Pouco tempo

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Desde aquela noite que tudo mudou pra min. Aquele garoto que um dia era só um estranho,um lindo estranho,chegando numa festa na piscina havia se tornado o amor da minha vida. Sim eu me atrevi a usar esse termo.
-Fabinho!- ele me chamou tentando me acordar. Eu abri os olhos e lá estava ele vestindo seu melhor sorriso. Ai como eu amo aquele sorriso,é um sorriso que diz "você me deixa feliz" sem usar uma palavrinha sequer.
-Bom dia.- fui beijá-lo mas ele recuou.
-Bom dia oque?
Não entendi de princípio mas a ficha caiu.
-Bom dia,amor.- ao ouvir o "amor" foi quase como um automático e involuntário o beijo. Aquela manhã foi normal,tomamos café, jogamos um pouco e fomos para a casa de Gabriel depois do almoço. Nos esforçamos muito para não parecer estranhos mas eu falhei. Eu não parava de sorrir para Caio. Ele jogando, mesmo não me dando atenção ele me enlouquece com seu jeitinho único.
Aquela tarde nós estávamos inspirados para curtir ao máximo já que eu voltaria para Patos na manhã seguinte. Fizemos de tudo: jogar,comer pizza,irritar a irmã mais velha de Gabriel, passear com os cachorros (ou melhor,botar os cachorros pra brigar com cães de rua). Que dia bom,pena que acabou. No meu último momento com Caio nós procuramos um lugar para ficarmos a sós mas não achamos,até que:
-Eu queria deixar esse lugar para um dia especial mas com você todo dia é especial,então siga-me verme insolente.
-Como ousas duvidar da minha magia de tornar coisas especiais seu mortal?- nós rimos e eu o segui pelas ruas. O caminho era aparentemente de sua casa mas passamos direto da rua. No final de uma rua muito charmosinha com casas fofas e banquinhos na frente nós avistamos uma espécie de praça. Era uma praça normal,pequena mas era normal.
-Porque você queria que eu só viesse aqui em uma ocasião especial? -ele suspirou,como se preparasse para contar uma longa história.
-Era aqui que eu vinha para pensar quando era mais novo. Na mesma época que Gabriel nos apresentou eu costumava vir aqui com uns amiguinhos da rua só ora ficar sentado esperando o sol baixar.
-Meu deus que garoto solitário.- falei em tom sarcástico,olhei de um lado para outro rapidamente só para certificar que estávamos a sós e o beijei- Vamos meu anjo,vamos sentar e existir como você fazia,só que agora comigo.- sorri pra ele com o meu sorriso que mais o apaixona,um sorriso que parece de uma criança inocente animadinha com um passeio sem graça que a fazia ver um mundo mágico onde não há.
-Não vai embora,fica.
-Não me pede. Já tentei me esconder para ficar aqui mas minha mãe nunca me esquece.
-OK,mas promete continuar fazendo especial toda vez que vier me visitar?
-Vou te dizer meu segredo.- cheguei perto só ouvido dele e sussurrei- eu nunca me esforcei pra tornar nada especial. Apenas "a con tese".
Aquele dia foi inesquecível para min. Dessa vez não me senti mal por ir embora. Sabia que o veria novamente e principalmente sabia que por mais estranho,louco,assustador,difícil de acreditar,duvidoso que pareça, Deus,ele realmente me ama. E Caio,se você tiver a feliz chance de ler esse livro que dedico a você espero que não reste dúvidas meu bem,eu te amo.

Um lindo infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora