Se esconde

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Capítulo 31

Gente chegou o tão sonhado capítulo que vcs descobrem oq tanto o Felipe esconde! !

- O quê?
- É isso mesmo.
- O que exatamente eu perdi, alguém pode me explicar?
Starbucks, eu, Bruna, Ewan e uma verdade bombástica depois da aula de segunda-feira. Eu sabia que esse momento chegaria.
- É... Digamos que você esteve ausente durante algumas reviravoltas – respondi a Ewan, coçando a nuca meio sem jeito – Pensei que a Bruna já tinha te contado.
- Não, eu não estou sabendo de nada – ele negou, boquiaberto, e ambos olhamos para Bruna, cujo queixo sumia de vista sob a mesa e olhos me fitavam com infinito choque – Amor?
- Caralho, Isabella – ela xingou, após alguns segundos paralisada, e Ewan soltou um suspiro de alívio diante do sinal de vida dela – Puta que pariu!
- É, eu sei – respirei fundo, tomando um gole de meu cappuccino. Eu precisaria de muita cafeína para agüentar o tranco.
- Alguém pode me inteirar do assunto, por favor? – Ewan reclamou, totalmente confuso, e vendo que Bruna voltara a ficar imóvel, me manifestei.
- Como você já deve saber, eu e Fe estamos namorando – comecei, vendo-o assentir – Acontece que há algum tempo, Rafa e eu acabamos nos envolvendo também, e as coisas aconteceram tão rápido entre nós que acabamos nos apaixonando. Eu sei que isso soa ridículo, mas não é, acredite. Pelo contrário, é a mais pura verdade. E... É tão verdadeiro que eu estou cogitando a possibilidade de terminar tudo com Fe pra ficar com ele.
- O quê? – Bruna repetiu, um pouco mais alto que antes, e eu fiz uma careta medrosa, enquanto Ewan segurava sua mão e a olhava com preocupação.
- Meu Deus do céu – ele disse, olhando-me com extremo espanto – Você deixa essas coisas acontecerem na sua vida justo quando eu não estou? Vou levar isso como uma ofensa!
- Não fale como se as coisas não acontecessem na minha vida quando você estava por perto também – resmunguei, vendo-o erguer as sobrancelhas, concordando – Não se esqueça que meu primeiro beijo foi no armário do quarto da sua avó com um garoto que eu mal conhecia, e você estava do outro lado da porta ouvindo tudo.
- Eu nunca vou me esquecer do Eric dizendo Não precisa usar os dentes, Isabella, sua língua já é o suficiente naquele tom tão assustado – ele suspirou, como se aquela fosse uma belíssima lembrança – Até hoje eu te imagino querendo morder o pobre garoto feito uma barracuda. Coitadinho, ele era um bom rapaz.
- Cala a boca, garoto que peidou e espirrou no meio da encenação de Hamlet – mostrei a língua, prendendo o riso e vendo-o retribuir meu gesto de carinho – Ser ou não ser, eis a questão foi seu trauma durante anos, e você nunca sabia se explicava a versão verdadeira ou se simplesmente deixava as pessoas pensarem que você tinha dúvidas quanto a sua orientação sexual quando te perguntavam por que você odiava tanto Shakespeare. As duas hipóteses lhe pareciam igualmente constrangedoras.
- Caralho, Isabella – Bruna voltou a dizer, da mesma maneira de antes, e eu simplesmente a ignorei, assim como Ewan; éramos melhores amigos há eras, sabíamos muito bem que ela ainda repetiria as mesmas palavras por um tempo, até finalmente absorver a notícia – Puta que pariu!
- Você confia nele? – Ewan perguntou, voltando ao assunto e dando uma mordida em seu muffin de chocolate; eu assenti sem hesitar – Tem certeza de que ele te ama?
- Acho que nunca tive tanta certeza de alguma coisa quanto eu tenho disso – respondi, disfarçando um sorriso idiota – É tão nítido que chega a me assustar.
- Bom... Você sabe que eu também te amo – ele falou, após alguns segundos de reflexão, e eu deixei o sorriso idiota surgir – Não é novidade que eu vou achar defeitos em qualquer cara que se aproximar de você, e vou continuar sentindo ciúmes por ele ter conquistado a pessoa mais foda do universo... Mas enquanto você o achar digno o suficiente para merecer estar ao seu lado, eu vou dar a maior força.
