15. Effy Stonem

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Effy e Jake estavam na cama, enrolados em cobertores já que seus corpos se encontravam à mostra. Por sorte Tony estava na casa de Michelle, então não pensaria que sua irmã e seu melhor amigo estavam transando escondido. Bem, não era um problema os dois estarem juntos, mas Tony alertou que não queria ver a irmã sofrer novamente, muito menos por Jake.

Effy estava com a cabeça no peito de Jake, enquanto o mesmo acariciava seus cabelos. Estavam em silêncio, mas um silêncio bom, com apenas suas respirações preenchendo o ambiente.

- O que é isso? - Jake falou, apontando para cima de sua cabeça onde permanecia o mural de gravuras aleatórias.

Effy engoliu em seco, havia se esquecido de seu mural,mas por algum motivo ou razão não estava nervosa por Jake ter visto as gravuras, ele a entendia, os dois eram parecidos.

- Uma terapia - Effy sorriu e viu um uma curva se formar no canto dos lábios do garoto.

Enquanto Jake estava ajoelhado na cama, Effy estava sentada, um pouco corcunda e com os seios a mostra, sem se incomodar. Afinal, não era como se ela e Jake não estivessem transado há algumas horas atrás.

- Eu queria ter alguma coisa para utilizar como terapia - os dois estavam analisando o mural, Jake sentindo a textura das imagens.

- Terapia para que? - Effy ficou curiosa, porém ainda desconfortável com Jake prestar atenção no mural.

- Para a minha vida anormal. Tenho pais que nem lembram da minha existência, afundo-me na bebida, drogas e cigarro, e não faço nada para tornar essa situação melhor - Jake parecia estar sendo sincero e aquilo tocou Effy.

Era incrível o que o amor podia fazer com as pessoas. Com Jake não era mais a garota rebelde que era antes, agora parecia mais sentimental e isso era estranho. Nunca havia se sentido assim. Por um lado gostava de ser da maneira como se comportava, porém não significava que não era mais provocante.

- A minha vida não é muito melhor que a sua, vivo com uma mãe traíra, um irmão infiel e convencido, e sou uma psicótica fodida - Effy sorria de canto, como se o que acabara de falar fosse normal.

- Por isso tem essas fotos?
- Não, isso é para me lembrar que não posso voltar ao que era antes - Effy admirava o mural, era como um mantra para ela.

- Se depender de mim isso não vai acontecer - Jake segurou o rosto da garota de cada lado e a olhava intensamente.

- Só depende de você para isso acontecer. - Effy sorriu tristemente.

Ela tentaria ao máximo ficar estável, estava tudo indo bem e a sensação de amar e ser amada era espetacular. Jake tinha sua própria beleza, ele era único.

Freddie era mais aberto e sociável, diferente de Jake, que era fechado, misterioso, uma incógnita a ser desvendada. Tinha um ar poético e era incapaz de demonstrar sentimentos, sempre com expressão séria e obscura, mas quando o conhecia... Bem, era impossível conhecê-lo, seu charme era ser misteriosamente atraente.

Jake encostou suas testas, fazendo Effy fechar os olhos com o ato, ele ainda segurava seu rosto. Seu toque era quente e macio, demostrando segurança.

- Por favor, não diga isso - Jake sussurrava. - É foda te amar, Elizabeth.

- Por que? - Effy sorriu de forma marota, desincostando suas testas.

- Porque somos dois casos perdidos, devíamos achar pessoas melhores, não acha?

Agora era a vez de Effy segurar o rosto de Jake e encostar suas testas, mas de modo brincalhão.

- Por favor, não diga isso - fingia implorar.

Os dois riram e voltaram a se beijar, nus e confortáveis. O beijo de Jake era tão bom, único, assim como ele. Effy se deitou e fechou os olhos enquanto Jake iniciou uma trilha de beijos delicados por seu corpo.

Testa, olhos, nariz, boca, queixo, pescoço, peito, seios, tronco, barriga, ílio até chegar no ponto final. Começou então a lamber a extremidade de Effy, enquanto a mesma acariciava os cabelos de Jake.

A cena durou por alguns minutos até retornarem a posição inicial, deitados e abraçados, observando o nada. Era um vai e vem interminável.

- Estou me sentindo muito estranha, tornando-me sentimental, sabe? - Effy falava ao tempo que passava a mão aleatoriamente pelo tronco de Jake.

- Não vamos ser sentimentais. - Jake levantou o dedo mindinho, indicando promessa e Effy também levantou, entrelaçando os dedos.

- Eu juro solenemente não ser sentimental - Effy falou, ainda com os dedos entrelaçados, Jake logo repetiu suas palavras.

Trocaram mais algumas palavras e sem perceber, dormiram. Abraçados e cobertos, sem se importar se alguém os visse. Foi um sono ameno e tranquilo, a pele de Jake era quente e macia, não possuía músculos ou era extremamente alto, mas Effy não podia se importar menos com isso.

Seu sono benevolente se alterou. Sonhou que fugia de Jake, não podia ver seu rosto e tampouco seu corpo, mas sabia que era ele. Estava em primeira pessoa e fugia sem motivo algum, com lágrimas nos olhos e gritando sem parar "Eu não tenho medo!". Nada estava nítido e sim embaçado e turvo, mas sabia exatamente o cenário em que se encontrava. Parou em uma rua movimentada, ainda gritando e viu Tony indo até seu encontro, mas antes que desse mais algum passo, foi atropelado por um ônibus.

Effy gritou e se jogou na calçada sentindo braços a abraçarem por trás. Sabia que era Jake. Permitiu-se ser amparada por ele, enquanto lamentava a perda de seu irmão.

Acordou em um pulo, com gotas de suor se formando em suas têmporas. Jake já havia acordado, e estava ao seu lado, apreensivo pela cena.

- O que houve? - Jake passava as mãos pelos braços de Effy, na tentativa de confortá-la.

Seu coração estava a mil e arfava sem parar. O toque de Jake a acalmou e aos poucos se deitou em seus braços novamente, recostando a cabeça em seu peito. Por fim conseguiu dormir com carícias em seu cabelo e dessa vez não sonhou com nada.

Acordou com batidas fortes e quando enfim abriu os olhos, pôde ver Tony na porta, encarando-os com fúria nos olhos.

TWO FINGERSOnde histórias criam vida. Descubra agora