Que o mundo pereça em desgraça

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Dan estava sentado na poltrona ao lado da cama de Lucy, seus olhos estavam completamente vermelhos e mais e mais lágrimas caíam, seu coração parecia estar sendo banhado em larva quente e seus ossos moídos até se tornarem farelos. Preferia levar três tiros a sentir aquilo.

Imagens do quarto em chamas tomaram sua mente,Lucy deitado no meio dele,mal percebeu quando cruzou o fogo e correu até ela,ela estava sorrindo,um sorriso sincero e puro. Isso o fez estremecer. A pegou no colo e ouviu Mat gritar em desespero,o mundo parecia sumir ao ver a coisa que ele mais amava a beira da morte. Lucy segurou sua camisa com força e disse,com uma voz penosa e depressiva :

- Tem um demônio dentro de mim,eu tentei,mas ele é mais forte que eu. - Uma lágrima de sangue rolou por seu rosto,seus olhos se feixaram e o sorriso se desfez. Depois tudo pareceu acontecer em piloto automático.

* Mat pegar Lucy dos seus braços em desepero e correr até o carro
* Todos entrarem dentro do carro em pânico
* Dom dirigir em alta velocidade enquanto Clary tentava fazer um feitiço de cura na irmã
* A surpresa do feiticeiro ao ver Lucy naquele estado.
* Apenas o feiticeiro e Lucy na sala
* Luzes estranhas saindo pelas brechas da porta

A porta se abriu e Clary entrou,tinha o rosto completamente manchado de rímel e parecia arrasada. Quem não estaria?
Dom e Mat vinham andando ao seu lado,tinham a mesma cara devastadora. Caos era pouco para definir aquele momento.

- Como ela está? - Mat perguntou,abraçando Clary com força,Dan abriu a boca mas nada saiu,lágrimas voltaram a descer. Dom se aproximou de Dan e colocou a mão sobre o seu ombro em forma de conforto.
- Calma,a nossa Lucy vai ficar bem,sempre fica. - Não tinha tanta firmeza na voz.
- E se ela não fica? Eu não posso perder ela.
- Não vamos perdê - la!! Ela vai ficar bem,sei que vai!! - Clary gritou.
- Olha só pra ela,com toda essas coisas em volta ...
- São elos de magia,para ajuada - la a ficar bem. - Dom suspirou e encarou a amiga.
- Será que ela quer mesmo ficar bem? - Dan disse,a voz rouca e desesperada.
- Como assim? - Dom o encarou.

Dan suspirou, secou o rosto e segurou a mão de Lucy carinhosamente. Ele a amava,como jamais pensou que amaria alguma garota e faria tudo para vê - la feliz,até perdê - la para a morte.

- Esse maldito sangue demoníaco estava acabando com ela,ela odiava isso,odiava ser o que era apesar d'eu tentar convencê - la de que muitas pessoas a amavam assim,como ela era. Ela disse pra mim um vez,que ... - Sua voz falhou,encarou Lucy com tristeza.
- Que o quê? - Mat perguntou levemente nauseado.
- Que queria morrer. Que era tudo o que queria. - Completou em gaguejos. - Que queria ver seu pai novamente e Jonny mas nem isso poderia pois demônios não vão ao céu.

A sala pairou em silêncio, Clary abraçou Mat com mais força e Dom sentou ao lado de Dan como se suas pernas já não mais o sustentassem. Seus corações estavam sendo fuzilados um por um,e a dor era insuportável. E aquela frase, aquela frase foi como uma bomba

"Demônios não vão ao céu"

- Mas eu preciso dela. - Clary sussurrou.
- Todos precisamos. - Mat estava tentando se manter forte.
- Você devia ter falado sobre o símbolo na barriga dela, talvez pudéssemos fazer alguma coisa !! - Clary lançou um olhar furioso para Dan. - Talvez nada disso tivesse acontecido!!
- Clary, não é hora de brigar. Vamos tentar ficar calmos.
- Calmos Matthew? Calmos? - Gritou. - Eu estou quase perdendo a minha irmã e você me pede calma? Ela estava fora de sí, ela gritou para que a deixassemos lá, no fogo. Há algo de errado com ela,essa não é a minha Lucy, a Lu nunca desistiria,nunca!!!
- Ninguém é de ferro. - Dom socou a parede. - A Lucy é a pessoa mais forte que já conheci,mas ela não podia aguentar tanta dor assim.
- O que fazemos? - Mat sentia - se tonto,como se o mundo estivesse brincando de pião com ele. - Não podemos ficar de braços cruzados.
- O que podemos fazer agora é esperar,esperar e ver o que acontece. - Dom suspirou. - Deus sabe o que faz.

Três semanas depois ...

Dan estava sentado no mesmo sofá, as enormes olheiras estavam a mostra,a cara era devastadora e perdera vários quilos em poucas semanas. Encarava Lucy com melancolia e chorava,seus olhos pareciam nunca voltar a cor normal,sempre o mesmo vermelho por conta das lágrimas.

Repousou a xícara de café na mesinha ao lado e encarou a ruiva,seus cabelos baguncados,a pele pálida, nenhum movimento sequer em seu corpo além da respiração. Olhar para ela daquele jeito era como morrer todos os dias de um jeito sempre diferente e pior que o anterior.

Estava focado em seu rosto quando viu suas pálpebras se mecherem,primeiro pensou ser coisa da sua cabeça mas ao ver que não seu peito se encheu de esperança, sorriu ao ver aqueles olhos verdes o encarando mas eles eram mortos não faiscantes como costumavam ser.

- Corra!! - Foi tudo o que disse antes dos seus olhos ficaram completamente pretos,nenhuma outra cor sequer a vista. Dan quase pulou do sofá, os cabelos ruivos tomavam uma tonalidade negra, sua pele clarinha tomava um aspecto estranho e a pequena garota se transformou em um demônio enorme e macabro,com um sorriso sangrento nos lábios.

A maldição começava alí ...

Minha namorada é um demônioOnde histórias criam vida. Descubra agora