CAPÍTULO II

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ALAN

Fecho a porta e deixo uma Emily surpresa se trocar e descansar, sigo pelo corredor até o fim onde vou esperar Stifen aparecer para discutirmos o que iriamos fazer. Entro no meu escritório e me sento atrás do birô perto da janela; enquanto espero, observo a sala com suas paredes cinzas, cortinas em tom vermelho sangue e estantes apinhadas de livros. Era um cômodo amplo e espaçoso no qual eu permanecia muitas horas lendo os escritos humanos, já que eles eram muito criativos. A noite estava limpa e clara e de onde me encontrava dava para ver claramente o chafariz em forma de gárgula no inicio da propriedade e o enorme jardim no qual Elise, a esposa de Stifen fazia questão de cuidar pessoalmente. Escuto uma batida na porta e observo quando ele entra.

- O que você irá fazer em relação a segurança dela? - ele pergunta rapidamente enquanto se senta na minha frente.

- Estou pensando em contratar uma sombra para ficar de olho nela.

Abro o notebook e vou procurar o e-mail do vampiro que gerencia o Cassino All Night em L.A. para que ele possa me mandar uma lista com os nomes dos melhores sombras do nosso mundo. Não era nada anormal que sobrenaturais contratassem outros sobrenaturais para os protegerem, vivendo na eternidade poderia trazer uma série de inimigos. Era bom estar preparado.

- Você esta brincando, certo ? - levanto a cabeça e vejo um Stifen incrédulo me encarando - ela não aceitará isso, você mais do que qualquer um deveria saber disso.

- E o que você quer que eu faça ? - pergunto a ele.

- Eu não sei, mas ela se acha auto suficiente e não aceitará ninguém a seguindo.

- Mas eu não posso correr o risco de que a levem. Stifen, o que o Clã fazia... - pauso pensando na melhor forma de explicar - eles destruíram tudo o que nós mais amávamos. 

- Mas por que eles a querem tanto? - ele pergunta confuso.

- Era ela que treinava os guerreiros junto com o Aydan, enquanto eu era o estrategista de batalha. Ela era a única que conseguia controla- los e agora eu acho que eles estão tendo problemas justamente com isso, por isso a querem de volta.

- Não seria mais fácil tentar fazer com que ela aceite a ser parte do Clã?

Sorrio ironicamente.

- Ela tem certeza absoluta de que o Clã planejou a morte do nosso irmão.

- Entendo.

- Além do mais - continuo - já tentei achar a Ilha por séculos através de espiões e não resultou em nada.

- Ilha?

- Sim, o Clã estava instalado em uma ilha que mudava constantemente de localização graças aos feiticeiros que faziam isso. Um dia ela simplesmente sumiu do mapa.

- Você esta querendo me dizer que a ilha desapareceu? - ele ergue uma sobrancelha ligeiramente confuso com a minha explicação.

- Não, ela ainda deve estar lá mas sendo camuflada. 

- E por que então não tentam trazer você de volta para lá também ? - ele se encosta na cadeira e começa a olha os arcos abobados das janelas.

- Porque a Emy é poderosa demais - falar isso me trouxe uma lembrança da época em que ainda era humano, o que trás um sorriso repentino no meio da conversa séria, o que deixa Stifen confuso o suficiente para que eu sinta vontade de contar - sabe, quando o Aydan a achou caída e ferida perto de um riacho e a levou para casa, nosso pai que era o alfa da matilha disse que ela poderia ser perigosa e quis mata- lá na hora, mas o meu irmão não deixou ele encostar nela e quase entrou em confronto com o nosso pai. Ele a deixava na cama dele enquanto ele dormia no chão. Quando ela acordou, ele pediu ao pai para que ela ficasse e por medo de que o Aydan saísse da matilha, ele concordou. Um dia quando nosso irmão estava em uma missão de buscar por um aldeão desaparecido, o nosso pai mandou um dos lobos ataca- lá para ver o que acontecia; lembrando a você que ninguém sabia da existência de anjos e por muito tempo eles se esconderam de todos, mas voltando... Quando ele a atacou, ela o matou. Simplesmente explodiu todos os órgãos dele com a mente.

A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora