Começando Com o Pé Direito

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Sejam bem-vindos aos bastidores.
Algo que todos precisam saber a meu respeito é o quanto amo meus fãs. São vocês que fazem com que tudo isto seja possível. Que me incentivam dia após dia a viver meu sonho, a criar minha música e a me apresentar ao redor do mundo.
Vocês são como a minha família.
Foram vocês que me apoiaram quando fiquei doente e tive que adiar minha primeira turnê como atração principal, a MTV Artist to Watch Tour. Que me animaram enquanto eu estava me recuperando. Que me fizeram companhia durante as longas horas de tédio sozinho em meu quarto. E, o melhor de tudo, que estiveram presentes para festejar comigo durante todas as minhas importantes primeiras vezes - o primeiro show, o lançamento do primeiro single, a primeira vez em rede nacional de televisão, a primeira viagem para fora do país, a primeira vez em que comi sushi, o primeiro prêmio etc.
Acho, então, que está na hora de saberem um pouco mais a meu respeito e conhecerem o resto da minha família. Não só a minha mãe. Vocês já a conhecem. Estou falando da família que está sempre comigo - e com vocês, já que estão sempre comigo também -, me fazendo companhia quando estou na estrada, durante bons e maus momentos.
Vejam bem, minha equipe inteira é uma grande família. Sei que as pessoas sempre dizem isso. No entanto, sinto às vezes, em muitas das outras equipes, os membros não ligam realmente para o que acontece com os outros. Eles fazem seu trabalho individualmente para que as coisas fiquem boas diante das câmeras, e é só isso. Nós definitivamente não somos assim.
Nossa conexão é forte. Estamos sempre juntos, antes e depois dos shows. Vamos ao cinema juntos. Jogamos basquete nos bastidores. Realmente cuidamos uns dos outros como uma família e, o mais importante, essas são as pessoas que me dizem se estou parecendo um idiota ou se preciso me esforçar mais.
Temos uma tradição antes de cada show. Ela começou lá atrás, quando eramos apenas minha mãe e eu. Embora a equipe tenha crescido um bocado desde então, a ideia é a mesma. A última coisa que faço antes de cada show, não importa onde eu esteja nem se estou tocando para umas poucas centenas ou milhares de Mahomies, é reunir todo mundo nos bastidores para uma oração.
O encontro de hoje é muito importante porque não estamos tocando em um lugar qualquer. Estamos tocando em San Antonio, no Texas, o lugar nasci e fui criado. Atualmente moro na Flórida, mas, onde quer que eu vá, o Texas sempre será meu lar.
Hoje é o dia 25 de julho de 2014. Vou tocar no Freeman Coliseum, um lugar a que fui tantas vezes com minha família durante a infância para assistir a rodeios e, anos depois, já um pouco mais velho, para ver, do fundo das arquibancadas, alguns de meus amigos participarem de competições de cheerleaders. Para mim, a noite de hoje é não só uma volta ao lar, mas também a primeira apresentação de minha primeira turnê nacional como artista principal - daqui partiremos para outras trinta apresentações nos próximos 45 dias, e não há lugar no mundo onde eu preferia dar início a essa turnê.
Olhando ao meu redor, eu poderia estar nos bastidores de qualquer casa de shows do planeta. Depois de um tempo, todas elas começam a parecer iguais - colunas e pisos de cimento industrial cinza, enormes espaços vazios que enchemos de equipamentos e pessoas zanzando de um lado para o outro para preparar um grande show ao vivo. A sala em que estamos é feita para relaxar, creio eu - um cômodo acarpetado, com sofás e alguma comida -, porém, nenhum lugar nessas turnês nos dá a sensação de estarmos em casa.
É por isso que as pessoas à minha volta são tão importantes. Juntamente com meus fãs, elas são meu lar, não importa há quanto tempo não veja meu próprio quarto em Miami nem quanto tempo vá levar até vê-lo novamente.
Faltam mais ou menos dez minutos para o show. As atrações de abertura acabaram de se apresentar. Observei a passagem de som mais cedo. Não faz tanto tempo assim que eu estive no lugar deles, preparando a multidão para a chegada de Taylor Swift ou de grandes nomes do Jingle Ball Tour de 2013, como Miley Cyrus. Sei como é querer tirar o máximo proveito do seu tempo no palco. Estamos todos ali para tocar música e nos divertir. O prédio inteiro já está vibrando com uma energia incrível. Mal posso esperar para subir no palco.
No entanto, primeiro é preciso parar um minuto para agradecer a todos e a tudo o que foi feito para chegarmos até aqui, e para nos concentrarmos no que estamos prestes a fazer. O círculo de oração hoje à noite é muito especial porque conta com quase todas as pessoas que me ajudam a chegar onde estou hoje.
Nos reunimos e passamos os bracos em volta uns dos outros. Toda a minha equipe empresarial está aqui: Rocco Valdes, Michael Blumstein, David Abram e Brian Spirio. Eles são como figuras parte nas para mim, ou como irmãos mais velhos, depende do dia. Junto com a minha mãe, esses caras estão sempre cuidando de mim.
Mike é quem sempre conduz nosso círculo de oração. Ele tem aquele senso de humor típico de pais que é tão ruim que chega a ser bom, sabem como é? É meio brega. Todos os nosso amigos zombam das péssimas piadas dele. Como eu disse, a gente se diverte, o que é importante. Passamos muito tempo juntos.
-Pé direito à frente -diz Mike.
Ponho meu pé direito à frente. Estou usando meu Jordan preto e vermelho, que é o que eu geralmente gosto de usar nas apresentações porque é um tênis grande e pesado que funciona muito bem para fazer coisas como girar na ponta dos dedos (um de meus passos prediletos). À minha volta , outras duas dúzias de pés direitos se posicionam no centro do círculo.
-Estamos aqui - continua Mike. - Conseguimos. Foram dois anos e meio de preparação para chegarmos a este palco. E agora estamos aqui. Todos os ingressos foram vendidos. Parabéns, Austin.
Todos batem palmas e comemoram. É maravilhoso escutar isso - ingressos esgotados para o show em minha cidade natal -, e ver todo mundo tão animado.

Como tudo começou - Austin Mahone [em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora