Capítulo VI - Parte II

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Fernanda Albuquerque

Meu irmão tinha razão quando disse que a agenda de um presidente era exaustiva. Passava os dias enfurnada dentro do escritório, só lembrava de almoçar porque a Cátia fazia questão de praticamente me empurrar porta afora quando descobria que eu ainda não tinha almoçado. E hoje era um desses dias, sexta-feira, tentava dá conta de todas as tarefas para não acumular para a semana seguinte, quando a Cátia entrou na sala.

— Fernanda, já são quase duas da tarde e você ainda nem levantou dessa cadeira.

— Estou sem fome — respondi sem olhá-la, mas minha barriga me denunciou, será que ela ouviu?

— Tudo que a Albuquerque's não precisa é de uma presidente que desmaie com fome. Trinta minutos não vão te atrasar.

— Você tem razão — assenti, levantando da cadeira — agora me diz onde encontro algo decente por aqui por perto.

— Tem um bistrô há algumas quadras, o lugar é refinado.

— Do jeito que meu estômago protesta, até um hot dog cairia bem.

— E ainda disse que não estava com fome...

— O que seria de mim sem você Cátia? A propósito dá uma olhada na minha agenda e vê o que pode ser cancelado, amanhã quero tirar o dia de folga – falei pegando minha bolsa.

— Finalmente – ela sorriu.

Saí da sala e fiquei aguardando o elevador, estava usando óculos escuros e me atualizando das fofocas das minhas amigas no grupo do whatsapp. Eu ri, enquanto visualizava um vídeo mandado pela Gabi: um homem tocando piano e cantando completamente nu.

— Está indo almoçar? — levei um susto ao ouvir aquela voz.

— Oi. — falei me recuperando.

— Não tive intenção de te assustar. — Marcos falou com maldito sorriso nos lábios.

— Não assustou, só estava distraída – respondi fria, guardando o celular na bolsa. E esse elevador que não chega... finalmente.

— Não respondeu a minha pergunta. — entrou comigo no elevador.

— Que pergunta? – dei uma de desentendida.

— Se está indo almoçar.

— Sim. – falei secamente.

— Conheço um restaurante a algumas quadras daqui.

Que homem insistente.

— A Cátia já reservou um para mim — ele sorriu e continuou me encarando, foi a descida mais longa da minha vida, por sorte eu estava de óculos escuro e mantive meu olhar para frente. Finalmente chegamos ao térreo.

— Eu não mordo Fernanda Albuquerque. — disse interrompendo minha saída do elevador.

— Você já me disse isso e eu já te respondi que costumo andar com focinheiras. — o sorriso dele se transformou numa gargalhada, tive ódio, não tinha contado uma piada para ele ter aquela reação.

— Qual o problema de almoçar com um funcionário? – ele não desistia.

— Nenhum desde que eu queira. – falei

— Então é pessoal, o problema.

— Ainda não, mas passará a ser se você não me dá licença. Se não notou o elevador está preso porque você não me deixa passar. — Ele saiu de frente da porta e fez uma falsa reverência para que eu passasse.

Segui pisando firme enquanto caminhava em direção ao meu carro. Eu escutei seus passos me seguindo, parei abruptamente e o fuzilei.

— Calma — falou sem tirar o sorriso do rosto — meu carro é aquele ao lado do RS7, há dias estou tentando descobrir quem é o dono desse carro foda — sorri ao notar a qual carro ele se referia, era o meu. Tenho um Audi RS7, meus irmãos vivem me enchendo dizendo que eu escolho carros que demonstram poder, não é bem isso que define minha escolha, esse Audi foi paixão á primeira vista, adoro carros e esse me ganhou pela tecnologia e design, escolhi o vermelho para tornar minha escolha ainda mais poderosa, porém sexy.

Entrei nele e vi pelo retrovisor que Marcos encarava a cena embasbacado. Acelerei e sair cantando pneu, talvez agora ele tenha entendido quem era a foda da história.

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O clima esquentou entre Marcos e Fernanda!!

Quem será o foda da história!? Façam suas apostas  kkkkkkkkkk

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