Liguei para Donna para saber como ela estava, pois mais cedo estava sentindo umas dores nas costelas.
-- E aí, menina? Como você está?
-- Liguei para a médica, pois não "tava" aguentando de tanta dor. Ela receitou um analgésico e agora as dores estão passando.
-- Não é melhor você ir a um hospital amanhã?
-- Se não diminuir a dor até amanhã, eu vou sim. Não se preocupa, está tudo bem.
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No dia seguinte, passei pela minha empresa e vi que já estava agendada para a próxima semana a reunião com a Destor. Depois fui para a Grasoil. Entrei na sala onde eu e o Dago trabalhávamos e Catarina ocupava a mesa dele.
-- Boa tarde, Catarina!
Ela olhou-me e abriu um sorriso, logo lembrei do que Dago havia me falado sobre suas desconfianças.
-- Oi, Cléo! Ontem você não veio, aconteceu alguma coisa?
-- Nada. Só fiquei colocando as coisas em dia na minha empresa. Eu ia passar à tarde, mas não deu. Na realidade o programa já está caminhando e eu devo colocar alguém aqui como meu preposto. Tenho outro contrato e preciso ficar atenta para não acontecer nada errado.
-- Ah! Mas já? Eu ainda estou me inteirando. A Sra Brandão me colocou para substituir o Dagoberto até ele retornar. Você não vai me deixar na mão, vai?
Sorri. Acho que o Dagoberto colocou caraminholas na minha cabeça, pois eu olhava a menina e ficava imaginando coisas sobre o interesse dela por mim. Isso não ia dar certo.
-- Pode deixar que não vai ser tão rápido assim. -- Sorri novamente.
-- Acho que a Sra Brandão quer falar com você, pois ligou ontem e hoje já ligou duas vezes te procurando. -- Meu sorriso murchou.
-- Deve querer saber como vamos conduzir até o Dagoberto voltar.
Sentei em minha mesa e abri o laptop.
-- Não vai ligar para ela?
-- Ela deve estar ocupada, se me chamar novamente eu atendo.
Comecei a trabalhar e depois de algum tempo, Catarina abriu a planilha do planejamento em seu computador. Pediu para que eu explicasse a ela, alguns pontos que ela não estava conseguindo entender. Fui até sua mesa e me pus de pé ao lado de sua cadeira. Ela me apontava e eu explanava sobre as metas que eu e Dagoberto traçamos. Em dado momento, percebi um erro na planilha e me apoiei sobre a mesa para olhar melhor a tela. Tentava entender de onde uma das metas tinha saído, pois não casava nem com a área relacionada nem com os objetivos. A porta abriu de repente. Quando dei por mim, vi que os olhos de Catarina estavam praticamente enfiados em meu decote e ela deu um pulo assustada. Mantive-me imóvel, porém olhei em direção a porta. Sophia estava de pé, olhando para nós duas com um olhar de "serial killer". Imaginem como fiquei. Querem saber? Fiquei exultante e não movi um músculo da minha posição. Não havia feito nada e se a pequena "Scarlett Johansson" colocou os olhos onde não devia, não tinha nada com isso.
-- Sim? Precisa de alguma coisa, Sra. Brandão?
Falei de minha posição, ainda apoiada à mesa. Minha cara não era das melhores e parecia que o rosto dela assumia um tom avermelhado, mas como sempre, sua expressão não se alterava.
-- Quero conversar com você, Srta. Boaventura. Esperarei em minha sala.
Falou em tom baixo, como sempre, porém firme. Antes de sair olhou fixamente para Catarina e virou-se sobre o salto, deixando a porta aberta. Olhei para a cadeira e parecia que o encosto e o corpo de Catarina tinham se soldado em uma coisa só. Quase gargalhei, pois seus olhos estavam arregalados e sua respiração suspensa. Desapoiei-me da mesa e caminhei calmamente em direção à porta. Virei-me antes de sair.
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Diferentes?
Literatura FemininaEu era feliz? Tinha uma vida "supostamente" perfeita. Era noiva, minha empresa estava em ascensão, mas tudo estava uma droga. Meu noivo era um encostado e eu tinha feito a burrice de colocá-lo na minha empresa como meu assistente. Na verdade não se...