Christmas

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Depois da trágica noite, minha rotina continuou resumindo-se na universidade e algumas noitadas básicas com Kiera, Kate, Tyler, Bruno, Jake, Mike e Friedrich, os quais felizmente não me deixavam como vela. Com Skyler, Benjamin e Harry longe, Kiera passou a me ajudar na minha confusão sentimental, assim como Friedrich e os garotos da banda que acabaram tornando-se bons amigos.

Entre provas, trabalhos, aulas práticas e pesquisas, consegui mais respeito dos professores na universidades e comecei, assim, a concorrer em alguns concursos públicos que haviam para estágios, sim, tenho que concorrer para um estágio, não quero ter que ganhar tudo do meu pai. Kate corroía-se de ciúme e raiva por causa disso, e, se nunca nos demos muito bem, foi nessa hora que nossa comunicação atingiu o limite. Eu e ela nos suportamos, somos amigas, mas sinto que ela morre de inveja de mim, acha que eu ganho tudo de mão beijada.

Skyler não demorou a voltar a Londres, onde acabou indo morar com Tyler novamente, que aos poucos alcançava o sucesso com a White Stones. Mas, do jeito que Skyler é, os dois sempre acabavam brigando e ela ia dormir em minha casa com muita frequência.

As festas do St. Anna diminuíram parcialmente, e nas que ainda existiam eu dava desculpas sobre a universidade ou meus amigos para não ir, evitando ter as íris verdes de Harry de encontro com as minhas, bem como seu sorriso perturbando meu sono. A verdade é que eu não conseguia esquecê-lo, mas felizmente pude lidar com a distância. Entretida com meus amigos, bebidas, festas e trabalhos, eu vi aqueles três meses passarem rapidamente.

Concentrada em meus trabalhos, não percebi a primeira vez em que o celular em cima de minha mesa tocou. Após percebê-lo, atendi-o e eu ouvi a voz de Johannah dizer animada:

- Anna, querida. Que saudades, por que não apareceu mais no hospital?

- Não deu Jay. Muito trabalho na universidade, tenho passado bastante tempo no hospital universitário daqui, por mais que eu queira visitar o hospital do papai, quase não me sobra tempo.

- É uma pena! Enfim, seu pai pediu para ligar. Vou passar a ligação - ouvi aquela música chata de espera se manifestar pelo auto-falante de meu celular e coloquei-o no viva voz, continuando a fazer desenhos abstratos no meu caderno.

- Oi, Anna- ouvi a voz de papai alguns minutos depois e saudei.

- Hey, pai, quais as novas? - ri.

- Só pra lhe avisar que passaremos o Natal na casa dos Westerfeld. Compre um presente para Scott, sua esposa e filha e sua roupa.

- Ok - respondi automaticamente.

O telefone ficou mudo e eu o desliguei com a mão desocupada. Dessa vez, eu não poderia fugir. Nem inventar desculpas. E tinha certeza de que Dr. Styles estaria lá.

[...]

Noite de Natal, 6:40PM, Mansão Westerfeld.

Com os presentes embalados e encoberta por um sobretudo devido ao frio que fazia, desci da BMW de papai após ele estacionar numa das vagas na garagem externa. Como pensei, a casa de Kiera era um luxo. Um abuso de arquitetura e decoração, onde natureza encontrava-se com sofisticação e excentricidade.

Caminhamos pelo caminho de granito e papai me conduziu pela casa bem iluminada. Logo vi uma Gwen sorridente e impecavelmente vestida aproximar-se de nós.

- Danny, Anna- ela disse e se aproximou, beijando-me e abraçando em seguida meu pai.

- Vamos, tirem esses casacos - disse e pegou meu sobretudo e o casaco de lã de papai.

- Sua casa é linda, Gwen. E você está divina!

- Obrigada, querida. Eu não preciso te elogiar, né? - ela falou com uma careta engraçada, fitando meu look que mais parecia de verão, mas eu sou uma pessoa que gosta de mostrar o que tem de bonito, então vesti uma saia verde água e um crop top de perolado com alguns detalhes em pérola e calcei uma sapatilha pois era um pouco constrangedor eu ficar mais alta que meu pai - Você está linda como sempre!

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