Música e família são provavelmente as duas maiores constantes na minha vida. Durante minha infância, família significava minha mãe, meu avô e a mema, que é a forma como a gente chama as avós no sul dos Estados Unidos. Só conheci meu pai através das histórias que minha mãe e a família dele contavam. Eles diziam que ele era um homem muito trabalhador e que era peão em rodeios. Meu pai tirou a própria vida quando eu tinha um ano e meio, por isso não me lembro dele. Como isso aconteceu quando eu era muito pequeno, não sinto sinto sua falta nem fico tão triste quanto as pessoas imaginam. É simplesmente algo que aconteceu com a gente, e como minha mãe é uma mulher muito forte, nunca permitiu que eu sentisse qualquer vazio provocado pela ausência dele.
Minha família é fantástica e sempre nos divertimos muito juntos.
Quando eu era bem pequeno, minha mãe e eu vivíamos com o vovô e a mema. Depois, quando fiquei mais velho e nos mudamos para a nossa própria casa, continuamos com todas as tradições familiares que eu adorava. Por exemplo, todo Dia de Ação de Graças, minha mãe e eu dormíamos na casa dos meus avós e a mema acordava bem cedinho para assar um pão traçado especial que é uma receita secreta de família. Ela preparava do zero, à mão, sem panificadoras nem nada do gênero, e provavelmente por isso ele era tão gostoso. Nós também acordávamos cedo, mas ela sempre se levantava muito antes, de modo que a primeira coisa que eu percebia enquanto se espreguiçava na cama era aquele cheiro delicioso de pão assando. é o melhor cheiro do mundo.
A gente se reunia na sala de estar, ainda de pijama, e se sentava no sofá para assistir à parada do Dia de Ação de Graças da Macy's na TV. Mema marcava o tempo perfeitamente, e ele ficava pronto bem na hora em que chegávamos na sala. Ela cortava fatias grossas do pão recém-saído do forno, as quais comíamos com manteiga e geleia. Delicioso.
Vovô se acomodava em sua poltrona especial e lia o jornal. Minha mãe se sentava comigo no sofá, tomando o café. E mema ficava entrando e saindo da cozinha o tempo todo, enquanto outros aromas deliciosos impregnavam o ar ao longo do dia - peru e presunto assados e tortas preparadas na hora, com um delicioso aroma açucarado (a de maçã com canela era a minha favorita).
Assistíamos à parada até o fim, as bandas marchando, os cantores em cima de carros alegóricos que passavam deslizando lentamente pela grande cidade, que ficava tão distante de San Antonio. Pela TV, víamos milhares de pessoas reunidas nas ruas, todas de gorros e casacos de inverno, enquanto no Texas eu estava usando bermuda. Queria ir lá um dia, à Nova York. Queria ser uma daquelas pessoas que observavam os balões e os carros alegóricos.
Vovô e eu costumávamos passar as tardes do Dia de Ação de Graças treinando arremessos de futebol americano no quintal ou simplesmente sentados ao ar livre, conversando. E, então, por volta das 16h ou 17h, a gente se reunia para comer. Quando cresci, mais um prato de Ação de Graças tornou-se um dos meus favoritos: caçarola de vagem.
Vou contar uma história engraçada. No ano passado, os editores da revista M estavam fazendo uma matéria especial sobre o Dia de Ação de Graças e os pratos prediletos dos artistas. Elogiei tanto a caçarola de vagem da mema para o repórter, que a revista entrou em contato com minha mãe e perguntou a ela se poderiam incluir nossa deliciosa receita de família para que todos os leitores pudessem apreciar o prato em casa com seus parentes. Minha mãe começou a rir e acabou revelando para eles, e para mim, que nossa fantástica receita secreta de família tinha sido copiada de uma lata de cogumelos da marca Campbell's. Hahahaha. Eu ainda a acho deliciosa.
Eu costumava visitar meus avós o tempo todo, não apenas no Dia de Ação de Graças, e vovô me ensinou muitas coisas. Ele era como um pai para mim. Era quem me levava para o quintal para me ensinar a jogar futebol americano e baisebol. Foi também quem me ensinou coisas realmente importantes da vida, como, por exemplo, a respeitar os outros.
Vovô é daquelas pessoas simpáticas e extrovertidas que fazem todo mundo se sentir bem e especial. Ele me ensinou que, ao chegar num lugar novo ou numa situação social nova, eu deveria ir até as pessoas e cumprimentá-las. Chegou até a me obrigar a fazer isso com outras crianças.
Havia um parquinho perto da casa deles. Obviamente eu sempre queria ir lá brincar nos balanços e nos escorregadores. Se estivéssemos passando de carro e ele visse outra crianças usando algum desses brinquedos, imediatamente parava. "Vamos lá conhece-las", dizia, apontando. E era o que a gente fazia. Conheci alguns dos meus amigos mais antigos desse jeito.
Minha mãe também me ensinou um monte de coisas legais, como boa maneiras, mas ela é mais tímida. Como meu avô é tao expansivo e simpático, todos sempre ficavam com uma boa impressão ao conhece-lo, isso me ensinou a importância de me esforçar para ser educado e amigável. Portanto, se algum dia um de vocês me encontrar e nós tivermos uma conversa agradável, é ao meu avô que devem agradecer.
