Jake estava sem reação, Tony havia descoberto a relação de seu melhor amigo com sua irmã e a sensação não era das melhores.
- O que é isso?! - Tony gritou, fazendo Effy sobre saltar. Era a primeira vez que via a garota com temor nos olhos, mesmo tentando se manter estável e inabalável.
Tony apertava a maçaneta da porta com força e respirava rapidamente, tentando não explodir, mas seus olhos já denunciavam que era uma bomba relógio. Jake não sabia como reagir, de fato havia sido egoísta, pois o amigo avisara que poderia pegar qualquer garota, com exceção de sua irmã, mas ele não fez isso.
Jake se levantou rapidamente, vestindo a cueca e a calça em um vulto enquanto Effy se cobria com o cobertor. Engoliu em seco, com os olhos vidrados nos olhos azuis do amigo, não conseguia desviar.
— Tony, eu sei q... – Jake foi interrompido pelo amigo.
— Como você pode fazer isso comigo, fazer isso com ela! - uma lágrima rolou pelo rosto vermelho de raiva de Tony. - Eu não posso a perder novamente, eu não consigo. Nós não temos ninguém, apenas um ao outro!
Tony gritava e limpava as lagrimas violentamente, com sua mão nas pálpebras para o choro cessar. Jake julgava que era apenas um ato de irmão protetor para Effy não retornar ao seu estado psicótico, mas era mais que isso. Tony não tinha ninguém, a mãe vivia em estado catatônico e o pai... nem sabia onde estava. Apenas a irmã lhe restou e vice-versa.
Começou a pensar como havia sido para Tony ver a irmã internada, distante e irreconhecível. Como se sentiu sozinho mesmo com a namorada e rodeado de amigos. Lembrava como tentava reanimar o amigo que não tinha mais emoções pela situação da irmã. Sentiu-se péssimo, mesmo tendo sentimentos por Effy, talvez necessitasse guardar para si.
— Cara, o que há com você? Faz semanas que quase não diz uma palavra e fica assim olhando para o nada... - Jake acendeu um cigarro, não encarando o amigo ao seu lado.
- Minha irmã. Ela foi internada. Basicamente ficou paranóica por ter experimentado da droga chamada "amor". - Jake fez uma careta discreta, não entendendo. Tony continuou: - Ela nunca havia se apaixonado, e quando sentiu o sentimento, foi um choque para ela.
Jake arqueou as sobrancelhas, surpreso. Era uma situação incomum, mas poderia admitir que nunca se sentiu assim e se acontecesse, talvez teria de ser internado também. Amar não é uma palavra que combinava com Jake.
— Foda... - foi tudo que conseguiu dizer. - Você vai visitá-la?
- Eu fui ontem e ela está outra pessoa, quase não me reconhece. Fica falando que agora é uma pessoa melhor e como seu psicólogo é bom. - Tony inspirou fundo, tentando não desabar na frente do amigo. - Mas ele não é, ele é um bosta. Está roubando sua essência aos poucos, não é assim que se cura uma pessoa.
Jake não sabia o que dizer para confortar o amigo, Effy era bonita e já se pegou admirando-a, mas seus grupos de amigos eram separados, o que dificultava um dialogo entre eles. Era raro quando os dois grupos se juntavam, mas nesses breves momentos permanecia observando Effy com seu namorado e via que a relação deles era um tanto confusa,porém boa.
— Como foi quando falou com ela? - Jake perguntou, observando a movimentação. Os dois estavam sentados na mureta em frente a casa de Tony.
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TWO FINGERS
RomanceEm Bristol, Inglaterra, é onde Effy e seu grupo se estabilizam. Todos se divertem o máximo que podem para esquecer os problemas pessoais e torna-los mais fáceis a si mesmos. Effy poderia ser considerada a pessoa com mais transtornos mentais d...