CAPÍTULO XIV

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Alan

"A mentira é o único privilégio do homem sobre todos os outros animais" - Fiódor Dostoiévski

Emily sobe para o escritório com o Tayler para conversar com os anjos. Encaro o meu irmão. Ele estava igual a última vez, sendo que o cabelo estava um pouco maior. Éramos parecidos, tínhamos o mesmo tom de pele, os mesmos olhos quando éramos humanos, a mesma altura. Ele sorrir e nos abraçamos de novo. Dispenso os sentinelas que ainda estavam nos olhando perplexos.

- Senta. Fique a vontade.

- A casa é sua? - aceno a cabeça e ele olha ao redor - é muito bonita.

- Será a sua casa agora.

Seu rosto desmorona por um momento.

- O que foi? Não vai ficar? - indago.

- Eu não acho que a Emily queira que eu fique.

- Você precisa entender que ela está magoada - cruzo as mãos - ela sofreu muito Aydan e quase morreu também.

- Eu-eu não sabia - ele se levanta, inquieto - o que ela tem?

- Você percebeu?

- Sim, ela está diferente da vez em que a vi. No baile.

- Ela foi envenenada - minha voz fica grave com a raiva contida - por um membro do Clã. Bastardos.

- Ela vai ficar bem.

- Eu começo a perder as esperanças.

Sua costas estavam tensas, as mãos em punho no bolso da calça.

- Algum problema? Você está bem?

- Sim - ele suspira - agora estou. Eu só queria que a Emily me entendesse... pudesse me entender.

- Ela vai.

Alguém descia a escada. Eu e o Aydan viramos no exato momento que o tal de Vince e a Geneviève entram na sala. Me levanto quando ela se aproxima.

- Alan, estamos indo. Sinto muito pela maneira como chegamos - ela olha para o Aydan - e você moço, se cuide.

- Obrigado Geneviève - ele responde.

- Não precisa se desculpar - estendo a mão na qual ela aperta - cuidado na volta.

- Obrigada. Cuide dela.

Aceno a cabeça e ela vai em direção ao Vince. Geneviève era linda, seus cabelos loiros batiam nas costas, caminhava como se flutuasse. Vince acena a cabeça discretamente e pouco depois escultamos a porta da frente bater.

- Eu vou ver como a Emily está. Vai ficar?

Ele pensa por um instante e depois balança a cabeça.

- Ótimo. Segunda porta a direita no corredor da ala esquerda. É um quarto ao lado do meu, como não tem roupas pode pegar as minhas. Devem servir.

- Obrigado.

Subimos a escada e eu sigo para a esquerda em direção ao meu escritório. Abro a porta e vejo a Emily sentada, olhando para o Tayler do outro lado da sala, que está passando a mão na nuca.

- Tudo bem aqui? - pergunto segurando um sorriso

- Sim. Nada acontecendo - Tayler responde

A Emily franze a cara como se tivesse comido algo azedo, pelo visto não tinha gostado da resposta dele. Ela põe a máscara fria que usava quando estava magoada e se levanta.

A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora