Estava sentado na mureta da entrada de sua casa, observando as pessoas andando pela rua ou até mesmo as folhas nas árvores. Ele estava incomodado desde que Effy o deixou sozinho na rua.
Não queria admitir, jurava que não queria, mas possuía fortes sentimentos pela garota e aquilo estava o consumindo, precisava desabafar. Era muito estranho, quando pensava nela começava a tremer, suas pernas doíam e sua barriga esfriava. Effy deveria causar esses efeitos em qualquer garoto, mas não em Jake.
Ele não gostava de gostar de garotas, de sentir algo por elas. Gostava de ficar e depois esquecer, mas não era o que estava acontecendo ali e ficaria impossível já que Effy era irmã de seu melhor amigo.
Respirou fundo. Ele não havia degustado desse sentimento e isso era tudo muito novo, mas não a ponto de ser internado como Effy. O modo desafiador como ela sorria, suas tranças mal feitas ou suas roupas ousadas ao tempo que eram surradas. Precisava parar de pensar nela, Tony o avisou, ele queria proteger sua irmã para que ela não sofresse novamente.
Jake sentia a tensão de Effy ao vê-lo e como o fitava de modo diferente, como o encarava nas tardes no pub enquanto cantava ou quando ele acendia um cigarro. Era algo diferente, um caso que os dois não ousavam andar uma casa, pois sabiam que não daria certo.
Jake jurava que tentou não pensar em Effy, tentou tirá-la de sua mente a todo o momento, mas ela sempre estava ali. Um dia Jake se viu andando por seu quarto, aflito, não sabendo como lidar com o fato de gostar de uma garota, ou pior ainda, estar se apaixonando. A raiva foi tanta que ele acabou lançando coisas aleatórias pela janela e socando a parede, fazendo o dorso de sua mão sangrar. Definitivamente, Jake estava perdido, ele era um caso perdido, junto com Effy.
Não queria se apaixonar pelo fato de ter medo, medo de quando acabar, afinal amor é um precipício onde você se joga e reza para o chão nunca chegar. O que aconteceria se Jake falasse que estava possivelmente apaixonado por Effy? Como ela reagiria? Riria de sua cara? O pior era que ele estava gostando de uma garota que não era flor de se cheirar. Bem, ele também não era, mas o caso é que precisava de uma pessoa boa para o completar, não para o arruinar mais e Jake também não era um bom companheiro para Effy.
Depois de tantas tentativas frustantes de apagá-la de sua mente, resolveu tocar seu violão. Tentou expulsar o pensamento ao máximo e se concentrou em criar uma nova canção. Tocou firmemente e elaborou os versos, aprofundando-se em suas palavras e metáforas que gostava de fazer em suas músicas. A canção ficou uma bosta.
Deixou o instrumento de lado e se deitou na cama, tentando dormir, já que no momento não tinha nada para fazer. Acabou por fim, adormecendo entre papéis contendo notas e versos.
Acordou já com a lua exposta, mal sabia que horas eram. Quando se levantou, uma dor de cabeça o atingiu e como um clique, lembrou-se de que Effy havia dito que os dois tinham transado na noite do baile.
Era verdade.
Lembrou-se de tomar a iniciativa de beijá-la e de agarrá-la, Meu Deus, ele se lembrava de sugar o mamilo de Effy e das investidas que deu. Estava pálido e indignado, justo com ela. Lembrava das sensações que Effy lhe proporcionava e puta merda, foi a melhor transa de sua vida.
Riu com o pensamento, logo ficando sério novamente. Meu Deus, foi ele quem a beijou! Se não fosse por aceitar a bebida de Effy nada disso estaria acontecendo, mas por outro lado perderia a chance de beijar e transar com a garota mais linda que ele havia visto em toda humanidade.
Pare de ser tão nojento, pensou consigo mesmo. Pronto, ela havia tomado conta de seus pensamentos novamente. Agora não dava mais para negar, Jake Bugg estava completamente apaixonado por Effy Stonem e não sabia como lidaria com esse sentimento.
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TWO FINGERS
RomanceEm Bristol, Inglaterra, é onde Effy e seu grupo se estabilizam. Todos se divertem o máximo que podem para esquecer os problemas pessoais e torna-los mais fáceis a si mesmos. Effy poderia ser considerada a pessoa com mais transtornos mentais d...