- Awn, Ewan! – gemi, emocionada com suas palavras, e dei a volta na mesa, indo até ele e abraçando-o bem apertado – Eu é que tenho muita sorte de ter um amigo como você! - Isso, agora diz que eu sou gostoso – ele piscou, fazendo-me rir e beijar seu rosto.
- Gostoso, tesão! – falei, mandando-lhe um beijo sedutor e vendo-o passar a língua sensualmente pelos lábios.
- Eu posso estar em choque, mas ainda estou aqui – Bruna disse, virando o rosto lentamente para o namorado, que abandonou sua postura pornográfica na mesma hora – E estou ouvindo.
- Calma, amor – ele falou, como se estivesse conversando com uma criancinha – Quer que eu te seduza também?
- Mais tarde – ela cerrou os olhos, fazendo um beicinho falsamente triste surgir nos lábios de Ewan – Eu preciso resolver umas pendências agora, e não quero distrações.
- Tá bom, pode deixar, vou ficar bem quietinho – ele assentiu, feito um cachorrinho, recebendo um selinho de agradecimento da namorada e fazendo-me rir baixinho. Bruna suspirou e virou-se para mim, dando um belo gole em seu mokaccino e entrelaçando os próprios dedos sobre a mesa logo em seguida.
- Você sabe que eu fui a primeira pessoa a saber sobre você e o Rafa, e provavelmente a única até poucos minutos atrás – ela começou, olhando-me com seriedade, porém sem parecer furiosa ou ameaçadora – Eu sou a pessoa que te conhece talvez até melhor que a sua mãe, e quase sempre até melhor que você mesma. E eu nunca, nunca, nem quando te disse que já sabia que você sempre se envolvia com os caras errados, imaginei te ouvir dizendo isso.
- Nem eu, Bru, acredite – falei, apreensiva – Você sabe muito bem o quanto eu o odiava.
- Foi exatamente por saber disso que eu me assustei – ela assentiu, compreensiva – E... Bem, não há muito que eu possa dizer. O Ewan já disse tudo. Eu só quero que você pense muito bem antes de escolher um dos dois... Você pode se arrepender muito se tomar a decisão errada, e eu não quero que você sofra.
- Ela tem razão, Bella – Ewan concordou, sério – Não aja por impulso, é a pior coisa que você pode fazer.
- Já faz quase um mês que eu comecei a me envolver com Rafa – suspirei, buscando qualquer tipo de falha em minha linha de raciocínio – E desde a primeira vez em que o beijei, esse pensamento assombra a minha mente. No começo foi puro impulso, eu confesso... Mas agora... É muito mais intenso. É tão forte que eu já não consigo mais pensar em Fe da mesma forma. Eu continuo vendo-o como a pessoa maravilhosa que ele é, mas já não sinto todo aquele amor que sentia antes... É quase como se eu o quisesse como um amigo.
Ewan e Bruna suspiraram ao mesmo tempo, inseguros quanto à minha atmosfera de certeza, e entreolharam-se, finalmente rendendo-se diante de minha convicção.
- Você sabe que pode contar com a gente, não sabe? – Bruna sorriu fraco, ainda um pouco temerosa por minha decisão – Nós só queremos o seu bem, e se você acha que ele te fará feliz... O que nós podemos fazer a não ser te apoiar?
- Ele já me faz feliz, Bru – murmurei com um sorriso carinhoso, segurando sua mão por sobre a mesa – Mas não se preocupe, eu ainda vou pensar com bastante cuidado antes de tomar qualquer atitude. Obrigada por se preocuparem comigo, vocês são demais.
- Faça o que o seu coração manda – Ewan disse, unindo sua mão às nossas, e logo em seguida fez uma careta – Meu Deus, como sou gay de vez em quando.
- Você que não ouse virar gay – Bruna resmungou, prendendo o riso e olhando-o ameaçadoramente – Corto seu brinquedinho fora e te faço ser passivo pro resto da vida.
- Ah, até que deve ser legal dar, né? – ele pensou alto, com um sorrisinho esperançoso no rosto e o olhar vago – Como deve ser a sensação?
- Cala a boca, Ewan! – eu e Bruna exclamamos, incomodadas com a imagem que surgiu em nossas mentes, e ele caiu na gargalhada, assim como nós duas. Logo uma mini guerra de muffins começou, o que nos rendeu olhares de censura das outras pessoas presentes, porém nada com o qual já não estivéssemos acostumados.
Alguma dúvida de que eu tinha os melhores amigos do mundo?

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