5. Effy Stonem

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Effy fechou a porta na cara de Jake e subiu correndo as escadas. Encolheu-se na banheira do banheiro de seu quarto e ficou lá, tentando suportar a dor que insistia em voltar. Effy não queria nunca mais amar outro garoto, não queria que tudo acontecesse novamente, pois com Freddie, ela literalmente ficou psicótica.


Ela não sabia o porquê de ainda continuar assim, Tony já a havia "curado" e Effy voltara ao normal, mas quando viu seus amigos novamente, era impossível não lembrar de Freddie entre eles. Ela não queria voltar a Effy depressiva e maníaca, tudo havia começado quando Freddie entrara em sua vida e atraíra seus instintos mais sacanas fazendo-a perder o juízo e a deixando perdida.

Não que ele fizera mal a ela ou a iludira, ele a amava e vice-versa. Mas foi muito chocante para ela se sentir apaixonada, porque sempre prometera para ela mesma que nunca o faria. A verdade é que Effy é uma bomba de emoção, uma bomba e ela simplesmente explodiu, foi demais para ela, tudo se acumulou em um corpo só e ela não aguentou suportar dentro de si. Effy estava podre por dentro, tudo que estava na beirada caiu, e os motivos foram : Amor, sentimentos antigos e ela mesma.

Ela simplesmente não sabe o que fazer quando a felicidade bate a sua porta, simplesmente foge disso e havia se tornado dependente do amor de Freddie que acaba destruindo a si mesmo e a ela, não deixando um espaço para que Effy pudesse respirar. Ele foi um dos culpados sim pelo surto dela, porque ficou pressionado-a, ele passou a ser outra pessoa quando a conheceu. Claro que a maior culpa foi a dela mesma, já estava podre ao conhecer Freddie e o amor não fazia e não faz bem a ela.

Só que no fim Effy é tão só uma menina que sempre precisou de ajuda, mas custou a ceder às suas necessidades, camuflando-se e perpetuando-se através de uma máscara, quebrada depois de sua exaustão interna.

Effy se levantou vagarosamente e olhou pela janela de seu quarto, Jake ainda estava lá, encostado na mureta, parado. Ela pegou uma das varias cartelas de cigarro que havia em sua gaveta, abriu a janela e lançou na cabeça de Jake, ele sorriu sem mostrar os dentes quando a vira ali, na janela, sorrindo maliciosamente com seu olhar penetrante. Por um momento se esqueceu que estava mal e ficou o encarando, mas logo se lembrou e voltou a fechar a janela e entrar na banheira.

Ela realmente gostara dele, dariam-se bem como amigos, mas como namorados, nunca. Ela ama, mas qualquer tipo de amor a sufoca. Não saberia como lidaria com si mesma se amasse novamente, da ultima vez - com Freddie - já tentara se matar, o que foi lastimante, se acontecesse de novo não seria responsável por suas próprias ações.

Com o pé, Effy abriu a toneira da banheira e ficou observando a água preencher o vazio do fundo até sua cintura. Percebeu como isso poderia ajuda-la, pelo menos um pouco, a amenizar a situação. Ela não se destruiria mais ainda pelo que aconteceu, ela preencheria esse vazio com outra coisa, mesmo que fosse uma transa com Cook afinal, nada que já não tivessem feito antes.

A água estava até seu pescoço e Effy pensou seriamente em morrer afogada, mas dispensou,teria de enfrentar a vida de cabeça erguida se não ela a derrubaria. Brincou com as roupas que inflavam na água e fumou mais um cigarro, a maquiagem derretida pela bochecha a deixaram com um aspecto tenebroso, mas não se importava.

Meu Deus, ela estava voltando a ser a Effy problemática! Deveria esquecer tudo e ir se divertir com seus amigos como uma garota normal, não ficar se lamentando por algo do passado. O passado fica no passado, o que interessa é o presente e o que fazemos com ele. A dor era muita, mas deveria suportar e rejeitar, fazer o que for preciso para seguir a vida e ser a Effy de sempre que achou que havia voltado. Mas agora, de fato, ela havia de voltar.

Deveria estar feliz em rever os amigos e aprender com eles o modo com que passaram por cima da tristeza que chocou a todos sobre Freddie, mas Effy, ela era a namorada. Tentaria se concentrar e sorrir mais, pois não adiantaria nada viver imersa na tristeza, iria repelir todos as memorias sobre o ex e seguir a vida, mas nunca se apaixonaria novamente, era uma regra.

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