Capítulo 5

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NOVA YORK

Bruce andava de um lado a outro da sua sala de estar, olhava para o telefone, estava nervoso, já eram dez horas da noite e Lois ainda não havia ligado para ele, ela tem sido pontual em suas ligações. Estava intrigado, pois não podia ter perdido a hora durante o jantar, ou feito nada além da hora, pois a cidade era pequena e não oferecia muitas atrações para uma mulher solteira. Logo pegou o telefone e ligou mais uma vez, entre tantas ligações só naquela noite, para o hotel: 

- Hotel South Dream! 

- Alô! Eu sou Bruce Wayne, que ligou a pouco, gostaria de saber se a hospede Lois Lane já chegou. – Pergunta com a voz educada, escondendo sua preocupação. 

- Senhor, a como já lhe disse, a senhorita Lane levou a chave do seu quarto, então a única forma de saber é vendo o carro dela no estacionamento, mas este não se encontra lá. – Responde o senhor de idade, solicito. 

- Tudo bem, obrigada senhor Morrison. Assim que encontrá-la dê meu recado para ela, diga-lhe que tive que dormir cedo, que tenho trabalho amanhã, mas que ao acordar ela deve ligar para meu escritório. O senhor poderia fazer este favor? 

- Claro senhor Wayne. Darei o recado assim que vê-la. – Responde educadamente, enquanto anota o recado. 

- Obrigada, senhor! Tenha uma boa noite! – Agradece Bruce. 

- Boa noite para o senhor, Tchau! – O senhor se despede encerrando a ligação. 

- Tchau! 

Mesmo assim, Bruce não conseguia se acalmar, e andava de um lado para o outro da sala, pensativo, alguma coisa ele tinha perdido, sua memória de advogado raramente perdia algo, e seus instinto dizia que algo estava estranho naquele atraso. Lois não tinha conhecidos no Sul, desde que se conheceram ela ou a família nunca tinham mencionado o lugar, ela nunca viajou para lá, é muito estranho. 

De repente, como em um estalo, veio na sua mente a lembrança de uma conversa, durante um dos cafés após o jantar, que a tia de Lois, tinha comentado algo sobre o Sul, então a frase foi se formando em sua mente, de forma nítida gradativamente: "Felizmente nos livramos daquele sulista". Lembrou-se também dos olhares de pura condenação, como se Mary tivesse falado algo completamente inapropriado, e foi o único momento que ele ouvira aquele comentário. Um comentário, que o deixou inquieto, que fazia com que ficasse mais nervoso, e ele nem podia ir para o Sul, tinha uma causa importantíssima para defender amanhã, e estaria amarrado a ela por essa semana toda, e aquilo o deixava nervoso, sentia-se impossibilitado de agir, começou a pensar em todas as alegações que poderia utilizar para adiar o julgamento, mas não conseguia ver solução. 

Os passos de um lado para outro da sala tinham cessado, agora estava diante da janela, pensando em Lois, ela não poderia traí-lo daquela forma, a única pessoa de fora da sua redoma de vidro em que ele confiará, e estranhamente amara, mesmo cheio de reservas, mas ele fizera isso. 

Será que ela seria mais uma pessoa querida que ele perderia? Será que estava acostumado com tal realidade, com tal possibilidade? O pior de tudo, é que ele sabia que ela o amava, mas aquela imbecil sensação ruim, e aquele horrível sentimento de ciúme que o tornava fraco e humano o incomodava, o deixava irritado, pois lembrava da sua fraqueza. Mas ele remediaria isso, nem que fosse com uma ligação pela manhã. E para enlouquecê-lo mais ainda, aquele comentário não saia da cabeça.

Escolhas: Pelo Futuro - Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora