CAPÍTULO XXVI

5.8K 659 71
                                    

" Eu me deito em um sonho, eterno, como se fossem meus...
Mas não são meus. Os sonhos, são os delírios de vida, quando ainda vivas, me pedem para livrar seus aterrorizantes corações...
E viver é o pesadelo, então...
E assim conquisto vidas, e decaída ao pacto do sangue, enriqueço a morte..."

Emily

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Emily

Consigo sentir a claridade do Sol antes mesmo de abrir os olhos, tudo estava quieto e silencioso. A grama onde eu estava deitada era macia e o cheiro do orvalho incrível, os pássaros cantavam estridentemente e as borboletas sobrevoavam de lá para cá em uma dança ritmada. Mas onde eu estava?. Inspiro profundamente e sinto o cheiro das rosas azuis, as minhas favoritas, e é então que me situo. Eu estava de volta a clareira da Estátua.
Me levanto devagar, me sentia um pouco tonta. As lembranças da clareira onde eu havia encontrado Miguel voltam, lembro que a minha marca não parava de doer mas, sera que isso poderia ter causado a minha morte? .Será que eu estava morta?
Olho ao redor para procurar o Templo onde eu havia estado na última vez e não demoro muito ao encontra-lo por de trás das copas altas das árvores. Vou caminhando a passos lento até lá, me sentia com o corpo pesado e minha cabeça começava a doer.
Tudo estava como antes, a mesma entrada e os mesmos detalhes emolduravam o Templo. Vou direto para a sala com o trono e lá encontro a Estatua novamente mas dessa vez ela já estava ''viva''.

- Você retornou? - ele parecia um pouco surpreso.

- Não foi você que me trouxe aqui? - indago.

- Não, não fui eu - ele enclina a cabeça para o lado - talvez você mesma esteja aqui por vontade própria.

- Eu não sei - toco a cabeça - está tudo muito confuso.

- Eu entendo criança - ele estica a mão - se aproxime e me diga o que deseja saber. Sei que deve ser esse o motivo da sua vinda, não?

Estanco no meio do caminho. O que eu gostaria de saber? Eu tinha tantas perguntas mas eu sabia que duas delas eram fundamentais. Vou até os pés dele e me sento em um degrau para poder olhar para cima.

- Eu queria saber como e por que você visitou meu irmão, o Alan me disse através de uma carta o que iria acontecer na Ilha. Por que não me avisou? Eu poderia ter evitado que ele... que ele morresse - minha voz fica embargada.

- Sim, eu o visitei. Eu consigo caminhar pelos mundos quando bem entender - ele coça o queixo de pedra fazendo um barulho alto - e o motivo seria para alerta-lo e deixasse escolher seu destino. Eu já disse a você minha criança, que nesse mundo na qual mora, você é e sempre sera uma peça fundamental nesse jogo.

- Mas eu não sou como um peão para ser manuseado como bem entendem. Se fosse meu destino morrer naquela Ilha, então eu deveria ter morrido e não ele.

- Mas não foi uma escolha minha e sim dele - ele rebate minha acusação.

- Mas eu não tive tempo de me despedir e nem de dizer que eu sinto muito por todo o trabalho que eu causei - choramingo.

A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora