ADAPTAÇÃO

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ADAPTAÇÃO


C A S S I E  A N D R A D E


O príncipe, quero dizer, Enzo estava na minha frente indignado e esperando uma reação minha. Esperando certamente a minha revolta contra todas essas regras idiotas. Simplesmente abri um sorriso e joguei os ombros falando:

— Só precisamos de uma única regra, chamo de regra da Cassie: Contornar as regras, mas nunca quebrá-las. Eu uso essa regra há anos e tem dado certo para mim.


Enzo abriu um sorriso balançando a cabeça — Boa, garotinha. Você até que é esperta. Contornando não teremos que cumprir punição, só dar uma justificativa cabível. — raciocinou.

Eu revirei os olhos ao ouvir o "garotinha" da frase, esse príncipe da vara de família é mesmo muito irritante. Respirei fundo, ignorando.


— Exatamente, mas sua justificativa só será engolida se você não quebrar a regra, só se burlar.


— Estou ligado, nova irmãzinha. — Enzo piscou para mim com um sorriso.

Revirei os olhos de novo. Irmãzinha? Qual é o problema desse garoto com palavras normais, fora do diminutivo?

Instantes depois, Verônica, a rainha da vara de família, infância ou sei lá estava descendo novamente com um bolsa pendurada em um dos ombros desnudos da seda da blusa provavelmente cara e de marca chique que vestia em um tom pastel de rosa.


— Cassie, querida. Quer ir ao supermercado comigo? — a rainha me convidou.


— Regra número dois da Cassie: Só saio a noite. — respondi me levantando e dispensando o convite. — Faz parte do meu estilo.


— E a número um? — perguntou meu pai descendo as escadas e se juntando a nós.


Eu mordi os lábios o encarando. — Se eu falar a número um vou quebrar a número três que é não fale da regra número 1 — respondi tentando fazer uma graça, fazendo uma referência a aquele filme, que vocês sabem qual, cuja a primeira regra é não dizer o nome..

— Ela vai adorar ir ao mercado com você. — disse meu pai olhando para a Verônica com um sorriso.


— Eu vou é? — questionei o encarando e cruzando os braços.


— Vai. Verônica e eu conversamos e para nos entrosarmos como uma família, precisamos conhecer melhor uns aos outros. Enquanto as duas vão às compras, Enzo vai me ajudar na garagem. Para ter mais espaço para os carros e a moto dele.


— Eu vou é? — foi a vez de Enzo questionar olhando para o meu pai.


— Claro que vai. — respondeu Verônica encarando o filho. — É uma ótima oportunidade de ficarmos juntos e conhecermos um pouco mais um dos outros.


— Me coloca no tronco e me chicoteia que é mais rápido. Eu detesto ir ao supermercado. Filas gigantes, pessoas... — falei.


— Vai ser divertido, você vai ver. — disse Verônica sorrindo para mim. — Vai lá se arrumar.


— Vamos começar, Enzo? — meu pai chamou o príncipe da vara de família que o seguiu se arrastando até a garagem.

Eu retornei à sala de óculos escuros e vestindo cara e coragem para sair a plenos 35 graus com a Rainha da vara de família que estava me encarando com um sorriso.


— Está pronta?


— Vamos terminar logo com isso. — disse seguindo em direção a porta.

Fomos a um hipermercado no carro dela, um luxuoso Crossover 3008 — meu pai vai ter que mudar de carro para igualar as coisas — o ar-condicionado era tão forte e tão bom que eu poderia dormir ali. Era melhor que o do meu quarto.

STALKER - O Fantasma cibernéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora