ARMADILHA!

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C A S S I E   A N D R A D E

Contei toda a experiência para Verônica durante o trajeto até em casa. Ela ouviu com atenção e depois fez perguntas. Ficou feliz por Helena ter uma amizade e ser mais sociável do que imaginamos.
Era possível salvá-la sem deixar grandes traumas.

Verônica estacionou na garagem e entramos em casa, mas não encontramos ninguém. Nem meu pai, nem Enzo e o pior, nem o jantar.

— Parece que saíram de novo! — Verônica se sentou no sofá tirando seus saltos altos. Com os pés livres daquele instrumento de tortura ela suspirou relaxada e apontou para o telefone fixo na mesa — Vou pedir comida, vai querer o que?

Peguei o telefone e entreguei na sua mão.

— Pode pedir o mesmo que você. — respondi subindo a escada, pensando nos meus outros afazeres, como investigar a vida de Edgar Ferrari e descobrir se eu tinha um Stalker na minha vida — Vou tomar um banho. — Avisei já no meio do caminho.

Se Edgar for mesmo o assassino em série, o lado positivo é que eu poderia escrever um best seller sobre a minha experiência.
Um título eu já tinha. "Um Stalker em minha vida."
Crispei o rosto em uma careta. Parecia mais um romance bobo, onde a mocinha larga tudo para ficar com o seu amor assassino.

Enquanto abria a porta do quarto balancei a cabeça espantando tantos pensamentos bobos. Tinha que começar a me preparar para encarar a verdade, seja boa ou seja ruim.

Depois de tomar um banho bem demorado e vestir uma roupa confortável, tipo meu shortinho​ azul de pijama de florzinhas e a camiseta de basquete do Boston Celtics do Enzo.

Ué, se ele podia revirar o meu baú do passado, nada mais justo do que revirar seu lado do armário. Deixei os meus cabelos soltos para secar naturalmente e ouvi meu celular tocar em cima da cama.

Paguei o aparelho e verifiquei o visor. Estava recebendo uma chamada de vídeo de Edgar. Surpresa eu recusei e comecei a digitar.

Cassie: O que foi?

Edgar: Quero conversar com você...

Cassie: Estamos conversando...

Edgar: quero te ver.

Cassie: se quisesse não teria fugido na faculdade

Respirei fundo e apaguei essa última mensagem. Não era essa a abordagem que eu estava planejando.Para surpreendê-lo ele tinha que acreditar que estava tudo bem.

Cassie: eu acabei de sair do banho

Edgar: hmmm, acabei de te imaginar apenas de toalha 😏

Não pude evitar de rir e me odiei por isso. Se eu estivesse perto de uma parede, com certeza bateria a minha cabeça nela.
Voltei a digitar.

Cassie: Deixa de ser tarado. Eu já estou vestida, mas já tô igual a uma mendiga

Edgar: Deixa de graça e aceita.

Edgar está te ligando...

Mais uma respiração funda, uma rápida ajeitada no cabelo e aceitei a imagem.

— BÚ.

Ele estava deitado com o celular longe do rosto, seus cabelos estavam molhados e colados na testa, ele sorriu quando me ouviu e suas covinhas apareceram. Maldição, eu já estava sorrindo feito boba.

STALKER - O Fantasma cibernéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora