A missão do arcanjo.

Capítulo 6

Calum

Estou muito bravo com ela por ter me pedido um beijo. Eu estou mais bravo ainda por querer beijá- la.
Droga.
Ela não disse uma palavra desde que saí pela porta noite passada.
Olho para Sam concentrada no volante, ela é tão linda. Preciso explicar meus motivos, ela tem que entender.
- Sam? - percebo que seu corpo fica tenso.
- Hum.- ela responde, pelo menos é um começo.
- Você sabe o que são os Nefilins? - ela apenas assente.
- Quando um anjo tem um relacionamento com uma humana e isso gera um bebê, esse anjo é um expulso do céu e o bebê corre um grande risco de ter ou sangue anjo, ou sangue de um caído, e nesse ultimo caso ele se torna um demônio.- explico.
- E porque você ta me falando isso? - diz ela.
- Bom, quando um anjo se apaixona ele também é expulso. Perde suas asas e ainda corre o risco de perder toda sua humanidade.
- Como assim " sua humanidade"? - ela pergunta dessa vez com interesse.
- Quando um anjo é expulso, na queda ele perde as asas, e tem uma grande chance de perder sua humanidade, ou seja, ele pode se tornar um demônio.- a olho sério.- Um ser sem alma.
- Tudo isso só por se apaixonar? - ela pergunta incrédula.
- Não somos privilegiados como os humanos.
- Você ta me falando isso por causa de ontem a noite? - ela pergunta depois do que me pareceu uma eternidade.
- Não e sim, eu poderia te beijar se quisesse, eu só não posso me apaixonar.- respondo.
- Mas eu não pedir pra você me amar, Calum.- ela diz irritada.
- Eu sei, mas você é muito especial Samantha. Não sei se conseguiria apenas usá- la.
Ela suspira.
- Tudo bem então, espero que as coisas não fiquem estranhas entre a gente.- ela me da um sorriso forçado.
- Eu também espero, Sam.- encosto a cabeça na janela do carro, se o que eu fiz foi certo, por que não me sinto aliviado?

Samantha

Depois daquela conversa com o Calum, as coisas voltaram ao normal, ou quase.
Desligo o chuveiro,ouço a porta abrir.
- Samantha? - chama Calum.
- Estou no banho! - grito.
- Bom, se apresse. Vamos sair.- ele grita de volta.
Sair? Enrolo a toalha em meu corpo e saio do banheiro.
- Sair pra onde? - pergunto.
Calum estava olhando bela janela, do nosso pequeno quarto de hotel. Quando ele ouve minha voz se vira, ele me olha e seu corpo fica tenmim.-Ele me olha de cima em baixo.
Ops, esqueci que estou de tolha, sinto meu rosto esquentar de vergonha.
- Me desculpa ... eu .... me desculpa ... - olho para Calum que continua parado me olhando, seus olhos viajam devagar pelo meu corpo, me sinto mais envergonhada ainda.
- Desculpa. - digo mais uma vez e corro pro banheiro.
Encosto na porta já trancada, não acredito que fiz isso, ele deve estar achando que sou uma oferecida!
Pego minhas roupas que estavam em cima da pia e as coloco.
Olho no pequeno espelho a minha frente e começo a pentear meu cabelo. O olhar de Calum quando me viu me vem a cabeça .... ele me olhou com desejo, tenho certeza.
Um sorriso involuntário chega aos meus lábios, faço uma trança mau feita nos meus cabelos negros, e saio do banheiro onde Calum me espera.
- Pra onde vamos? - tento agir como se nada tivesse acontecido.
- Vejo que agora está vestida.- ele diz seco.
Ele está com raiva?
- Responda a minha pergunta.- digo ignorando seu comentário.
- Vamos na casa de uma amiga.- ele pega meu casaco em cima da cama e joga pra mim.- Vista isso.
- Mas está calor.- respondo.
- Vamos voar, Samantha. Vista logo o casaco.- diz ele impaciente.
- O que deu em você? - pergunto já cansada de seu jeito.
Ele me olha com seus olhos castanhos, seu olhar viaja pelo meu corpo.
Nada.- ele vai até a janela e abre ela. - Vamos, minha amiga não tem a noite toda.
Visto a droga do casaco com raiva e caminho até ele, que envolve seus braços em minha cintura me levantando do chão.
Apesar de estar ansiosa para voar outra vez com ele, não consigo parar de pensar nessa tal amiguinha que ele está com tanta pressa de ver.

Calum

Olho para as luzes da cidade a baixo de nós. É tão bom voar de novo. Eu estou sempre viajando de carro com Samantha de hotel em hotel, fazia um tempo que não usava minhas asas, e já estava começando a me incomodar.
Essa tarde liguei para Ivy, uma caída. Ela disse que conhece alguns feitiços que o humano pode estar usando para não ser rastreado pelos anjos.
Ivy teve a sorte de continuar com sua humanidade e ainda por cima com alguns poderes.
Éramos colegas, ela se apaixonou por um dos nossos, e esse também se apaixonou por ela, os dois foram expulsos.
Vôo por entre as árvores, seguro Samantha mais forte, ela suspira. Sinto uma enorme vontade mais não sei do que, me senti assim também quando vi Sam saindo daquele banheiro só com um pedaço de pano cobrindo seu corpo.
Afasto esses pensamentos.
A visto de longe a cabana onde Ivy me diz para encontra - lá.
Chegando lá aterrisso no chão, solto Samantha com relutância, é tao bom a sensação de ter ela tão perto de mim.
- É aqui? - ela pergunta apontando para a cabana a nossa frente.
Era um lugar bonito, uma casa branca, com o quintal bem cuidado e escondida na natureza. Bem a cara de Ivy, ela era um anjo da primavera.
Antes que eu pudesse responder a porta da casa se abre. Uma mulher alta, com os cabelos longos e de um louro pálidos quase branco, quando ela me vê sorri e vem em minha direção e me da um abraço apertado.
- Calum- ela diz com o rosto enterrado no meu pescoço.
- Ivy.- respondo sorrindo.- ela se afasta e me encara com seus olhos azuis.
- Como você está?- ela pergunta pra mim.
- Ótima e você? - ela se atira em meus braços de novo. - Que saudade.- ela diz ainda me apertando.
Me afasto sorrindo. - É bom te ver também.
- Então ... - alguem começa, é Samantha.
Droga me esqueci que ela estava aqui.
- Ivy essa é Samantha, a garota que te falei.
- Prazer. - responde Sam entendendo a mão para minha amiga.
Ivy com seu jeito todo carinhoso ignora sua mão e abraça.
Sorrio. Sentia saudades dela.
Ivy se solta de Samantha e nos convida pra entrar.
Samantha passa por mim e esbarra em meus ombros com força.
Ai. O que deu nela?

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