#16

20 4 0
                                    

Os meus pais esta semana têm andado muito estranhos. Eu estou com medo se é alguma coisa grave. Cheguei da escola e o meu pai estava ao telemóvel.

- Sim... Ok... então está tudo tratado... daqui a duas semanas... sim, já tratamos das outras burocracias... ok... adeus.

Que burocracias seriam? Estava confusa. Fechei a porta com força de maneira a que soubessem que eu já tinha chegado.

- Cheguei. Estou no meu quarto. - Grito.

- Ana, nós precisamos de falar contigo. - Minha mãe fala.

- Ok, vou só deixar a minha mala no quarto, já volto. - Entrei no meu quarto e pus a mala, preparei-me para a bomba, porque eu sabia que dali ia sair uma bomba.

Sentamo-nos os três na mesa da cozinha e o meu pai começou.

- Ana, como sabes eu e a tua mãe temos andado um bocado ocupados e muito ausentes e isso tem uma razão... - Meu pai e minha mãe olham-se.

- Nós recebemos uma proposta irrecusável, de uma empresa, ganhamos quase o triplo do que ganhamos agora. - Minha mãe continua.

- Boa, e onde fica essa empresa? - Estava super entusiasmada por os meus pais terem recebido uma proposta assim.

- É no... - O meu pai começa.

- Sim... - Digo com um sorriso no rosto. Eles entreolham-se de novo. Aquilo já me estava a assustar.

- Querida - Quando o meu pai me chama de "querida" não é coisa boa. - Não vale a pena enrolar. Querida a empresa fica no Algarve e vamos os quatro para lá daqui a duas semanas. Tu já estás matriculada numa escola de lá. Vais mais esta semana à escola e depois vamos. Por isso começa a arrumar as tuas coisas.

- Não! - Naquele momento o meu mundo desmoronou-se, aquilo não podia ser verdade, eles apenas estavam a brincar comigo. Não, eu não posso deixar os meus amigos o meu namorado, e Mara, a minha escola, eu não posso, eles não podem fazer isso. - Não, não, não, vo...ces não podem fazer isso.

- Desculpa, agora que tu te estavas a acertar com o Mateus, e que estavas com uma vida maravilhosa, não há volta a dar.

Eu estava a chorar, aquilo não podia ser verdade. Levantei-me e deixei a cozinha a correr para o meu quarto. As lagrimas escorriam pelo meu rosto descontroladamente. Fiquei o resto do dia no meu quarto agarrada à minha almofada a chorar. Oiço o meu telemóvel a tocar. Era Mara, atendi.

Ligação On

Mara: Oi, oi.

Ana: Oi. - Digo soluçando.

Mara: O que se passa Ana? - Pergunta preocupada.

Ana: Os meus pais receberam uma proposta irrecusável de uma empresa.

Mara: Isso é bom.

Ana: Pois mas a impressa é no Algarve e eu daqui a duas semanas vou me embora.

Mara: Só podes estar a gozar?

Ana: Quem me dera.

Mara: Tu não podes ir.

Ana: Eu sei, não digas nada ao Dinis nem ao Mateus quero ser eu a contar.

Mara: Ok, então amanhã falamos. Adeus.

Ana: Adeus

Ligação Of

Olho para o relógio, que marcava 20:00h, por isso liguei para Mateus. Ao terceiro toque atendeu.

Ligação On

Aconteça o que acontecerOnde histórias criam vida. Descubra agora