Prólogo

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Para LucySValentine e Aless_Winchester, obrigada por aturarem minha tagarelice e estarem ao meu lado.



Esta é a história de uma garota que ainda tinha esperança.

No meio de toda essa escuridão, ainda encontramos esperança, em Charlotte ela ainda vive. Esperança de que as coisas podem melhorar, de que o mundo pode não ser tão sombrio quanto parece - aliás, ela mal o conhece. Esperança.... Que bela palavra. Poucas pessoas de fato reconhecem o que ela é, é impossível não ter nem um pingo sequer de esperança, porém, às vezes ela está tão bem escondida que não conseguimos encontrá-la no meio de tanta maldade, e muitas vezes nós mesmos a escondemos.

Charlotte vive com seus pais e seu irmão numa das diversas Comunidades que existem em todo o mundo, mas não se engane, Comunidades é apenas um nome bonito para descrever o lugar em que vivem. Uma prisão. Naquele lugar a vida era monótona, na verdade nem poderia se dizer que aquilo é uma vida. Só os mais antigos sabem o que é viver de verdade. As coisas ainda estão meio confusas, mas se acalme, caro leitor, iremos achar um caminho.

Pode-se dizer que vivem numa espécie de prisão, onde todos pagam por um crime que ninguém cometeu. Na verdade, pagam por um crime cometido a muito tempo, porém com o passar do tempo as coisas são esquecidas até não passar de um certo boato ou lenda. Um muro enorme de metal cerca-os, o muro é tão alto que não é possível ver seu topo. Há apenas um portão para a entrada e saída de alimentos e coisas do tipo, existem diversos guardas ao redor do muro e uma área de no mínimo três metros é preenchida com cercas elétricas.

Todos pagando pelo mesmo crime, presos ao lugar em que nasceram, presos aquela vida. Regras e mais regras os cercavam, a qualidade de vida era escassa na maioria das vilas (ou comunidades, chame do que quiser, são só formas mais bonitas de se chamar aquelas prisões), as pessoas não podiam sair de suas casas, apenas para o trabalho, e alguns poucos para o estudo, já que alguns não tinha esse direito.

Quantas vezes nos esquecemos o valor de uma vida? O valor da liberdade? Quanto custa a liberdade? Por que aquelas pessoas não podem ser livres? Por quais crimes pagam? O que fizeram? As pessoas não mais se lembram. As pessoas deixaram de lutar. Simplesmente aceitam aquela vida, fadados a infelicidade, enquanto outros comandam.

Mas há uma conspiração. Ninguém sabe ao certo, onde ou quem são, só sabem que existem, pessoas que não deixaram de lutar, e que ainda lutam pelo bem de todos, e é isso que esperamos.

Há pessoas livres, que não pagam por aquele crime, pessoas que seguem e fazem suas próprias regras, e eram essas que comandavam tudo aquilo. Ninguém de fato os via, eles sempre permaneciam no centro do mundo, observando e mandando. Eles criaram aquele terrível sistema, onde somente os Semiatan, como se chamavam, poderiam viver livres, enquanto o resto do mundo, os Tortuos, viviam presos. Os Semiatan eram apenas 20% da população mundial.

Mas, a ignorância é um mal que corrompe a todos, com o passar do tempo as pessoas esqueceram de como é viver, como é poder escolher sua profissão, seu modo de vestir, e tudo mais que implica com escolhas.

Charlotte diferente das outras pessoas imaginava que aquele não era o jeito certo de viver, ela queria fazer a diferença nesse cruel e terrível mundo, mas isso é muito arriscado. Viver é muito arriscado. Mas não se preocupe, eles não vão morrer. Ainda.

A Menina da ConspiraçãoWhere stories live. Discover now