ALA PSIQUIATRA

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E N Z O     T E I X E I R A

Com muita insistência, horas após receber meus pontos, me dei alta mesmo contra a indicação do médico.

Ele me receitou muitos analgésicos e recomendou que evitasse movimentos bruscos. Me arrumei o mais depressa possível e com cuidado para não sentir dores. Não aguentava passar mais um minuto naquele quarto.

Quando deixei o quarto o hospital já estava quase vazio. A maioria dos médicos e enfermeiros estavam terminando seu plantão e se preparando para ir para casa. Encontrei Rodolfo atravessando o corredor e fui em sua direção.

— Podemos ir para casa? — perguntei doido para deixar aquele hospital.

Tudo o que eu precisava era do conforto da minha casa.

— Sua mãe vai pegar o carro e vocês podem ir descansar. — respondeu sem parar de caminhar apressadamente.

Tentei acompanhar suas passadas rápidas.

— Como assim? E você e a Cassie?

— Ela quer ficar... Se recusa ir para casa até que aquele rapaz dê um sinal ou algo assim. — respondeu diminuindo o passo — Eu vou ficar com ela...

— Eu vou falar com ela... — disse — Ela não pode passar a noite aqui. Precisa descansar. Todos nós precisamos.

— Eu disse isso, mas nem o exame ela quis fazer... — ele soltou um suspiro — Você pode tentar falar com ela, está na sala de espera da UTI. Espero que te escute.

Eu assenti e me guiei através das placas até a sala de espera da UTI. Não encontrei ninguém lá. Nem Cassie, nem guardas e nem médicos. Com a falta dos guardas, arrisquei entrar na UTI. Atravessei a porta e caminhei pelo corredor, uma enfermeira estava passando apressada.

— Enfermeira! — chamei e saiu alto demais que até me senti mal quando vi sua careta. Várias placas exigiam silêncio.

— Desculpa... A senhora viu uma garota entrando ai? — perguntei me aproximando.

Ela pareceu puxar da memória — Uma garota? Ah sim, ela tentou entrar aqui e eu não deixei. Disse que não podia entrar... — ela parou de repente me encarando — Você também não devia estar aqui.

— Já estou de saída. Só preciso encontrar a minha irmã. — expliquei — O que ela fez depois que a senhora barrou ela?

— Ela perguntou sobre um paciente que chegou sob custódia da polícia. Eu disse que ele foi transferido para a área psiquiatra por apresentar alguns transtornos e confusões mentais...

— O QUE? — Questionei surpreso.

Que merda!

Não estava sabendo dessa história!

Na verdade, desde que cheguei aqui, eu estava por fora do aconteceu.

— Estão mantendo um assassino em série aqui?

— Ele está sob vigilância policial. — explicou.

Respirei um pouco mais aliviado. Então lembrei de Cassie. O alívio se foi.

— Ela foi até a área psiquiatra. — deduziu e a enfermeira assentiu. — Eu preciso ir...

Ela me deixou no corredor sozinho e sem saber onde era a tal da área psiquiatra, onde a idiota da Cassie estava indo procurar mais problemas. Respirei fundo saindo da UTI, em busca da área psiquiatra.

Não tinha a menor ideia do que Cassie estava planejando, mas não podia deixá-la sozinha.

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STALKER - O Fantasma cibernéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora