Capítulo 11

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Lois caminhou até a porta onde a mulher estava em pé de forma altiva. Mas Lois não se intimida, parada um pouco adiante da mulher, a observava com petulância, enquanto estava com a manta envolvendo seus ombros, que trazia uma proteção providencial contra o vento levemente frio que entrava pela porta, um frio que não se assustaria se tivesse como origem a mulher gélida a sua frente, cuja voz deixava clara tamanha frieza:

- Posso conversar com minha sobrinha em particular, rapaz?

- Sim, senhora. – Nunca um "senhora" fora pronunciado com tamanho desdém.

Assim que Clark sai da sala e sobe as escadas rumo ao segundo andar da casa. Lois encara a mulher enquanto esta entra e senta-se no sofá, sem esperar o convite para entrar ou sentar, pois sabia que jamais receberia.

- Primeiramente, ele não é mais um rapaz. Não sei se a senhora não notou por causa da idade ou fez questão de ignorar tal fato. É mais fácil desdenhar e humilhar um rapaz do que um homem? – Lois pergunta de forma ácida.

- Eu fui educada com ele, não sabia que isso também era humilhação. – A mulher se faz de desentendida.

- Vamos logo direto ao assunto que a trouxe aqui. Por que sei que não é um assunto qualquer que faz a venerável Mary Sullivan descer de seu pedestal dourado. – Lois a desafia, estando de pé o tempo todo, andando pela sala, como um leão enjaulado e enfurecido.

- Me respeite! Pois ainda sou sua tia, Lois Lane! Não se esqueça! E se estou aqui é para ajudá-la! – A tia fala as palavras de forma indignada, enquanto se levanta e encara a sobrinha com o mesmo olhar de indignação.

- Respeitar?...A senhora está aqui por que se preocupa comigo... Eu vi vossa preocupação quando fez meu pai me arrastar daqui do sul a anos atrás, vi vossa preocupação quando fez questão de atrapalhar meu relacionamento com Clark, e eu fiquei esses anos todos me perguntando o que malditamente você ganharia com isso... O que?...Ficou mais rica? Saiu da miséria em que vive agora? Heim? Você melhorou sua vidinha medíocre de festas e bailes?... Pelo menos a senhora perguntou-me se era isso que eu queria da minha vida? – Lois gritava indignada com a tia, era uma fúria guardada milagrosamente por anos, pois mesmo com o temperamento forte, aquilo havia ficado guardado.

- Eu fiz tudo isso para defendê-la!... Acha que nunca passei pelo que você passou?... Eu já tive sua idade, já amei um homem como você amou... Por maldição, ou seja, lá o que for, até nisso nossas famílias devem se encontrar, pois meus pais tentaram impedir, e veja só? Tive um bom casamento, uma vida confortável, um marido amável. Não passei a vida de incerteza que passou Martha Kent, que não sabia se no dia seguinte seu marido voltaria vivo do trabalho na floresta ou se ela teria o que comer no outro dia. Mas parece que o destino tinha que se encarregar de tal fato. Tinha que vir e colocar mais um Kent em nosso caminho... Lois, eu queria salva-la do futuro triste que poderia ter, veja só, você tem uma vida maravilhosa com Bruce, ele é talentoso, riquíssimo, tem uma carreira brilhante, coisa que nunca um caipira sulista dará para você... Viagens à Europa, roupas, tudo que sempre quis... E amor, pois sei que ele a ama muito. – A mulher falava de forma determinada.

Lois ficou em silêncio. As revelações de sua tia haviam sido tantas. Ela sentou estarrecida no sofá, enquanto Mary sentava e a observava enquanto falava:

- Minha tia escondeu as cartas que ele enviava, depois de muito tempo, ela me entregou todas as cartas. Eu já estava prestes a me casar, tive o poder de decidir, mas preferi queimá-las, nem as quis ler para não me arrepender, a ignorância é o melhor remédio que há. E aqui lhe dou a oportunidade de escolher. A mulher retira da bolsa um bolo de cartas e as entrega para Lois, que as recebe com as mãos tremulas.

- Está ai tudo que aquele rapaz a enviou por anos e anos. Seu pai não sabe que as trouxe. Agora você deve decidir. E não tem muito tempo, pois vim avisar-lhe que Bruce está na cidade, no hotel, quando soube que ele tinha vindo para o Sul, deduzi que viria para cá, e deduzi o motivo dele largar tudo para vir, Lex avisou-me do que se passava. Por isso vim para cá sem que Bruce soubesse, vim avisá-la. Pois logo ele saberá onde você está, então sua decisão deve ser tomada logo. Bem, tenho que ir. Pois ele não pode saber que estou na cidade.

A mulher se levanta, caminha até a porta, e antes de sair pode ouvir a voz baixa da sobrinha dizendo:

- Obrigada.

Um "De nada" foi tudo que a mulher respondeu, antes de sair com um pequeno sorriso, deixando duvidas para sua sobrinha, que necessitava tomar uma decisão logo.

Escolhas: Pelo Futuro - Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora