Capítulo 30

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A partir do momento que meus vídeos começaram a ser vistos por milhões de fãs, deixei de me sentir solitário.

      A essa altura, eu ainda não tinha uma carreira. Tinha apenas um canal no YouTube com vários vídeos e algumas centenas de milhares de seguidores. Quando postava uma música, conseguia de algumas centenas de milhares até um ou dois milhões de visualizações. Por mais que isso definitivamente significasse alguma coisa, não fazia ideia de até onde poderia me levar.
      Minha mãe começou a ser abordada por pais de garotas que queriam que eu fosse até a cidade deles para tocar na festa de aniversário daa filhas ou para me apresentar em algum clube pequeno, para que elas e as amigas pudessem ir me ver. Eu adorava encontrar meus fãs cara a cara, o que era sempre uma aventura. Minha mãe fez um trabalho fantástico organizando tudo e cuidando dos preparativos para as viagens.
      Ao final de outubro, me apresentei numa festa de aniversário de duas irmãs, que tinham convidado cerca de cem garotas para me verem tocar na casa delas, nos arredores de Chicago. Foi muito divertido. A família delas nos tratou super bem, e como foram um dos primeiros a nos dar apoio, até hoje procuro me certificar de que eles consigam ir a meus shows em Chicago.

 A família delas nos tratou super bem, e como foram um dos primeiros a nos dar apoio, até hoje procuro me certificar de que eles consigam ir a meus shows em Chicago

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       Já que tínhamos ido até lá, minha mãe e eu decidimos aproveitar ao máximo a estadia na cidade. Como eu só tinha tocado numa festa particular, ela sugeriu colocarmos um post no Twitter dizendo que eu estava indo dar uma olhada na escultura "The Bean", no Millenium Park, só para descobrir se eu tinha algum fã em Chicago. Provavelmente não apareceria ninguém, mas, caso contrário, teria a chance de dar um oi e conhecer alguns fãs.
      Enquanto seguíamos para o parque, demos uma olhada mo Twitter e vimos algumas fotos recém-postadas do local. Parecia haver um monte de garotas lá, muito mais do que esperávamos.
(Michele) -Sabe, hoje é domingo. O parque deve estar cheio de turistas -disse ela.
(Michele) -Tenho certeza de que é só isso.
      Só para nos certificarmos, decidimos que, quando chegássemos à escultura, subiríamos pela rampa lateral, em vez de pela escada principal, para podermos checar o que estava acontecendo antes que alguém soubesse que eu estava lá. Só que assim que nos aproximamos, algumas garotas que estavam encostavam encostadas no corrimão da rampa me viram. Elas começaram a gritar e vieram correndo em minha direção. Foi uma loucura. Várias outras literalmente pularam por cima do corrimão. Tive a impressão de que uma multidão enlouquecida estava vindo atrás de mim.
(Michele) -Continue andando -falou minha mãe.
(Michele) -Não pare, porque, se você parar, não conseguiremos mais nos mover.
      Fizemos o melhor possível para abrir caminho pela multidão, mas havia centenas de garotas, todas gritando e tentando falar comigo. Para ser honesto, a situação parecia um pouco fora de controle.
      De repente, dois policiais corpulentos vieram abrindo caminho em nossa direção.
(Policiais) -Quem são seus seguranças? -perguntaram eles.
(Policiais) -Com quem vocês estão?
(Michele) -Ninguém -respondeu minha mãe.
(Michele) -Estamos sozinhos.
      Pela quantidade de garotas, eles tinham presumido que eu estava acompanhando algum organizador de eventos ou relações-públicas, e levamos um tempo para convencê-los de que não fazíamos ideia de que algo daquela magnitude iria acontecer. Eles nos acompanharam até um prédio de entrada restrita do parque e nos mantiveram lá por tempo suficiente para que a multidão se dispersasse. E, depois, nos levaram de volta para o hotel num dos carros não oficiais guardados numa garagem subterrânea, a fim de que ninguém nos visse sair e viesse atrás da gente.
(Policial) -Vocês fazem ideia de quantas garotas estavam lá? -perguntou um dos policiais.
      Nós dois fizemos que não, ainda um pouco chocados.
(Policial) -Cerca de mil -respondeu ele.
      Mil garotas? Querendo me ver? Aquilo era loucura.

Como tudo começou - Austin Mahone [em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora