14 anos

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O tempo passou bastante e muita coisa mudou entre a gente. A principal foi que eu me mudei. Ainda éramos amigos, sempre que eu viajo durmo na casa de um dos dois porque não tem graça ir pra lá pra jogar de dia. A noite é nossa,ficamos "imorriveis" durante a noite. E foi numa dessas noites de jogos que aconteceu o momento mais tenso que já passei.
Estava tudo indo perfeitamente bem,eu havia ido dormir na casa de Caio mas Gabriel não pôde ir pois iria viajar no dia seguinte. Jogamos muito mesmo,até umas 5 ou 6 horas da manhã,mas eu não tava mais aguentando e chamei ele pra irmos deitar.
-Caio,daqui a pouco tua mãe acorda. Se ela ver que estamos acordados a gente se fode,vamos dormir.
-Vamos pro quarto,vou levar o notebook,quero jogar mais uma antes de dormir.
E assim fomos,deitei e fiquei de olhos fechados,imóvel mas acordado. Aí que a coisa começa a ficar estranha. Assim como todo jovem,Caio tem momentos íntimos também e ele como não é burro decidiu aproveitar que eu estava "dormindo" pra se masturbar. Aí que está o pequeno problema,eu não estava dormindo. Ouvi uns barulhos estranhos na cama dele,e fui burro o suficiente pra levantar e ver oque era. Não foi nem um pouco agradável ver aquela situação. Ele ficou em choque e eu também. Oque mais me chocou foi que ele estava assistindo pornô gay. Caio nunca pareceu gay para ninguém, ele sempre foi bem masculino. Ninguém sabia sobre ele e a reação dele foi desesperada.
-Puta que pariu!- disse ele tentando se esconder de min e abaixar a tela do notebook ao mesmo tempo.
-Meu deus...desculpa cara não queria ter visto nada.-eu estava morrendo de vergonha mas vi que ele estava mais então tentei acalma-lo.
-Por favor não conta pra ninguém, eu imploro.-falou ele com uma voz chorosa.
-Oque? Eu nunca sairia por aí falando pros outros que você é gay,e mesmo que eu fosse não faria diferença você é foda cara e isso não é um problema.
-Você não entende...- falou ele com os olhos já começando a lacrimejar.- eu não queria isso pra min.
-Ta tudo bem. Calma.- nessa hora eu já não sabia oque fazer ou falar só não queria vê-lo chorando. Mas não demorou muito ele desabou,não por eu ter visto,mas por finalmente poder dividir esse fardo com alguém. Ele se arrumou,eu subi pra cama dele e começamos a conversar.
-Você é o único que sabe disso,por favor não conta pra minha mãe, nem pra ninguém.
-Não precisa se preocupar,eu sou seu amigo,nunca faria isso com você.
-Desculpa,eu só to com muito medo. Minha vida é uma merda por eu ser gay e olhe que ninguém sabe, imagine se alguém descobre. Fudeu!
-Sua vida não é merda.
-É sim,eu estou só, não tenho ninguém...
-Você tem a min.- o clima ficou um pouco estranho com essa frase mas simplesmente continuamos.
-Mas...você não me entende,é mais complicado do que parece. Não é uma escolha e...
-Caio,eu te entendo sim.-interrompi,tomei coragem e simplesmente soltei oque estava no meu peito a muito tempo- eu também sou gay.
Aquelas palavras eram pesadas...finalmente eu estava mais leve.

Um lindo infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora