Capítulo Quatro

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Charlotte acordou de um sonho ruim. Ela via as inicias J.L.C. em todas as paredes, todos os objetos, e até em si própria, mas a parte ruim do sonho foi encontrar seus pais e seu irmão mortos, e neles também estavam gravados como tatuagens as iniciais J.L.C.

Ela se sentou na cama e colocou os pés no chão, a imagem de sua família morta ainda era vívida em sua mente. Ela se levantou e foi tomar banho, se jogou em baixo da água fria tentando esquecer aquilo. Logo foi tomar café da manhã, percebeu que o sol ainda não tinha nascido e que seu pai ainda estava lá, junto com sua mãe, Jack provavelmente dormia em seu quarto.

- Bom dia, querida, acordou cedo. - Seu pai disse, e sorriu ternamente para ela.

- Bom dia. - Ela retribuiu o sorriso. - Não sei porque acordei tão cedo.

- Não faz mal. - Sua mãe disse.

Seu pai estava comendo seu pedaço de pão, ele puxava pedaços bem pequenos e os levava a boca. A algum tempo Charlotte não o via de manhã cedo, geralmente, ele passava em seu quarto antes de sair e lhe dava um beijo, mas ela não acordava.

- Charlie, pode pegar um pouco de água para mim, por favor? - Seu pai pediu.

- Só um minuto. - Ela pegou uma das canecas e abriu a torneira, demorou um pouco para enchê-la, mas não havia tanta pressa. - Aqui. - Ela lhe entregou.

- Obrigada.

Charlie sentou e pegou o seu pedaço de pão e começou a comer, da mesma forma que seu pai fazia. O silêncio era agradável, ora ou outra seu pai piscava para ela ou sorria de lado. Sua mãe, ao lado de seu pai, tinha outra feição, parecia mais feliz, e os sinais da velhice que chegavam desapareciam completamente.

- Meninas, agora tenho que ir. - Ele se levantou, deu um breve beijo em Eileen, e foi até Charlie, que se levantou e o abraçou. Um abraço bem apertado.

- Te amo, papai. - Ela disse baixo.

- Eu também te amo, filha. - Ele sorriu. - Agora tenho que ir, fiquem bem.

Ele seguiu para a porta e saiu. Parecia que uma luz tinha saído da casa, a feição de Einlee mudou lentamente. O silêncio que seguiu era um tanto estranho, até que ouviram passos e viram o pequeno Jack vindo até elas com o cabelo todo bagunçado.

- Bom dia, pestinha. - Charlie sorriu para ele.

- Bom dia, Chartinha! Bom dia, mamãe! - Ele pulou no colo de Eileen.

- Bom dia, filho.

O garotinho pegou seu pedaço de pão e começou a comer. O tempo passou até que rápido, o sol nasceu e Charlotte se levantou para ir para a escola.

- Eu tenho que ir. Até mais! - Ela disse e abraçou sua mãe e Jack num abraço de urso, fazendo eles rirem.

Charlotte saiu e começou a caminhar. O sol aquecia seu corpo devagar, era uma sensação boa. Ela começara novamente a pensar naquele terrível sonho, ela desejara não lembrar dele, mas como já disse, ela não conseguia mandar em sua mente, que o trazia à tona mais uma vez.

Mas um barulho lhe chamou atenção, passos. Ela não teve coragem de olhar para trás no primeiro instante, mas quando o fez, viu aquele mesmo guarda que passara por ela no dia anterior. Ela não podia correr, sabia que se corresse, ele o faria também. Ela andou o mais rápido que pode, porém ouviu as passadas largas do homem a alcançarem.

O homem finalmente a alcançou e a puxou pelo braço para uma rua minúscula que mais parecia um beco.

- Me solta! - Ela gritou.

A Menina da ConspiraçãoWhere stories live. Discover now