GANHANDO A CONFIANÇA

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E N Z O   T E I X E I R A

Consegui convencer a doida da Melissa pra que a gente realizasse o "resgate" no dia seguinte, pois já era tarde e perigoso andar em Madureira, ainda sem saber para onde estávamos indo.
Não foi fácil, ela realmente estava preocupada com aquele garoto.

O celular de Cassie me despertou do meu sagrado sono, abri os olhos e olhei para o lado dela do quarto, mas só ouvi a porta do banheiro batendo.
Esfreguei os olhos, para melhorar minha visão embaçada.
Me levantei preguiçosamente ao me espreguiçar e bocejei e me sentando na beirada da cama, ainda confuso pelo sono.

Fiquei uns cinco minutos sentado, olhando pro nada até despertar completamente e olhei para o relógio de parede, eram seis horas da madrugada.

Respirei fundo e outro bocejo escapou.
Olhei novamente para o relógio, e ele marcava exatas seis horas da manhã e sete minutos. Marquei com a Melissa às oito horas da manhã. Resmunguei xingando a Cassie e voltei a me deitar. Consegui dormir quinze minutos depois, até que a luz do quarto se acendeu novamente me acordando.

— Mas que droga Cassie. — reclamei me levantando e esfregando os olhos.

Abri os olhos e avistei Cassie de frente para o espelho, usando um uniforme escolar.

Uma blusa azul-marinho de botões com um emblema no peito e aquela saia preta de colegial com sapatilhas e uma mochila do Snoop.
Meu rosto se crispou numa careta de confusão. Ela estava escovando os cabelos e colocou uma tiara preta e depois se virou para mim.

— Pareço uma estudante de ensino médio?

Sorri com a oportunidade dada de bandeja implicar com ela — Parece do fundamental. — zombei e então gesticulei para suas roupas — O que é isso em?

Cassie se virou voltando para o espelho.

— Missão de campo.

— Primeiro cemitério, agora escola? — franzi a testa, ainda mais confuso.

— Sua mãe tem métodos peculiares. — Cassie tirou a tiara se olhando no espelho — Infantil demais né? Para uma aluna de primeiro ano.

— Vocês têm um mandado pra isso? Uma permissão?

— Não... — respondeu passando batom.

— Isso não é errado?

— Errado é deixar a garota morrer sendo espancada pelo próprio pai ou de overdose. — retrucou ríspida.

Abri e fechei a boca — Boa sorte...

• • •

C A S S I E    A N D R A D E

Após a breve conversa com Enzo e deixei o quarto, já pronta e desci as escadas.

Encontrei meu pai na sala, assistindo televisão, com uma xícara de café.
Ele apenas virou o rosto em minha direção, e sem muito interesse no meu disfarce voltou para a televisão dizendo:

— Bom dia.

Caminhei até ele e o beijei no rosto — Bom dia, pai.

Ele não retribuiu o beijo, deixando claro que ainda estava chateado comigo com a história do meu trabalho.

Entrei na frente da televisão cruzando os braços.

— Pai!

Meu pai suspirou e pousou a xícara na mesa e finalmente me encarou. — Verônica me contou tudo. — começou — Não acredito que estava fazendo isso pelas minhas costas, Cassie!

STALKER - O Fantasma cibernéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora