A missão do arcanjo.

Capítulo 3

Samantha

Logo depois do garoto anjo me dizer que íamos voar e me pegou no colo eu gritei muito. Gritei mais ainda quando ele abriu a janela e simplesmente se jogou dela.
Mas por incrível que pareça, nós voamos. Ah, é uma sensação indescritível voar.
Estamos quase chegando no local onde meu carro está, e percebo que estamos cada vez mais perto do chão, me aconchego mais em seus braços. Sinto uma coisa diferente.
- Vamos descer? - sussurro, nem tenho certeza se ele ouve.
- Vamos.- ele responde em uma voz rouca. Menos de um minuto depois, nós pousamos.
Ele me coloca no chão, fico parada um pouco absorvendo tudo que acabou de acontecer. Caramba, ele é mesmo um anjo.
- E então?- pisco, percebo que ele está falando comigo.
- Você é mesmo um anjo.- digo finalmente.
- Como eu disse. - ele responde sarcástico .- O que você vai fazer agora depois dessa grande descoberta?
Preciso pensar, posso usar isso tudo ao meu favor, estou a meses procurando demônios pra descobrir mais informações sobre a morte de meu pai. Sempre a mesma coisa. Torturar, interrogar e matar.
Até que uma ajuda divina seria bem vinda.
- Então, você está aqui na terra para me proteger e descobrir o que meu pai sabia antes de morrer?- pergunto tentando parecer inocente.
- Sim.
- Você tem sempre que estar comigo e me impedir de fazer besteira?- contínuo.
- Sim- dessa vez ele responde cauteloso.
- Então é só juntar o útil ao agradável.- digo sorrindo.
- Desculpa acho que não entendi.- ele diz confuso.
- Podemos trabalhar juntos. Eu também quero achar o que matou o meu pai, podemos fazer isso juntos.
- Não, você vai voltar para sua casa e vai viver sua vida humana normalmente e mesmos perigosamente possível. Estamos entendidos?- ele pergunta sério.
Droga.
- Você não manda em mim. - digo com raiva.- E não tente atrapalhar minha vingança.
Ele não responde, apenas me olha como um pai lidando com um filho birrento.
Sinto a raiva fervendo em minhas veias, e vou direito ao meu carro.
Vou fazer da missão desse idiota um inferno. Aliás percebo derrepente que só o trato como " ele" .
- Como é seu nome?- pergunto antes de entrar no carro.
- Calum.
Dou de ombros e entro no veículo, dou a partida e saio depressa.
Mais tarde na estrada penso na sensação de voar com Calum e uma frase de Leonardo da Vinci uma vez disse:
“Quando você tiver provado a sensação de voar, andará na terra com os olhos voltados para o céu, onde esteve e para onde desejará voltar.”. Bom, eu concordo com ele.

Calum

Uma semana se passou desde que recusei o pedido de Samantha de sermos uma dupla, e ela tem feito de tudo pra torna meus dias um inferno.
Minha vida desde então está resumida em salvar aquela garota.
O fim pra mim foi ontem quando ela entrou em um covil de demônios desarmada e tive que usar toda minha força pra acabar com eles antes que acabassem com ela.
Agora aqui estou eu esperando ela sair de um bar para dizer que aceito sua proposta.
Aceito em partes, porque é claro que vou fazer todo o trabalho sujo e fingir que ela fez algo, não posso colocar minha missão em risco por causa de uma humana teimosa.
Olho para a porta do bar e Samantha sai acompanhada de uma cara. Ele a pega pela cintura , ela da um sorriso sedutor.
Sinto um nó no estômago mas o ignoro, mesmo assim não consigo desviar o olhar.
O cara se inclina e a beija, sinto uma raiva inexplicável me invadir.
Acho que já é hora de ir embora, pelo visto ela não precisa da minha proteção pra nada.
Foi então que ouço um grito, sem pensar corro em direção ao casal, empurro o cara no chão.
- O QUE TA FAZENDO?- ouço uma garota grita. Olho pra trás e é Samantha, ela parece brava? Eu acabei de salvar ela.
- Você ta mesmo gritando comigo? - pergunto confuso.
- É CLARO! PORQUE VOCÊ ATACOU ELE? - ela grita com raiva.
- Você gritou ! Achei que estava em perigo.
Nesse mesmo momento um grupo de adolescentes passa do nosso lado, e uma garota grita. Do mesmo jeito que ouvi antes.
Merda.Merda.Merda.
Sinto um calor subir no meu rosto.
- É ... você pode me soltar? - olho para o rosto do homem que estou apertando a garganta.
Solto rapidamente ele, e meu constrangimento só aumenta.
Olho para o rosto da minha protegida, e ela está rindo! Que atrevimento!
Saio com raiva pela rua, o que está acontecendo comigo?
- Ei ! Espera.- Sinto alguém pegando em meu braço.
- O que você quer? - pergunto rudemente.
- Falar com você, desculpa por ter rido. Você estava só tentando fazer seu trabalho, obrigada.- Olho para seus olhos verdes e vejo sinceridade neles.
- Tudo bem.- respondo. E posso ver por cima de seus ombros o cara que a pouco estava a beijando indo embora.
Meu humor melhora cem por cento.
- Então ... Quer me fala uma coisa? - ela me pergunta .
- Vim dizer que aceito sua proposta. - digo finalmente.
E o que eu menos estava esperando acontece.
Ela me abraça.

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