CAPÍTULO XXX

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Rio de Janeiro - Brasil
01:20 a.m

  A batida do funk carioca embalava os corpos suados das pessoas na pequena boate. As garotas com suas roupas curtas atraiam olhares enquanto rebolavam até o chão. O vampiro estava parado perto de um dos balcões solvendo um cálice de vinho onde, sem que ninguém notasse, colocou uma pequena quantidade de sangue. Ele observava a estrategia humana para conseguir um parceiro sexual e achava tudo aquilo engraçado e ridículo, já que para ele sexo era uma coisa em que não precisava medir muito esforço.
  Ele estava distraido e desencanado beijando o pescoço descoberto da uma ruiva peituda até sentir outros imortais no ambiente, respirou fundo e por entre os cheiros dos humanos notou alguns lobisomens. Era o que faltava, uma briga com lobisomens para fechar a sua noite com chave de ouro.
   Eles se aproximaram cautelosamente, estavam em torno de cinco e o da frente, o que ele presumia ser o líder , estava com um sorriso sarcástico nos labios. O vampiro toca a capa que usava em uma advertência silenciosa para mostrar que não estava despreparado, o lobisomem ergue as mãos em sinal de paz e senta ao lado dele.

- Dylan - ele se apresenta estendendo a mão em cumprimento que o vampiro aperta.

- Sem sobrenome?

- Prefiro deixar incógnito por enquanto - ele sorrir com perfeição para a ruiva que ruboriza e pisca para ele.

- E o que deseja Dylan? - o vampiro pergunta.

- Fazer uma proposta - os outros lobisomens se afastam andando em meio a multidão - soube que estava ao lado do Mestre na batalha do Clã.

  O vampiro fica desconfiado e o lobisomem percebe. Afinal, quase ninguém soube quem realmente fazia parte do Clã pois quando o Mestre caiu, muitos fugiram e buscaram o lado obscuro do mundo sobrenatural.

- Onde quer chegar lobinho ? - ele sibila mostrando os caninos.

- Fique calmo. Estou reunindo todos os antigos aliados que não foram mortos ainda.

- Eu soube dessa matança. Querem exterminar todos os envolvidos.

  Dylan balança a cabeça e estende a mão mostrando a marca que todos do Clã tinha, uma serpente atravessada por duas adagas.

- Gostaria que se juntasse a nós para destruir os celestiais e seus aliados.

- Com que objetivo? - o vampiro franze a testa.

- Livrar todos os sobrenaturais da submissão. Por que nos esconder dos mortais se somos superior?

  O vampiro sorrir e dispensa a ruiva que sai amuada. Ele beberica o vinho e pensa a respeito. O objetivo do Dylan era bem tentador mas na historia do mundo sobrenatural, já havia se tentado por muitas vezes que imortais e mortais vivessem lado a lado. Guerras sangrentas foram travadas, perdas grandes em ambos os lados até que tudo foi escondido e o mundo sobrenatural existisse clandestinamente.
  Já estava mais do que na hora que a superioridade deles fosse mostrada e que fossem respeitados como tal. Ai estava um motivo para entrar nessa batalha e tentar derrubar os Celestiais.

- Eu estou dentro - ele aperta a mão do lobisomem se fazendo ver a marca que também tinha.

- Vou deixar um dos meus homens aqui para leva-lo ao nosso local - Dylan se levanta e logo seus homens o cercam. Ele acena para um dos lobisomens - Arturo, o leve ao galpão mais tarde.

- Nos vemos em breve - ele acena e Dylan sai.

  Enquanto se afastava o vampiro ficava pensando se a Ordem sabia ou teria noção da guerra que se aproximava, afinal, era ela quem protegia e mantinha a paz entre os imortais. Seu sorriso diabólico preenche o rosto e ele fica feliz pelos caminhos dos dois sobrenaturais terem se encontrado. Ele possuía um desejo crescente de acabar com a maldita ordem e quem a seguia.
 
  Agora ele teria uma chance.



A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora