor, seus poderes! - ele se aproximou e tocou meus ombros - leu a mente de alguém? Curou algum ferido recentemente? Fez algum feitiço? - sorriu novamente, ah droga! Porque ele não pega esse sorriso dele e... Deus!
- Feitiço? - desviei de suas mãos - você acha que sou oque? Uma bruxa? - perguntei assustada.
Ele gargalhou novamente
- Não Lucy, você não é uma bruxa - ele tocou meu rosto com uma das mãos enquanto a outra abraçava minha cintura e riu - não precisa ter medo.
- Não estou com medo - sussurrei - apenas confusa.
- Lucy, você não consegue esconder nada de mim. - ele sussurrou, nossos lábios estavam tao próximos que quase senti seu toque - eu já li sua mente uma vez, posso ler de novo.
- Oque? - perguntei sem fôlego
- Você é uma filha da sombra, assim como eu. - ele sorriu me beijando profundamente.
Quando me soltou abri os olhos, ele não estava mais em lugar algum, havia sumido como fizera na noite do meu aniversário.
Fiquei sem entender o que aconteceu, levei a mão aos lábios, filha das sombras? Oque ele quis dizer com isso? Poderes... Que poderes? Subitamente tive a sensação de não saber mais quem eu era, tirei os sapatos, deitei na cama e adormeci.
Quando despertei já era de manhã, olhei no espelho e eu estava mais para um zumbi do que para uma humana... Cabelos desgrenhados, maquiagem borrada e roupa amassada. Tomei um banho quente e vesti meu pijama, eu definitivamente não estava afim de sair de casa pelos próximos anos... Deitei na cama novamente e decidi que iria esquecer tudo o que aconteceu desde a noite na boate.

Nascidos das Sombras  Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora