UTI

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C A S S I E     A N D R A D E

Eu queria colocar Enzo e Edgar no carro e correr para um hospital imediatamente, mas fomos instruídos a aguardar a ambulância.

A equipe do meu pai prestou os primeiros socorros, estancado o sangue das feridas deles. A ambulância não demorou, eu tentei acompanhar Edgar e Enzo, mas fui barrada.

Meu pai tentou me acalmar, seguimos as ambulâncias no seu carro.

Ele tentou me explicar que eles precisam de cuidados especiais durante o caminho para o hospital. Vesti a camisa do meu pai e chegando no hospital ele me obrigou a fazer check up.

Fui examinada, a minha cabeça foi enfaixada, tive que fazer alguns pontos por causa das contusões de leve que o Stalker me causou. Tomei vários analgésicos para dor de cabeça, quando fui liberada ele me encheu de perguntas.

— Não quer fazer exame de corpo delito?

Eu neguei — Não. Ele não fez nada, só não lembro quando arrancou a minha blusa... — respondi levando minhas mãos a cabeça que doía bastante, ainda mais quando quando forçava alguma lembrança.

— A contusão pode ter causado uma pequena perda de memória... Algum trauma que pode está bloqueando as coisas ruins... — meu pai acariciou o meu rosto — Faça o exame meu bem, só por precaução... Precisamos saber se ele...

— Eu não quero... — disse o interrompendo — Eu tenho certeza, só fiquei desacordada por alguns segundos. É impossível.

— Você não se lembra. Na sua memória tem um buraco... — insistiu segurando o meu rosto — Eu estou torcendo para que esse filho da puta não tenha tocado em você, porque se ele tocou, eu mesmo vou matá-lo com as minhas próprias mãos.

Lágrimas estavam escorrendo do meu rosto sem que eu percebesse.

— Depois eu te dou a resposta. Quero ver os meninos. — pedi secando o meu rosto.

Diante do meu pedido, sua expressão não me agradou em nada, já sentia meu coração martelar contra o peito.

— Pai?

— Enzo está bem... — começou devagar — Levou duas facadas, profundas, mas não acertou nenhum órgão... Ele não perdeu tanto sangue, e o corte no braço não foi profundo...

Eu me aliviei e até deixei um sorriso escapar e então me lembrei de Edgar.

— E o Edgar? — perguntei sentindo um aperto no meu peito.

Meu pai tomou o ar para falar — A situação desse rapaz não é nada boa. Ele está na UTI. Levou cinco facadas e perdeu muito sangue. Ele está em coma.

Arregalei os olhos.

Em coma?

— Eu quero ver ele. — falei me levantando e caminhando a procura da unidade de terapia intensiva, a UTI. Meu pai estava me seguindo.

— Cassie, você não pode entrar lá. Estão fazendo de tudo para salvar a vida dele.

— Eu preciso vê-lo. — já não podia controlar as minhas lágrimas. Era meio que a minha culpa ele estar lá.

Não tinha nada que ter ligado pra ele.

Segui as placas que me guiaram até a UTI. Já ia entrando quando um segurança me barrou.

— A senhora não pode circular por aqui.

— Eu quero fazer uma visita!

— Você tem um passe? — perguntou o guarda.

STALKER - O Fantasma cibernéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora