O CONFRONTO

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E D G A R   F E R R A R I

Depois que Cassie me ligou desesperada, sai imediatamente do trem e fui correndo para pegar o caminho mais rápido para o ponto de ônibus para voltar para casa.
A única coisa que se passava pela minha cabeça era que eu precisava voltar imediatamente.

Minha irmã estava em perigo. Cassie estava em perigo.
O que eu iria fazer?

Não tinha a menor ideia. Só que mais nada importava. Estava disposto a correr o risco que for. Minha irmãzinha estava lá em casa com um assassino em série. Cassie estava lá em casa com um assassino em série.

Eu precisava voltar e salvá-las.

Corri igual um doido saindo da estação, atravessei a pista em busca do primeiro transporte. Fiz sinal para um táxi e paguei mais caro para que ele dirigisse na maior velocidade possível.

Cheguei em casa em quinze minutos. Desci do carro, aparentemente estava tudo normal, fora as janelas fechadas e cobertas por cortinas.

Corri para a porta da frente e tentei abrir, estava trancada. Rapidamente saquei a chave do bolso, destrancando e empurrei. Estava bloqueada.

Empurrei com mais força usando o meu ombro, mas a porta não se movia. Desisti dando volta pelos fundos com a intenção de entrar pela cozinha.

Foi quando encontrei uma janela aberta e me deparei com a cena do assassino em série arrastando a Cassie pelos pés até a cozinha.

Ela estava suja de sangue e não reagia, parecia estar desacordada.

Senti meu coração disparar e avancei até a porta da cozinha que também estava trancada, eu destranquei silenciosamente e abri a porta sem fazer barulho. Entrei agachado na ponta dos pés, tentando passar despercebido.

Quando passei por trás do balcão, lá estava ele em cima da Cassie e já havia arrancado a blusa a deixando de sutiã. Agora estava tentando arrancar a saia.

Sem pensar duas vezes eu reagi de imediato correndo na sua direção. Não poderia deixar ele abusar da Cassie, então o agarrei por trás o prendendo em uma chave de braço e o puxei, o tirando de cima da Cassie.

O Stalker cambaleou e me empurrou contra a quina da bancada fazendo a minha coluna colidir com a quina. A dor foi tanta que pensei que poderia abrir um buraco nas minhas costas se ele usasse mais força. A dor era terrível, mas eu não podia vacilar, então continuei apertando com toda a minha força, eu estava começando a deixá-lo deixando sem ar, tanto que ele começou a balançar os braços no ar a procura de algo. Desequilibrado, ele começou a cambalear pela cozinha, onde esbarramos na pia, mesa, dispensa, panelas, até que a mão dele parou na bancada e ele agarrou uma faca, eu o soltei imediatamente e me afastei.

O Stalker voltou para mim, com o rosto completamente vermelho e ofegante. Seus olhos estavam vidrados.

Ofegante e desarmado, eu estava de frente com o famoso Stalker, o assassino em série procurado por todo o Rio de Janeiro. Ele me encarava com uma expressão irritada, seus olhos faiscavam de ódio, podia ver as veias do pescoço bombeando e a marca do meu golpe.

De repente ele exibiu um sorriso doentio.

— Você não deveria está aqui Edgar... — disse olhando para o corpo inerte da Cassie no chão — Ela é só mais um prato delicioso, você será apenas mais um estorvo.

Eu olhei para trás e só havia a parede, olhei na direção do faqueiro, longe de mais. Não havia saída, teria que enfrentá-lo corpo a corpo, mesmo desarmado.

Analisei o Stalker de cima abaixo, analisando minhas chances em um combate corporal. Reparei que em uma das suas pernas havia uma grande mancha de sangue, ainda úmido. Quando ele começou a caminhar na minha direção, percebi que ele mancava.

STALKER - O Fantasma cibernéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora