Fazia quanto tempo? Quatro, cinco meses desde que tudo aconteceu? e o que mais assustava Tony era que sua irmã e seu melhor amigo não se superaram. Achou que o tempo poderia curar, mas não, o vazio só aumentava, mas isso não queria dizer que não sabiam disfarçar as emoções.
O que poderia dizer de Jake? Sua expressão monótona e indiferente não mudou, seu jeito não mudou, para os outros ele continuava igual como se nada houvesse acontecido. Mas se Tony não fosse seu melhor amigo, não saberia que andava mais irritado e zangado com a vida, escrevendo canções com mais explicitas e fumando mais que o normal. Na real que era impossível desvendar o que Jake estava sentindo no momento nem com cinco psicólogos juntos.
Tony convidava Jake para jogar video game ou fumar na sua casa para quebrar o gelo e o garoto sempre recusava e não era pela presença de Effy, era porque não tinha mais vontade de fazer as coisas.
Argh os dois eram tão parecidos, Effy e Jake. Ambos orgulhosos e complicados, mas uma coisa impossível de saber era se eles seriam felizes, pois Tony evitou essa parte pelo fato de depois vir os problemas.
- Cara, vamos em uma festa hoje? Soube que vai ter uma na casa da Ramona, aquela la que eu... eu não preciso te lembrar - Tony dizia, empurrando o amigo de leve afim de anima-lo.
Jake continuou parado, o cigarro queimando aos poucos em seus lábios e seu olhar perdido em um ponto qualquer. Tony percebeu que o amigo não queria responde-lo, na verdade queria ficar sozinho e foi possível descobrir isso pelo fato de Jake semicerrar os olhos rapidamente, o que fazia para controlar a raiva. Sempre funcionava já que ele era mais calmo que qualquer coisa.
- Jake, o que você tem? Anda estranho ultimamente - Tony arriscou, fingindo que não sabia o porquê do estado do amigo.
O garoto desta vez se virou, olhando nos olhos do amigo, coisa que nunca acontecia, nunca faziam contato visual muitas vezes. Isso durou por uns três segundos, mas foi como se Jake capturasse a alma de Tony e colocasse em um pote. Tony nunca admitiria isso, mas tinha medo do melhor amigo, poderia aparentar calmaria, mas não queria dizer que sua mente não era uma tempestade e que fazia de tudo para pô-la em ordem.
Era tão estranho, Jake era tão intimidador sendo apenas ele enquanto Tony se esforçava para que os outros o temessem. Se com apenas um olhar (não proposital) o amigo já intimidava não queria nem pensar se fosse intencional. Sua jaqueta de couro e expressão indiferente era o que dava-lhe um ar de durão e o mais engraçado era que Jake nem fazia ideia disso.
- Não me olhe dessa maneira
- Estou olhando normal - Jake respondeu antes de tragar mais uma vez seu cigarro barato. - Só pare de fingir que se importa, obrigado.
Tony não sabia o que responder e aparentava ter engolido uma pedra de carvão uma vez que seu corpo incendiava por dentro. Jake nunca o rebateu ou deu indícios de não gostar de suas atitudes, mas agora ele estava assustando-o cada vez mais.
- Eu não finjo -Tony sentia que havia sido espancado, era o líder do grupo, mas Jake não podia falar nada que já sentia medo do amigo. - Eu estou preocupado.
Jake desceu da mureta onde estavam e amassou o cigarro na mesma, sem paciência (o que era estranho). Começou a andar direção contraria de Tony, indo embora sem mais nem menos. Tony não entendia mais nada, desceu a mureta e correu até o melhor amigo, tocando-lhe o ombro.
Tony esperava um soco, mas Jake apenas se virou e retirou a mão do amigo.
- Você sabe tudo sobre mim seu cuzão, devia saber que não deve se meter nas minhas coisas - Jake estava bravo, mas sua voz não mudou e tampouco sua expressão, que já aparentava ser de desprezo.
- A minha irmã não é uma coisa, e se você soubesse de verdade como ela é não ficaria perto - Tony começava a se irritar, mas ainda tinha certo receio do que Jake poderia falar, o pouco que o garoto falava equivalia a cinco corações magoados.
- Eu estava bem, nós estávamos bem. E se houvesse obstáculos, nós enfrentaríamos. Você não acha que não estraga muitas vidas por aí? Esse é seu trabalho? Sua missão além de ser um retardado que só fazer merda? Fica traindo a namorada todo segundo e quer ter moral. Quando fizer algo útil, volte a falar comigo.
Com isso Jake se virou e continuou a andar, virando a esquina logo em seguida. Aquele garoto era o único que conseguia deixar Tony sem argumentos ou sem qualquer resposta idiota que saia da boca sem querer. Tony fez a coisa certa em separa-los porque daria merda.
Mas o fato era que em todos esses anos que conviveu com Jake sabia que ele arranjava um jeito para tudo. Brigas, dividas, drogas, tudo Jake dava um jeito para se sair bem e limpo na historia. Não que ele fosse desonesto ou procurasse perigo, não, era uma pessoa de boa, mas sempre que aparecia coisas do tipo em sua vida ele se safava.
Acontece que era Jake e Tony e provavelmente agora seria apenas... Tony. Precisava encontrar alguém para substituir o amigo, mas acontece que Jake não era substituível. Apesar da calmaria, era uma pessoa que estava ali sempre, ele era foda. Tony nunca poderia admitir isso pra ninguém.
Jake poderia viver bem apenas com uma pedra como companhia. Ele era independente das pessoas e Tony sabia que o amigo não sentiria falta de sua amizade, isso era triste e humilhante.
Sid.
Precisava encontra-lo. Seria seu novo melhor amigo talvez temporário.
Ele era virgem ainda? Ele estava com a Cassie ou só morria de amor por ela?
Se era virgem ainda, precisava encontrar uma garota para ajudá-lo, mas onde acharia uma que não saísse correndo ou fizesse o mais normal que seria negar ajudar. Sid não era feio, mas também não era um imã de garotas como Tony, além de seu estilo que não era um dos melhores. Aquela toca, era a toca que fazia tudo dar errado, certeza.
Michelle, era a Tetas que ajudaria.
Ligou para sua namorada, mas ela não atendia. Era errado não achar errado sua namorada ajudar o melhor amigo do seu namorado a perder a virgindade? Tony faria isso, óbvio que faria. Ligou novamente, ela atendeu.
- Oi Tetas - Tony disse sorrindo pelo apelido que dera em sua namorada.
- Pare de me chamar de Tetas, Tony - bufou do outro lado da linha.
- É um nome engraçado. Já vi seus mamilos, Tetas. São hilários.
- O que você quer, Tony? - Não estava brava, só não queria perder seu tempo.
- Eu tava pensando aqui e o Sid precisa perder o cabaço de uma vez e eu te nomeei a ajudante - Tony andava pela rua, confiante de si que a namorada toparia.
- Está falando sério? - Michelle riu pelo nariz afim de que era mesmo uma brincadeira.
- Por que não, aliás eu sei que antes de ele gostar da Cassie ficava de pau duro quando te via. Você vai se sair bem. Hoje vai ter uma festa, na casa da Jal, ela não nos convidou, mas já que você é amiga dela poderia ajudar né?
- Tchau, Tony - E com isso desligou.
- Ela vai ligar de novo - Tony disse para si mesmo.
Arrumou seu casaco e continuou andando pela calçada, encarando as garotas que passavam por aí e se achando o maioral. Quem era Jake mesmo? Agora tinha uma missão com Sid, e estava certo de que daria certo.
Era estranho o modo que seus sentimentos mudavam subitamente, antes ficara levemente depressivo com o fato de que perdeu uma amizade e agora estava feliz de novo afina, ele era Tony Stonem. Ele era foda.
Precisavam ir nessa festa. O seu grupo mais o de Effy, seriam invencíveis.
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Desculpem-me pela demora e se houver qualquer erro, lembrem-se que errar é humano fjsdnfkjsdnfk
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TWO FINGERS
RomanceEm Bristol, Inglaterra, é onde Effy e seu grupo se estabilizam. Todos se divertem o máximo que podem para esquecer os problemas pessoais e torna-los mais fáceis a si mesmos. Effy poderia ser considerada a pessoa com mais transtornos mentais d...