Lua Imortal - Sangue de Prata 《2° Livro》

Capítulo 09 - Tentar!

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♚ Pov Asher ♚

Em algum momento eu teria de encarar a realidade, e pensando bem eu poderia perder Ardena, a Inglaterra poderia perder Ardena, em algum momento nós superaríamos a sua morte, não é mesmo?!

Mas será que a Inglaterra suportaria perder o Rei?

Elisabeth me escolheu porque confiava na minha capacidade de governar esse país, não poderia fugir de minhas obrigações simplesmente por ter perdido o motivo de sorrir.

Meus pés encontram o chão calmamente, enquanto a culpa me corroía.

Caminhei em direção ao hospital, tinha muito a tratar.

Velório, enterro, despedidas, pronunciamentos, seria eu a fazer isso.

O vidro da porta do hospital estava sendo trocado por outro. Os cacos já não estavam mais ao chão e o que restava era apenas os funcionários limpando a bagunça que eu mesmo fizera.

O Dr .Venis me avistou e correu até mim.

- Onde estava Alteza? - perguntou-me aflito.

- Precisava me recompor. Me mande a conta do estrago que fiz, pagarei os gastos.

- Não se preocupe com isso. Mas há uma coisa que precisa saber, ela...

- DOUTOR?! - a enfermeira gritou enquanto uma criança adentrava o primeiro andar coberta por sangue.

O braço da menina nem mesmo podia ser definido como um braço, parecia faltar pedaços.

O médico correu para socorrer a menina que havia sido atropelada, de acordo com a enfermeira escandalosa.

Eles sumiram no corredor a frente e logo me pus a caminhar em direção ao quarto de Ardena para pegar seus pertences.

Andei até a metade do caminho, mas me deparei com a porta que dava acesso ao necrotério.

Olhei pelo vidro e lá estava seus cabelos vermelhos debruçados sobre o fino colchão.

Não parecia real, não consegui dar-me conta de tudo aquilo.

Era como se eu fosse até seu quarto e ela estivesse lá, sorrindo talvez.

Atravessei a porta e parei perto a maca. Alisei seus fios sedosos cor de fogo.

Meus dedos foram de encontro a beirada do lençol.

Eu precisava vê-la.

Desci o lençol até o rumo do pescoço e senti uma lágrima escorregar de meus olhos.

Eu não conseguia acreditar.

Deixei a sala e me encostei na parede, tentando me recuperar.

Meus pés trabalharam mais rápido do que meu próprio cérebro.

Corri em direção ao quarto 1276 e me deparei com algo que almejava ver.