Lua Imortal - Sangue de Prata 《2° Livro》

Capítulo 48 - Retorno

Contagem regressiva
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♚ Pov Asher ♚

A minha respiração saiu silenciosa. Meus olhos atentos me guiavam cautelosamente pelo terreno de terra úmida.

Os pássaros desfaçavam o som do meu coração, o mesmo com meus movimentos lentos e predatórios.

Me concentrei ouvindo sua respiração entre cortada e seu coração acelerado. Mesmo um caçador nato, ainda assim cada caça exigia uma esforço a mais.

O animal pulou de entre uma moita se jogando sobre mim. O empurrei com os pés em sua barriga e o joguei para trás.

Suas garras a fiadas raspavam em minha pele enquanto tentava o dominar. Era um felino forte e rápido, mas quanto a mim, eu era um predador.

Arranquei seu coração sem um pingo de culpa, ele queria me matar, não tinha espaço para compaixão ali.

Era um mundo novo para mim. Viajar nas memórias do passado me levaram a conhecer coisas sobre mim que nem eu mesmo sabia. Os meses que seguiram trabalhei a minha força e minha mente separadamente. Houve momentos em que quis desistir, mas não o fiz. Era preciso ser feito. Eu seria um rei e como um, precisaria colocar a razão frente aos sentimentos. E eu estava sentimental demais. Não era muito bom com a ideia de 'sentir'. Precisava ser calculista e imparcial em minhas decisões. Ser mais como meu avô. Frio e focado. Tudo que eu não estava no momento.

John passava a maior parte do tempo incentivando a minha ira. Desde a me prender em correntes de prata e a me bater com as mesmas.

A cada golpe eu me lembrava do pavor de uma criança. Me recordava de mim. O som do metal contra a minha pele era como uma ativação de memórias e mais memórias.
Trabalhamos a minha força, fazendo exercícios e lutando. Estava voltando a caçar. Gostaria de dizer que eram apenas animais, mas a grande maioria eram humanos. Soldados.

O Almirante estava construindo um monstro, na verdade ele estava apenas o libertando. A parte negra de mim voltou a dominar-me. Loriana por sua vez, tentava de todos os modos ativar minha humanidade. Mas já era tarde demais.

Eu estava me tonando um animal como aqueles que matava.

Nann se foi assim como minha família. Todos partiram, inclusive minha alcatéia que sumiu do mapa. Estavam proibidos de manter qualquer contato comigo, ordens vinda do alfa. Meu pai. Estava claro agora. Eu via o mundo de uma forma diferente. Sendo assim, eu não só dava força a eles como também uma visão de mundo. E logo eles viriam até mim, assim como a minha família.
Nann provavelmente nunca mais voltaria. A professora parecia ser uma boa mulher. Eu havia mandado investigarem todo o seu passado. Ela havia perdido um filho, em um aborto espontâneo. Seu afeto materno seria a base que Nann precisava para seguir com a vida. Me encarreguei de deixá-los uma boa quantia de dinheiro, nunca mais precisariam se preocupar com o âmbito financeiro.

Estava tudo resolvido para a minha partida, menos uma coisa.

- O que faz aqui Asher? - Marie me encarou com um olhar severo se sentando no banco ao meu lado.

Continuei a encarar a estátua de minha irmã na parte central da praça.

- Eu descobri a verdade sobre Allan. E agora todos os seus avisos fizeram sentindo. - confessei ainda encarando a imagem de Nerida petrificada.

- Eu sempre lhe disse que ele não era confiável. - comentou séria.

- E eu ainda estou me perguntando porque me deixou ser enganado por todos esses anos?