I know what I want to be

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Ao chegar na recepção, lembrei que estava sem carro, droga. Pensei no que faria, lembrei que nessa cidade existem táxis, eu poderia muito bem pegar um táxi e ir pra casa, seria fácil. O único problema era: como eu chegaria em casa se não sei o endereço? Peguei o telefone, sem bateria.

- Mas que beleza - praguejei. Dei meia volta e chamei o elevador.

- Srta. Fell? - a secretária chamou novamente - Algum problema?

- Todos - falei - Não consigo chegar em casa - bufei

- Ah, não posso te ajudar com isso - falou séria - Não temos o endereço do doutor Fell, ele não aceita que passemos o endereço de sua residência, por isso não informa.

- Sem problemas, vou subir e ver com meu pai - falei assim que a porta do elevador abriu - Obrigada

- Por nada - sorriu, entrei no elevador e logo as portas se fecharam. Você deve estar pensando: como ela chegou em casa ontem? Eu explico: eu sei onde é, mas não sei o nome da rua, e não sei explicar onde fica, mesmo eu estando no carro, sei lá, me chamem de maluca, esquisita, qualquer coisa que queiram, eu não ligo.

- Filha! - meu pai chamou assim que botei os pés naquela ala - Ainda aqui? Harry me disse que havia ido embora

- Pois é, eu voltei, lembrei que eu to sem carro, Trish me deixou aqui, não sei como voltar - mordi o lábio.

- Harry está indo pra casa agora - falou, apontando para o médico que, até então, eu não havia visto ao lado de meu pai. O mesmo arregalou os olhos ao ouvir seu nome - Ele pode te dar uma carona

- Eu estava pretendendo ir visitar um amigo... - ia se justificar

- Não precisa, eu vou de táxi, só preciso do endereço - me prontifiquei

- Mas pegar táxi essa hora é perigoso - meu pai falou preocupado

- Não precisa incomodar o Harry pra isso, pai - rolei os olhos - Eu pego um táxi, não vou morrer no caminho

- Ok - pegou uma folha da sua prancheta e me deu com o endereço de casa escrito, agradeci - Se cuida - beijou minha testa e eu saí sem dar tchau para Styles. Ao chegar lá em baixo, me despedi das secretárias e fui para a calçada procurar um táxi. Todos que passavam estavam ocupados ou não paravam para mim. Praguejei e resolvi ir andando, não era tão perto, mas também não era longe, qualquer coisa, se eu achasse um táxi, o pararia e seguiria o caminho dentro dele.

Estava andando haviam se passado cinco minutos e sabem aquela sensação de estar sendo seguida? Pois é, eu estava com ela agora, olhava de um lado para o outro e não via ninguém, a rua já estava vazia, então se eu andasse, ouviria os passos de quem estivesse perto também, não ouviria? Foi o que fiz, mas a pessoa parecia flutuar, porque ainda não ouvia seus passos. Resolvi não parar, continuei andando, dessa vez um pouco mais rápido. Grande ideia, andar sozinha numa rua escura, Anna.

- Olá gracinha - uma voz grossa soou em meu ouvido - Andando sozinha? - perguntou e eu paralisei, eu não conhecia aquela voz, comecei a tremer - Não sabe que é perigoso essas horas? - acariciou meus braços - Tem tantos malucos por aí... - passou a mão na minha bunda e eu já estava sem respirar direito

- Hey! - ouvi uma voz gritar atrás de mim - Por que não mexe com alguém do seu tamanho? - o cara me soltou - Deixe a garota - falou grosso e o cara saiu correndo. Eu reconhecia aquela voz, era Styles. Quando o idiota foi embora, eu sentei no chão, ainda meio trêmula - Você tá bem?

- Acho que sim - falei

- VOCÊ FICOU MALUCA? - gritou - ERA PRA VOCÊ PEGAR UM TÁXI, SABE O QUE É ISSO? EM WHITBY NÃO TEM ESSA TECNOLOGIA? SABE O QUE ACONTECERIA SE EU NÃO TIVESSE POR PERTO? - ia gritando cada vez mais alto, se aproximou e depois começou a andar de um lado pro outro - VOCÊ NÃO TEM JUIZO NENHUM, NÃO É MESMO? O QUE TE DEU NA CABEÇA?

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