Cap 11

10.1K 824 889
                                    

Eu podia sentir o peito dele subir e descer rapidamente, com os olhos ainda fechados com medo de tudo aquilo não ter sido real e o homem em que eu esteja abraçado seja apenas mais um de meus "lances", respirei fundo e lentamente abri os olhos tendo a visão de seu peitoral definido. A pele morena, lisa e macia são perfeitos travesseiros, fecho os olhos novamente torcendo para que aquilo não tenha sido um sonho bom, olhou para cima tendo a visão de Felipe fitando o teto, parecia pensativo, com as sobrancelhas franzidas e as mãos envolta de minha cintura.

Seus olhos cruzaram com os meus, sorri para ele mas não obtive um sorriso como resposta e sim suas mãos se desfazendo do abraço que me envolvia, uma expressão confusa no rosto e um movimento fazendo com que eu me afastasse dele. Sentei ao seu lado na cama e apoiei as mãos em seu peito, ele franziu a sobrancelha e retirou minhas mãos do seu peito, o que acontece com ele?

- O que você tem? - Pergunto e ele volta a olhar para o teto.

- Nada. - Suspirou e olhou em volta do quarto.

- Hum... Você não... Er... Gostou? - Perguntei envergonhado e seu olhos castanhos foram de encontro aos meus.

- Oh, sim... Quer dizer... - Ele respirou fundo - Quer dizer que eu sou gay agora?

- Bom... Não necessariamente. - Sorrio para ele tentando o confortar de alguma forma, ele parecia triste e bastante confuso.

- Estou confuso. - Suspirou.

- Todos passam por isso algum dia.

- Eu não sou gay! - Ele aumentou um pouco o tom de voz me assustando um pouco.

- Não grite comigo, eu não tenho culpa se você não consegue manter seu pau dentro da calça, quem me chamou para vir aqui foi você. - Falei um pouco mais alto que ele e pude ver ele fechando a mão em um punho, seus olhos agora transmitiam raiva e isso me arrepiava de um jeito louco, acho que a qualquer momentos posso ser espancado aqui já que cada vez mais ele apertava suas mãos.

- Isso foi um erro, arrependo- me com todas as minhas forças de ter feito algo abominável como isso. - Ele segurou seus cachos e apoiou os cotovelos no joelho já que agora ele estava sentado na cama de frente para mim. Suas palavras me atravessaram como bala, bem direto no coração.

- E-rro? - Sussurro mais para mim mesmo do que para ele, lágrimas se formavam em meus olhos, eu nunca havia passado por algo como isso antes. Isso está sendo pior do que qualquer outro tipo de preconceito que já sofri, dessa vez eu torcia para que tudo isso esteja sendo apenas um sonho ruim.

- Eu me sinto sujo. - Ele sussurrou mas não acho que a intenção era eu escutar porém acabei escutando e me machucando ainda mais.

Levantei da cama pegando minhas roupas do chão e as vestindo rapidamente querendo apenas desaparecer dali.

- O- onde você vai? - Ele agora olhava para mim.

- Eu não sou obrigado a ficar aqui escutando você falar essas coisas para mim.

Felipe apenas observava tudo com a expressão confusa.

- Então é isso.. - Sussurro depois de vestir minha roupa. - Eu fui um erro. Eu sabia que não devia ter feito isso. - Pego meu celular que estava no chão por ter caído do bolso da minha calça.

- Acho que a melhor coisa que você pode fazer é ir embora. - Felipe falou. Lágrimas queriam sair mais eu não as deixaria cair, não na frente dele.

- Obrigada pela noite do mesmo jeito. - Sorrio falsamente e deixo seu quarto, bato a porta com força não aguentando mais tudo aquilo. Lágrimas teimosas rolaram sobre meu rosto enquanto em caminhava até a porta principal da casa. Antes de girar a maçaneta para sair sinto mãos quentes segurando minhas mãos e me puxando fazendo com que eu virasse bruscamente e dando de cara com olhos castanhos hipnotizantes.

- Desculpa. - Foi o que ele falou, lágrimas ainda rolavam por meu rosto, abaixei a cabeça encarando meus próprios pés, suas mãos ao redor de minha cabeça e seus lábios depositando um beijo em meus cabelos. Balancei a cabeça em forma negativa e ele se afastou.

- Desculpa? - Sussurro. - Desculpas? - Olho diretamente para seus olhos. - Você me tratou feito puta, me chamou de abominação e de erro. - Continuei o olhando diretamente nos olhos e ele não reagiu. Minhas lágrimas já caíam descontroladamente por meu rosto e ele apenas olhava fundo em meus olhos. - Você ainda quer que eu o perdoe?

- S- sim. - Falou.

Eu não pude acreditar no que acabei de escutar, puxei meu braço de seus apertos e o deixei naquele cômodo sozinho.

Então é isso? Eu fui uma experiência para ele. Como ele pode?

Eu precisava tirar essa sensação ruim de mim. Precisava de alguém que não iria me tratar como lixo depois de uma transa.

Minha cabeça só pensava em uma casa nesse momento e é para lá que eu vou.

(...)

Respiro fundo e bato na porta, meus olhos ainda estavam vermelhos juntamente com meu nariz e boca por conta do choro, espero que ele não se importe com isso, com certeza ele não vai. Ele atende a porta com um sorriso e eu retribuo.

- Oi -ele diz.

- Sem conversa. - Entrei na casa o agarrando e o beijando, eu precisava disso, eu precisava daquilo para que eu me sinta valorizado. Para que eu me sinta bem.

- O que aconteceu? - Ele interrompeu o beijo.

- Já disse pra calar boca.

O amigo do meu ex // CellpsOnde histórias criam vida. Descubra agora