Capítulo 4

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-Eu estou aqui porque... eu agredi um policial que queria me prender porque eu estava vendendo drogas.

"Eu vendia drogas por necessidade, eu queria entrar em um bom colégio, mas era muito caro. Então alguns amigos me falaram que vender drogas era muito lucrativo e que os policiais nem iam perceber o que eu tava fazendo... A tonta aqui acreditou neles. No dia em que me pegaram, eu tava em um beco com uns compradores que queriam cocaína. De repente, dois policiais chegaram, não pensei duas vezes e comecei a correr, mas conseguiram me alcançar. Um deles me revistou e encontrou as drogas, mas não foi só isso; ele começou a me xingar, falando que eu devia estar na escola, que eu era uma delinquente, uma drogada... Não me controlei e dei um soco no rosto dele. Foi um soco um tanto quanto fraco, mas foi o suficiente para os policiais me levarem para a delegacia e depois para esse reformatório"

Fiquei algum tempo pensando na história que ela acabou de me contar. Sydney, a loirinha simpática, era uma traficante de drogas?

-Oh... Eu não esperava por essa. -eu disse realmente chocada.

-É, eu mudei e muito... Esse lugar foi muito bom para mim.

-Já ouvi isso... -falei meio que sem pensar.

-Ouviu? Você já falou com alguém?

-Talvez sim, talvez não... Nada de perguntas que não te interessam, esqueceu?

-Tem razão, eu tinha mesmo esquecido. -ela dá um tapa na própria testa.

-Então você era uma traficante... -falei, rindo da cara envergonhada de Sydney.

-Eu não... Quer dizer sim, mas... É errado, eu me arrependi de verd...

-NUNCA! -eu gritei de repente, o que fez ela se assustar. -Nunca se arrependa de algo, apenas admita que foi algo errado e faça o certo.

-Isso é se arrepender. -ela disse como se fosse óbvio.

-Eu estou começando a gostar de você, não estrague isso.

-Vem! Eu estou faminta.

Ela se levantou, pegou meu pulso e começou a me puxar para fora do quarto.

-Não Sydney, eu não quero... É, talvez eu queira sim. -ela gargalhou e continuou puxando meu pulso, parece alguém que esqueceu das regras aqui.

-Sydney... Você esqueceu das regras?

-Ah é verdade... ESPERA! -ela gritou de repente. -Você disse que ia me contar como ficou desse jeito.

-Ah droga... achei que você tinha esquecido.

-Não esqueci e quero que conte

-Vamos comer primeiro. -disse tentando mudar de assunto e evitar falar sobre isso

-Tá bom, mas eu não vou me esquecer e assim que voltarmos para o quarto você vai ter que me contar

-Tudo bem, tudo bem... Agora vamos, eu estou com tanta fome que comeria 4 vacas inteiras.

-Isso é nojento. -ela falou fazendo uma cara engraçada.

-Você acha que o hambúrguer vem da onde fofa?

-Da caixinha de hambúrgueres, ué. -disse como se fosse óbvio e eu comecei a rir

-Isso foi ridículo, você pareceu aquelas crianças que ainda acreditam no Papai Noel.

-E eu acredito. -ela revela

-Você só pode estar brincando...

-Não, é sério, todo ano ele me dá presentes.

Oh Deus, dai-me paciência porque se o Senhor me der força, eu juro que vou estrangular essa garota. Como eu posso ser amiga de uma pessoa que tem a mentalidade de uma criança de 5 anos?

-Eu não vou nem me preocupar em discutir com você...

Fomos para o refeitório, que estava lotado, como de costume. Assim que entramos todo mundo direcionou a atenção para mim.

-Perderam alguma coisa?! -gritei, peguei uma laranja que estava em cima de uma mesa e a amassei com muita força com apenas uma das minhas mãos. -Isso vai acontecer com o próximo que me olhar desse jeito!

Esfreguei minha mão na minha calça, que começou a ficar com um cheiro de laranja, e fui pegar minha comida junto com Sydney. Percebi que o pessoal ficou assustado e continuou conversando sobre seus assuntos chatos. Hum... Menos mal... Não devo nada a esses idiotas e eles ficam me olhando como se eu fosse inferior? Ah não... Ninguém faz isso com Savannah Turner.

Peguei um prato e coloquei arroz e um bolo de carne que parecia que foi feito no mês passado. Sydney também colocou comida no seu prato e fomos em direção à uma mesa.

-Você assusta as pessoas. -concluiu Sydney e nos sentamos.

-Pois é... É um dom.

Comemos tranquilamente e, dessa vez, sem idiotas enchendo o saco. Assim que terminamos Sydney, que novamente se esquecendo das regras, saiu me puxando de volta para o quarto.

Consegui me soltar dela, me joguei na minha cama e fechei meus olhos, com a esperança de que Sydney não enchesse mais o meu saco. Assim que abri os olhos, percebi que eu estava redondamente errada.

-Você vai me contar de um jeito ou de outro. -ela falou olhando para mim.

-E se eu não quiser?

-Você jurou de dedinho. -ela mostrou seu dedinho mindinho. Essa é a primeira e a última vez que eu vou fazer tipo de coisa.

-OK, eu conto, mas se alguém ficar sabendo disso, eu vou enfiar um rolo de papel higiênico na sua garganta.

-Isso seria estranho, mas tudo bem. -ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e sentou na sua cama. -Comece a me contar tudo.

-Não acredito que vou te contar isso...

***

Oi gente, tudo bem com vocês? Gostaram do capítulo? Gostaram da revelação de Sydney? Parece que ela nunca foi essa garota meiga, não é? E a Savannah? Será que ela vai contar porque é tão fria com as pessoas? Aguardem... Dêem suas opiniões e obrigada por lerem esse capítulo.


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