Passei a infância cantando no carro e em casa. Na verdade, cantar é uma das coisas que eu mais gosto de fazer na vida. É uma sensação maravilhosa, sempre foi, mesmo na época em que eu não tinha ideia do que estava fazendo ou sabia se tinha talento para isso. Cantar simplesmente me deixava feliz. Temos uma foto de família que tenho certeza de que minha diria que é uma graça. Não faço ideia se realmente é. Quer dizer, não costumo olhar para minhas fotos de bebê e dizer: "Ah, olha que garotinho fofo!" poré him, acho que é uma foto legal porque mostra como tudo começou. Eu estou num palco improvisado (que na verdade, não passa de um banquinho de plástico), na sala do vovô e da mema, cantando num microfone. Não lembro que música era - isso foi há muito tempo. Mas essa foto serve para mostrar o quanto adorei cantar e me apresentar - já fazia isso antes mesmo de me entender por gente.
Acho que minha mãe percebeu desde cedo que a música sempre foi muito importante para mim, porque tanto ela quanto o restante da família viviam me encorajando em tudo que dizia respeito a isso. Comecei a ter aulas de piano aos 6 anos. Mas a professora era rígida demais. Lembro-me de pensar: "Isso não é divertido. Não quero mais. E então parei com as aulas.
Mesmo sem estar estudando nenhum instrumento específico, minha mãe e eu sempre cantávamos no carro. Ela sentada no banco da frente, dirigindo, e eu na cadeirinha, no assento de trás, os dois berrando a plenos pulmões. Minha mãe fez parte do coral na época do ensino médio, por isso acho que devo ter aprendido algumas coisas com ela desde o início.
Em geral, as músicas que cantávamos no carro eram country. Era o que tocava nas rádios e o que ela escutava em casa, então cresci ouvindo George Strait, Alan Jackson, Rascal Flatts, Garth Brooks, Kenny Chesney e Tim McGraw. a música de que eu mais gostava na época era uma de Alan Jackson - "Where I Come From" - provavelmente por causa da parte em que ele fala sobre pão de milho e frango, duas coisas que eu adorava. Eu tinha 5 anos, e adoro até hoje. Ele tinha uma voz particularmente anasalada, e a gente se divertia tentando imitá-lo, rindo da forma "Country" como soávamos.
Bom, talvez vocês já saibam disso, mas o lugar onde mais gosto de cantar, mais do que qualquer outro, é no chuveiro. Tem alguma coisa na acústica do banheiro que faz com que o som seja ótimo. Mesmo agora, quando aqueço a voz com meu preparador vocal, gosto de fugir para o banheiro e ensaiar entre as fileiras de pias; tem algo fantástico no modo como minha voz ecoa nos azulejos. Na época, eu não estava me aquecendo para nada, mas cantava no chuveiro diariamente, sem sequer parar para pensar no assunto.
Eu estava com 7 anos quando, um dia, durante uma visita à casa de uma amiga da minha mãe em Orlando, comecei a cantar no chuveiro em espanhol, uma língua que não falo -mas que tem um som lindo, ainda que você não entenda o sentido das palavras. Minha mãe escutou aquilo e achou engraçado. Ela fez um vídeo da minha cabeça despontando pouco acima da cortina do chuveiro, na casa da amiga dela, berrando a plenos pulmões como se fosse uma estrela tejana. Esse é um vídeo que vocês jamais verão no YouTube.
Mesmo antes de começar a tocar qualquer instrumento, minha mãe costumava me levar a uma loja de música em San Antonio, porque eu adorava o lugar.
Foi lá que passei por uma situação de amor à primeira vista. Eu tinha 7 anos, mas soube que era amor imediatamente.
No segundo em que entrei na loja, foi como se todo o resto desaparecesse e não houvesse mais ninguém na sala além de nós dois: eu e aquela belíssima... Bateria. Assim que a Vi, soube que ela precisava ser minha. Eu sabia que era pedir demais, principalmente porque meus avós tinham me dado minha primeira guitarra como presente de Natal no ano anterior -uma Ibanez verde-brilhante que eu nunca tocava. Tinha achado um presente muito legal, mas não me empolgou tanto. A bateria, porém, era perfeita, de um vermelho-cintilante, com todos aqueles pratos e o bumbo- não conseguia parar de pensar nela. Eu tinha uma bateria de brinquedo quando era bem pequeno, e adorava golpeá-la com as baquetas. Mas aquela era pra valer.gente desculpem-me novamente pelas fotos de más qualidade, mas quero avisar que vai sempre ser assim pois a maioria não tem na internet porque como na capa já diz "fotos exclusivas" e então eu tenho que tirar do meu celular mesmo, com muita luz ou pouca ou com sombras e etc... Mas elas servem somente para vocês terem alguma noção daquela imagem.
Mas gente, chega disso, e comentem algo aí, para a gente estar descutindo o assunto, o que você achou e etc. Curtam também, para eu saber que estão gostando. Beijo gente, amo vocês
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Como tudo começou - Austin Mahone [em revisão]
No FicciónEssa é uma copia que eu vou estar escrevendo do livro do Austin Mahone, eu tenho o livro e quero que todas Mahomies que não tem como comprar, tenham acesso! se gostarem do capítulo que estão lendo, no final clica na estrelinha (curtir) e comente o q...