Capítulo II

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Marcos Castro


Após um fim de semana na night, minha disposição na segunda era zero, mas como nunca tive problemas com segunda-feira, elas eram minhas recordações de que tudo que vivi no fim de semana foi real, sorri quando acordei e vi a mulher nua que dormia na minha cama. Minha cara de ressaca valeu à pena.

— Bom dia — ela falou despertando. 

— Bom dia — falei ajeitando a gravata. 

— Eu pensei que a gente ia tomar café juntos... 

— Não dá... — qual o nome dela?gata, eu tenho que está no escritório em quinze minutos. Mas se você correr para o banheiro agora eu te deixo no ponto de táxi. 

 Já tinha visto aquela cara muitas vezes e sabia muito bem o que ela significava: ela deveria me achar um babaca. Mas não foi disso que ela me chamou quando estava na minha cama há algumas horas atrás, juro que não entendo as mulheres, eu não prometi nada além de um bom sexo... e cumpri. Do que elas reclamavam? 

 Quando estacionei o carro perto do ponto do táxi ela ainda fez uma última tentativa.

 — Nos vemos hoje à noite? 

— Eu tenho seu número e te ligo — ela desceu do carro, batendo a porta do meu bebê com força. Filha da puta.

Cheguei ao escritório e fui direto para a copa na esperança de encontrar alguma comida preparada pela dona Francisca, afinal eu havia saído de casa sem tomar café. 

— Que cheiro de café delicioso é esse? — falei entrando na copa e me dirigindo para perto da dona Francisca que preparava café.

— Bom dia para você também Marcos — provocou Thalita. 

— Bom dia gata — falei já com minha xícara de café em mãos. Abocanhei um croissant que ela segurava em uma das mãos, fiz isso de modo que minha boca tocasse seus dedos. Ela reagiu na hora.

 — Porra Marcos você não colabora — ela sorria enquanto falava — mantenha-se a dois metros de distância de mim, seu vira lata no cio.

 O comentário dela provocou uma crise de risos em Cátia que cochichava algo com Mateus num canto da copa. Thalita havia se afastado e se encostado na bancada de mármore, está usando um vestido preto na altura dos joelhos e um terninho laranja por cima. Me aproximei lentamente, pela sua cara de espanto ela entendeu que eu responderia o seu comentário, a minha maneira. Seus olhos se arregalaram com minha aproximação.

— Não, Marcos! — esticou as mãos em minha direção na tentativa de se proteger. Abaixei suas mãos contra seu corpo e cheguei perto o suficiente para que nossas respirações pudessem ser sentidas uma pelo outro.

— Podem continuar, estou adorando a cena e sei quem mais adoraria — ironizou Sara que havia acabado de entrar, mas pelo comentário já deveria está a espreita, observando há algum tempo.

 — Viu só seu babaca — ela pousou o dedo sobre meu peito — agora o escritório vai achar que estamos tendo um caso — ela bufou me empurrando.

— E não estamos? — me fuzilou com o olhar e eu prossegui — nossa amizade é o caso mais tórrido que essa empresa já teve — respondi enquanto pegava minha pasta e seguia calmamente para a saída. 

— Isso é verdade — gritou Cátia. 

 Cheguei à nova sala que divido com a Thalita com ela pisando firme atrás de mim.

— Vai diz de uma vez, antes que afunde o piso de madeira polido do seu amado chefinho. Se foi pela brincadeira... 

— É a reunião, a irmã dele vai assumir hoje a presidência e acho que ela não tem uma boa impressão a meu respeito — ela estava nervosa, nunca a vi apreensiva antes de uma reunião. 

DESTINO - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora