C A S S I E A N D R A D E
Eu estava cavando um buraco para plantar uma muda enquanto resmungava.
— Enquanto o Enzo banca o detetive com o meu pai eu tenho que ficar bancando a jardineira com a rainha da vara de família. Isso não é justo! Odeio a minha vida! — terminei de plantar a muda de não-sei-o-que e limpei o suor da testa com o braço. Estava naquela brincadeira quase há duas horas e ainda faltava muito para terminar.
Pensei de novo no meu pai e Enzo. Trabalhando juntos. Enzo usurpando o meu lugar de investigadora. Dei um grito estridente de ódio.
Não era justo, eu almejava por aquilo há muito tempo e ele não pode chegar e tirar simplesmente de mim.
A rainha da vara de família veio correndo até mim.
— O que houve? — perguntou assustada — Ouvi você gritar...
— Não se pode mais surtar em paz? — Perguntei batendo as mãos uma na outra para limpar a terra. — Eu te disse, eu surto dia sim e dia não.
Ela me olhou assustada e depois suavizou a expressão e esse olhar se tornou condescendente.
— Oh, Cassie... Eles vão resolver tudo isso... E olha o lado bom, temos esse tempo para ficarmos juntas e nos darmos bem.
Eu me levantei um pouco bruscamente — Não me trate como sua filha se não deixa o meu pai fazer o mesmo com o seu filho.
Ao ouvir, pareceu que ela levou um tiro.
Parabéns Cassie, agora atire nos joelhos da mulher que foi gentil com você desde que te conheceu, ah aproveita e pise nessa mudinha ou chute algum cachorro morto. Verônica abaixou os olhos.
Merda, só estou defendendo o meu pai, o jeito que ela o trator mais cedo também não foi legal.
— Desculpa, eu não queria dizer isso.
— Queira sim... — disse ela em voz baixa — E fez bem Cassie. Eu feri o seu pai sem saber o poder dessas palavras. Ele só está ajudando a nos unir. — ela umedeceu os lábios. — Mas você vai entender um dia, quando for mãe. A necessidade de proteger o seu filho quando o vê sendo atacado — ela levantou o olhar — Eu sei que eu nunca vou substituir a sua mãe e o Rodolfo o pai do Enzo, mas o que queremos de coração é ser uma figura materna e paterna para vocês. E também eu quero ser sua amiga, Cassie. Quero mostrar que podemos nos divertir juntas e muito
.— Como eu poderia me divertir com a rainha da vara de infância? — perguntei desconfiada.
Verônica estava sorrindo com a sobrancelha erguida.
— Desculpa, escapuliu.
— Tudo bem, às vezes te chamo de Rodolfinha...
Eu fiz uma careta. — Credo.
— É que às vezes você é tão parecida com o seu pai...
— Não é pra tanto...
— Enfim, eu faço várias coisas divertidas. — continuou ela.
— Tipo cuidar do jardim? — perguntei descrente.
— Isso é um hobby, Cassie. O que para você pelo visto é um castigo...
— Fala sério. Comparado ao que o meu pai e o Enzo estão fazendo isso é uma tortura.
— É isso que está te deixando de mau-humor? Entendi, o seu pai ainda não se conformou que você queira seguir os passos dele.
— Ele queria que eu fizesse medicina. — revirei os olhos — Só não acho justo ele colocar o Enzo para trabalhar com ele sabendo que eu estou interessada há muito tempo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
STALKER - O Fantasma cibernético
Mystery / ThrillerSérie Insane - Mentes Perversas #1 Uma história de Stalker diferente das outras. Para Cassie e Enzo, suas únicas preocupações estavam concentradas no casamento apressado dos pais - na opinião deles, é claro - mas não imaginavam que mais tarde estari...