...Quando estouraram o cativeiro, Marcos percebeu a invasão, mas se encontrava longe da menina que havia capturado. Não teve tempo de buscar a garota para usá-la como escudo e adotou uma ação ousada que foi ir de encontro aos invasores, no caso, os policiais. Escondeu-se atrás de uma porta e reconheceu Lucy como a parceira de Beth. A ira o tomou e covardemente atirou nela escondido pela penumbra do portal, pegando-a desprevenida. Tudo que fez foi apenas para chamar a atenção dos outros policiais para aquele cômodo. Em seguida, atravessou-o correndo, contando que a polícia retardasse a ação ao ver a policial caída. Deu uma ligeira parada e pegou a arma de Lucy ao lado de seu corpo jogando a sua de calibre menor sobre ela. Pulou logo em seguida, a janela do cômodo escapando da ação policial. Apesar de a rua estar cercada, ele pulava o muro entre as casas despistando assim os policiais, até conseguir ganhar terreno para fora daquela comunidade.
Ele pensou certo. Quando Beth viu Lucy caída, parou sobre seu corpo tentando ver onde a companheira havia sido atingida. Marcos havia atirado no seu peito, mas o colete a protegera. No entanto, o impacto a derrubou e ele deu o segundo tiro na perna atingindo uma artéria fazendo Lucy perder muito sangue. Beth percebeu que a companheira estava morrendo com a hemorragia. E para sorte de Lucy, a policial fez um torniquete com pedaços de lençóis que havia sobre um sofá velho. Pela atitude pensada rapidamente de sua companheira de trabalho, Lucy se salvou da morte por pouco.
-- Vamos Lucy, você consegue! – sussurrou. -- ALGUEM ME AJUDA A LEVÁ-LA AO HOSPITAL?! – Gritou para que seus colegas ajudassem a carrega-la para seu carro.
Enquanto levava Lucy para o hospital, Beth tentou me ligar várias vezes sem sucesso, para me avisar sobre Marcos e sua fuga. Ela achava que ele podia tomar uma medida desesperada e... ela estava certa. Lembram que eu estava com Sophia ao telefone? Pois é, quando eu retornava a ligação, era ela que estava com o celular ocupado atendendo algum colega policial que ligava para passarem as suas coordenadas e avisar de suas ações na perseguição. O resto da história vocês sabem.
...................
Tínhamos voltado para a casa em Itacoatiara. Eu dormi a tarde toda e levantei à noite só para comer. Retornei ao quarto e dormi novamente acordando no dia seguinte para o café. Sophia estava extremamente cuidadosa e eu, cansada de tudo que nos aconteceu ao longo deste tempo. Acho que por isso me permiti dormir tanto. Voltei para o quarto após o café expulsa por minha noiva que me levou mais tarde o almoço na cama. Ela me fez deitar novamente com seu jeitinho mandona de ser. Já não aguentava mais ficar deitada e afinal de contas, eu não estava em estado terminal, não é verdade? Levantei, tomei um banho e coloquei um vestido leve. Fui andando pela casa e achei Sophia no escritório. Ela estava sentada à frente do laptop, acredito que para ver seus e-mails e olhar o que estava acontecendo. Eu havia chegado de mansinho e fiquei parada durante um tempo escorada na porta. Olhei-a durante alguns minutos sem que ela percebesse a minha presença. Cada vez que eu tinha a oportunidade de olha-la sem que ela me visse, eu a contemplava. Reparava em todos os seus traços, seu rosto, a forma de se portar, de sentar, seus gestos. E cada vez que o fazia me impressionava mais o magnetismo que ela emanava. Ela levantou seu olhar para mim.
-- Ei! – Ela falou.
Ficamos nos encarando durante um tempo com um leve sorriso em nossos rostos. Sophia colocou um cotovelo sobre a mesa e apoiou seu queixo sobre a mão. Abriu mais o sorriso e perguntou:
-- Há quanto tempo está aí?
Olhei para baixo desviando meu olhar. Havia momentos, em que ela ainda me deixava tímida, principalmente quando me inquiria sobre observá-la.
-- Algum tempo...
Falei um pouco sem graça e ela sorriu mais aberto.
-- Não acha que devia estar descansando?
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Diferentes?
Chick-LitEu era feliz? Tinha uma vida "supostamente" perfeita. Era noiva, minha empresa estava em ascensão, mas tudo estava uma droga. Meu noivo era um encostado e eu tinha feito a burrice de colocá-lo na minha empresa como meu assistente. Na verdade não se...