Emily (ATUALMENTE)
- Sabe Emily, você deveria sair mais - ela diz pela milésima vez desde que chegamos - conhecer gente nova, se apaixonar quem sabe.
Bufo. Ela sorrir.
- Eu espero que você se apaixone tão perdidamente, que você tenha um ataque - suas palavras são abafadas pelo provador. Estamos no shopping a mais de 3 horas e ela ainda não decidiu o que usar no baile de inverno. Qual é a dificuldade em escolher um vestido?
Para os humanos, essas coisas eram como uma batalha entre vida e morte e eu não fazia ideia do por quê.
- Você poderia me explicar novamente o por quê de eu ter aceitado ajudar você? - questiono frustrada, eu realmente deveria estar em outro mundo.
- Porque somos amigas, dã - ela grita de dentro - está pronta?
- Tanto faz - digo, entediada
Quando ela sai do provador, esta usando um vestido longo branco com alça estilo cigana e com alguns detalhes brancos parecendo flocos de neve, caindo do corte da cintura ate a barra, o que realçou a bela forma da minha amiga. Falando nisso, Anne é minha amiga humana desde que mudamos para essa cidadezinha no norte da Europa, na verdade, ela e Lívia foram as únicas que se aproximaram de mim. Lembro como nos conhecemos, agora em que momento nos tornamos amigas é muito difícil de entender.
- Oi! - duas morenas se sentam na minha frente no refeitório, não estava com paciência para tentar socializar com humanos.
- Desculpe, essa mesa não esta vaga - respondo as encarando friamente, o que normalmente funcionava.
- Sabemos, prazer meu nome é Anne - a mais alta fala e aponta para a morena baixinha - e esta aqui é Lívia. Seu nome é Emily certo?
Aceno minha cabeça.
- Somos colegas de turmas - a baixinha que se chamava Lívia responde.
- E então? - ela questiona, tirando dos meus pensamentos
- Sabe, ficou ótimo e se você disser que não gostou e quer ir em outra loja, eu realmente irei matar você. - se ela ao menos suspeitasse o quão facilmente isso poderia ocorrer, ela não estaria gargalhando com a minha fala.
- Não se preocupe, eu amei - ela pega na etiqueta e seu olhar fica triste - mas não posso levar, é muito caro.
- Não se preocupe, peguei o cartão do Alan - digo, dando um sorrisinho, mostrando o pedaço de plástico preto que tinha o incrível poder de abrir portas.
- O que? Não posso aceitar isso - ela volta para o provador.
- Não importa, o Alan não se importa e se ele se importasse, eu não ligaria mesmo.
Desde que ele descobriu um dom para negocio noturnos e construiu seu próprio império em cassinos, dinheiro nunca seria problema para a nova família dele. Que consequentemente deveria ser considerada a minha '' família'' também.
- Não posso aceitar, eu nem o conheço e já somos amigas a um ano e meio - Ela faz biquinho, amuada.
Puxo o vestido que estava pendurado no braço dela e vou correndo para o caixa, a mulher que me atende ri da cara dela ao meu lado. Assim que passo o cartão e finalmente saímos do shopping, paramos numa sorveteria próxima para descansarmos. Logo o garçom aparece para pegar os nossos pedidos. A sorveteria era bastante bonita, com aquele estilo vintage dos anos 60/70.
- O que vão querer ? - ele perguntou e ficou revezando a olhada entre mim e Anne.
Ela riu baixinho enquanto eu fazia o pedido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)
FantasyO mundo em que vivemos é repleto de mistérios que meros olhos humanos não poderiam compreender. Anjos, demônios e seres distintos que por muito tempo habitaram em mitos e mitologias vivem na realidade de Emily Danver. Diferenciada de todos, Emily é...