Alan
Um mês depois...
Alguém bate na porta do escritório. Mando entrar e vejo o Tayler com alguns papeis na mão. Nessas semanas ele tem me ajudado bastante com as questões relacionadas ao Clã, o Aydan ainda estava preso e não tinha falado nada ao Jesse, que dispõe de algumas horas por dia para tentar fazê-lo dizer algo. Não podia mentir, eu não tinha ido vê-lo desde aquele dia em que mandei prender, não conseguiria ver meu irmão sendo torturado mas também não podia deixar ele dando informações ao Clã sobre nossas atividades.
- Eu tenho uma novidade - ele parecia igualmente feliz e isso me fez desconfiar.
- Então fale.
Ele espalha os papeis pela mesa e eu percebo que são mapas. Mapas de uma ilha. Me levanto e contorno a mesa para ver melhor.
- Esse mapa é da Ilha do Clã - ele aponta para uma pequena área - descobri o por que de não conseguimos localizar a ilha.
- O que!? - engasgo - como descobriu isso?
- Eu tinha um conhecido que me devia um favor, que conhecia alguém que devia um favor e por ai vai - ele gargalha - a ilha é flutuante e se as informações estiverem corretas, o tal bruxo Meliorn faz com que ela seja quase inrastreável.
- Quase? - pergunto confuso.
- Sim. Podemos rastrear a ilha se alguém estiver dentro.
Ele me olha com ar de expectativa.
- Mas não podemos mais rastrear a Emy, nem falar com ela.
Ele abre um sorriso igual ao do gato em Alice no País das Maravilhas.
- E quem disse que é a Emily? - ele começa a andar de lá para cá, raciocinando - falei com a Úrsula e para conseguir o que eu estou planejando é preciso de um ritual com a participação de vários feiticeiros e...
- OOWWW!! - o interrompo - do que estamos falando?
Ele revira os olhos.
- Podemos não conseguir rastrear a Emily mas podemos rastrear o Eric.
Começava a ficar claro o seu plano. Era tudo muito arriscado mas precisaríamos tentar.
- Temos que falar com os sobrenaturais daqui. Saber se eles lutariam por nós.
- Já fiz isso - Tayler se senta e cruza as pernas - noventa por cento segue você se decidir agir.
Retorno para a minha cabeça e me sento pesadamente. Eu teria que levar dezenas de sobrenaturais até a Ilha e deixar que se sacrificassem por mim e pela minha irmã?
- Eu não posso pedir isso - esfrego os olhos frustrado - não posso pedir que se sacrifiquem por mim.
- Na verdade, eles não estão fazendo por você. Acho que todos eles perderam algum familiar, amigo ou conhecido e querem se vingar. Todos tem motivos.
Quando ia retrucar, alguém invade o escritório. Tayler e eu nos levantamos num pulo enquanto vemos um Jesse esbaforido vir na nossa direção.
- Não me mate - ele fala para mim - acho que eu peguei um pouco pesado com seu irmão.
Saio apressado da casa em direção ao porão onde tinha algumas celas. Quando eu comprei a casa nunca me passou pela cabeça que eu usaria essas celas, mas o momento é que faz o caçador. Puxo as correntes e desço até o cômodo precário, dava para sentir a umidade e o mofo entrando pelo meu nariz e oprimindo meus pulmões, ainda bem que eu não precisava respirar. A visão de um vampiro era mil vezes melhor do que a de um ser humano então eu não demoro muito para achar o corpo do Aydan caído do lado de uma cadeira, provavelmente o Jesse deve tê-lo desamarrado.
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A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)
FantasyO mundo em que vivemos é repleto de mistérios que meros olhos humanos não poderiam compreender. Anjos, demônios e seres distintos que por muito tempo habitaram em mitos e mitologias vivem na realidade de Emily Danver. Diferenciada de todos, Emily é...