1. Effy Stonem

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Effy caminhava pela rua solitária, o sol nascia ao leste e ela tinha de se apressar para chegar em casa a tempo da mãe vê-la na cama, como se tivesse uma noite calma e tranquila. Muito pelo contrario, a festa na boate da rua de baixo foi uma noite e tanto, nunca ficara tão embriagada em toda sua vida, não se surpreenderia se tivesse cirrose.

- Acha que a mãe já acordou? - Effy perguntava de forma arrastada ao irmão, Tony, enquanto andavam rapidamente até sua casa.

Suas roupas estavam fedendo a bebida alcoólica, mas Effy continuava linda, como sempre. Suas roupas surradas e escuras a deixavam com um aspecto ousado. Seus olhos azuis eram seu charme, alem de seu corpo magro e esbelto.

O irmão, Tony, não a proibia de beber e fumar, na verdade gostava de ter a irmã como companheira e amiga. Os dois eram a cópia um do outro, sempre fazendo sucesso com os garotos e garotas, reconhecidos por todos, e elogiados, mas também haviam críticas.

- Provavelmente não. - Tony tragava seu cigarro rapidamente e passava para a irmã. - Já sabe o que fazer.

Effy assentiu e quando chegaram em frente a casa, deram a volta na mesma, até enxergarem a janela do banheiro. Não era pequena e sempre que iam a festas, faziam isso. Tony jogou a bituca fora e ajeitou o cabelo.

- Você primeiro, vai direto para o quarto. - Tony entrelaçou as mãos, fazendo um arquétipo de degrau para Effy subir.

Ela se apoiou no irmão e agarrou o cano que subia até a janela do banheiro do segundo andar. Foi escalando até conseguir abri-la e enfim entrar no banheiro. Tony fez o mesmo, sem precisar de ajuda da irmã ou qualquer um, e quando finalmente entrou dentro de casa, os dois riram um para o outro e cada um foi para o seu quarto.

No momento em que Effy se cobriu até a cabeça com o edredom, a mãe entrou no quarto e falou, com a voz sonolenta:

- Acorde, arrume-se e desça para tomar café. - Fora curta e grossa, logo fechando a porta. Effy pode ouvir o som dos chinelos batendo nas escadas.

Jogara o edredom para o lado e foi tomar banho. Não acreditava como a mãe não sentira o cheiro forte do quarto da filha, mas não importava, tinha de se arrumar logo para ir ao colégio com Tony e encontrar os amigos para relembrar a noite anterior, eles eram definitivamente os melhores e piores amigos do mundo, eram incríveis, mas ao mesmo tempo, monótonos.

A vida de Effy era boa, mas as pessoas que haviam nela a faziam ficar triste. A mãe, sempre dormindo ou fumando, pois depois de que seu marido fora embora, ela nunca mais foi a mesma. Tony, seu irmão, poderia ser considerado um babaca mimado, sempre conseguia o que queria e usava e descartava garotas sempre que podia, Effy também conseguia tudo, mas eram poucas as vezes que utilizava seu "dom".

Tony tinha um grupo de amigos e Effy outro, mas não queria dizer que as vezes não andavam juntos, porém era raro. A relação dela com o irmão era forte, sempre um defendendo o outro e isso era bom, Tony era seu melhor amigo e o amava mais que tudo.

Effy girou o registro e se secou, sempre com a expressão vazia e solitária, mesmo com amigos ao seu redor. Mas era como se sentia, mesmo com uma vida boa, havia algo que não a deixava ser feliz e por isso se afundava nas coisas ruins; não era viciada nem nada, não sentia necessidade de usar toda hora, mas se estivesse em seu alcance, eram dois palitos para fumar e beber tudo o que tinha pela frente.

Vestiu meia calça, short e regata preta e por cima uma camisa xadrez, além de um enorme colar em cima, parecia um conjunto bizarro de roupa, mas nela ficou sensacional, o que outras garotas não entendia. Penteou os cabelos que já eram lisos, passou lápis nos olhos, realçando os olhos azuis, pegou sua bolsa e saiu do quarto, mas antes, calçou seu coturno de couro preto.

TWO FINGERSOnde histórias criam vida. Descubra agora